Benfica é hendecacampeão
Com uma segunda vitória em dois jogos na final frente ao Académico da Feira, o Benfica introduziu uma nova palavra no léxico do Hóquei em Patins português. As águias vencem o 11º título nacional feminino consecutivo e são hendecacampeãs.
O Benfica é campeão nacional de seniores femininos. Outra vez, num registo totalmente triunfante desde que a secção foi criada em 2012.
As águias foram logo campeãs na sua primeira época, para não mais deixarem de o ser, não chegando agora os dedos para tantos anéis. O Benfica é hendecacampeão, somando a 11ª conquista consecutiva do campeonato, salvaguardando-se que em 2020 a pandemia, para além de muitas outras coisas, também cancelou as competições femininas.
Os 11 troféus consecutivos batem o registo do histórico "deca" conseguido pelo Porto no masculino de 2001/01 a 2010/11.
Vitória sobre o Académico da Feira
Nesta final, o Benfica derrotou em dois jogos um Académico da Feira que surpreendera o Turquel nas meias-finais.
As águias tinham logrado um pleno de 10 vitórias na Zona Sul, 13 vitórias e um empate (frente ao Turquel) no Grupo 1 da Prova 2, seguindo-se vitórias por 3-1 e 3-9 para afastar o CENAP nos quartos-de-final e 1-2 e 10-0 para passar a Sanjoanense e chegar à final e confirmaram o seu favoritismo.
No primeiro jogo, sem golos na primeira parte, Marlene Sousa bisou e a italiana Elena Tamiozzo também marcou num triunfo por 0-3. Estava estendido o tapete à festa na Luz, fosse no segundo jogo ou no terceiro, se a equipa de Alexandre Saraiva conseguisse o que ainda ninguém conseguira esta época em provas nacionais: vencer a equipa de Paulo Almeida.
Mas não houve surpresa.
Apesar da boa réplica da organizada e talentosa equipa do Académica da Feira, o Benfica foi autoritário. A chilena Cata Flores inaugurou o marcador aos seis minutos e, a meio da segunda parte, Raquel Santos - com uma recuperação em tempo recorde para participar na festa do título - fez o 2-0 que seria final. Suficiente para celebrar.
É uma hegemonia das águias totalmente consolidada no feminino e, com as mudanças que se adivinham neste defeso, sem rival à altura nos próximos tempos. Mas não será ao Benfica, que vai fazendo o seu trabalho, que deve ser apontado o dedo por tal.
No cômputo geral, com este triunfo no feminino, o Benfica conquista quatro campeonatos nacionais em sete possíveis. As águias venceram na formação, em Sub-13, Sub-17 e Sub-19. Escaparam os títulos aos seniores masculinos (o Porto levou a melhor), à equipa "B" na II Divisão (Sanjoanense), e nos Sub-15 (Oliveirense).
Paulo e Maria
No hendecampeonato, há um hendecampeão e uma hendecacampeã. O treinador Paulo Almeida e a guarda-redes Maria Celeste Vieira são pontos comuns nos 11 títulos do Benfica e merecem destaque.
Ambos já tinham estado no Benfica antes.
Paulo como jogador de uma fabulosa geração nos anos 90 e, mais tarde, como treinador-adjunto de Luís Sénica.
Maria "apresentou-se" para jogar no Benfica em 2004, com apenas sete anos, nos então "Infantis B" quando as águias abriram a portas a escalões de formação além dos juniores. Jogava entre rapazes, um pouco mais velhos, e à frente, como atacante. Mas com poucas oportunidades de brilhar.
Foi para entre os postes. Saiu do "ninho" para se consolidar noutras equipas onde as meninas tinham mais espaço. E, quando em 2012, o Benfica apostou a sério no feminino, lá estava Celeste para se apresentar novamente.
Agora, o desafio de Paulo, Maria e do Benfica é conquistar a Taça de Portugal, na Final Four do próximo fim-de-semana, a 13 e 14 de Julho, em Sesimbra. As águias vão em busca da 10ª dobradinha consecutiva, sendo que a "prova rainha", em 2012/13, foi a única prova nacional que "escapou" nestes 12 anos de existência da secção.
Final à melhor de três
• J1 • Acad. Feira 0-3 Benfica • 30.Jun
• J2 • Benfica 2-0 Acad. Feira • 6.Jul
Domingo, 7 de Julho de 2024, 8h50