«Ciao, Mondiale», cá estamos de novo
Pedro Alves dos Santos
Nestes seus 10 anos, o HóqueiPT marcou presença em todos os mundiais de seniores masculinos realizados, sempre além-fronteiras, entendendo estes como o palco maior da modalidade. Naquilo a que nos propomos, que vença o Hóquei em Patins.
Arrancam esta segunda-feira, 16 de Setembro, os Mundiais absolutos de Hóquei em Patins.
Mediaticamente, a expressão máxima continua a ser o Mundial de Seniores Masculinos, enquanto os Seniores Femininos têm uma inglória luta para ganhar o seu espaço. Começa logo na terminologia. Há o "Mundial". E há o "Mundial Feminino".
Em Mundiais (masculinos), o HóqueiPT marca presença pela quinta vez consecutiva. São todos os que foram disputados, todos além-fronteiras. Estivemos em La Roche-Sur-Yon (França), Nanjing (China) e, já depois de se ter agoirado que seria impossível voltarmos a estes palcos, Barcelona (Catalunha) e San Juan (Argentina). E estamos agora em Novara (Itália).
Entre três elementos, estes cinco mundiais compreendem 12 viagens. Destas, 11 a custas próprias. Não é uma queixa ou lamento, porque foi sempre uma escolha nossa. E não é uma queixa ou lamento porque as "custas" de viagens, deslocações, alojamento, alimentação, têm uma "promoção": incluem total independência, auto-determinação, o poder andar de cabeça erguida, o não desviar o olhar.
O HóqueiPT é assumidamente um projecto de Hóquei em Patins. Não é uma página de fãs deste ou daquele clube, desta ou daquela selecção. Naturalmente com preferências (que nem são comuns entre quem vive por dentro o projecto), com mais ou menos relações com umas ou outras pessoas, cores ou brasões, mas nunca deixando que tal nos prenda ou nos afaste do propósito informativo. Ou, pior, nos faça cair no ridículo de desejar abertamente o triunfo deste ou daquele. Não cabe na definição do nosso projecto. Já agora, nem cabe, mesmo com a desculpa do fervor nacionalista, em qualquer definição de jornalismo.
Serve este editorial, acima de tudo para um "disclaimer". Não vamos conseguir estar em todas as conferências e assumimos desde já que não conseguiremos dar ao Feminino a visibilidade que merece. Não conseguiremos dar notícias de tudo o que almejamos e temos de fazer escolhas, porque também há uma sanidade a preservar.
Haverá, certamente, momentos de que não abdicamos. Após as finais, lá estaremos para ouvir vencedores e vencidos. E lá estávamos, em sala de imprensa, após o derradeiro apito do Mundial de Sub-19. Estávamos nós, não havia conferência de imprensa preparada.
Segundo Stefano Zamperin, um dos responsáveis pela comunicação, sem mãos a medir nestes mundiais e com (até ver...) uma inesgotável paciência para as nossas exigências, ainda ninguém tinha pedido uma conferência de imprensa. Com a compreensão dos respectivos assessores e disponibilidade dos seleccionadores, lá conseguimos as reacções de Carlos Cortijo e Vasco Vaz, a quem agradecemos.
É mais um Campeonato do Mundo e, não o desejando e mesmo apontando ao próximo, temos sempre presente que pode ser o nosso último. Para já, regozijamo-nos porque o que se estranha é a nossa ausência. Ou que só estejamos nove dias, quando os Mundiais são 15. Sentimos, orgulhosamente e sem rodear analogias, que o HóqueiPT é "o cão que mordeu o homem". O dia-a-dia, o esperado, a normalidade.
Que todos, em Novara, na pista ou na bancada, ou à distância, desfrutem dos jogos. Nós faremos o mesmo.
E que ganhe o Hóquei em Patins.
Pedro Alves dos Santos
Segunda-feira, 16 de Setembro de 2024, 8h31