Portugal vence Angola e garante 'top 2' do Grupo A

Com uma vitória por 0-4 sobre Angola, Portugal assegurou um dos dois primeiros lugares do Grupo A. No entanto, ficou a um golo do saldo argentino e terá de vencer a albiceleste para ter uns quartos-de-final mais tranquilos.

18.Set.2024 Mundial

Cumprido um minuto de silêncio em memória das vítimas dos incêndios que flagelam Portugal, não sendo o drama esquecido por Paulo Freitas em conferência de imprensa, a selecção das quinas cumpriu com quase todos os que seriam os grandes objectivos nestes primeiros dois jogos.

Foi alcançado o objectivo da passagem aos quartos-de-final e foi garantido um dos dois primeiros lugares, só faltou mesmo "um danoninho" para depender "apenas" de um empate frente à Argentina para assegurar a vitória no Grupo A.

Frente a Angola, Portugal entrou em pressou alta, mas Angola respondeu de pronto e estava mais perigosa - no relativo de pouco mais de dois minutos jogados - quando Gonçalo Alves inaugurou o marcador de livre directo.

No duelo entre Rui Neto e o seu antecessor (e, antes, sucessor) no Óquei de Barcelos, Paulo Freitas, Portugal foi mais perigoso, mas duas bolas no ferro e a boa exibição de Francisco Veludo, ficando na retina uma mão cheia de intervenções consecutivas aos oito minutos, adiavam novo golo.

Angola, recheada de ex-internacionais portugueses como Gonçalo Neto, Rafa (campeão europeu de Sub-20), Gonçalo Nunes (bicampeão mundial de Sub-20) ou André Centeno e João Pinto (vencedores de uma Taça Latina), procurava responder e colocava Ângelo Girão em sentido.

O guardião português esteve sempre muito interventivo, a puxar pelos seus colegas ou a "puxar as orelhas" aos seus colegas, e protagonizou uma exibição segura no primeiro jogo de 50 minutos em largos meses, como o próprio recordaria. A primeira parte fechou com um golo não validado de João Pinto para lá do apito. Seria a única vez que a bola beijaria as redes de Girão.

Angola, bem melhor que no primeiro dia, lograra manter o resultado equilibrado, mas dois erros nos primeiros minutos da etapa complementar comprometeram a discussão do resultado.

Bem cedo, depois de um choque que obrigou Gonçalo Neto a sair (e da 9ª falta angolana), os portugueses aproveitaram o "reacertar" de posições angolano e delinearam uma bonita jogada para Hélder Nunes assinar o 0-2. Aos oito minutos, João Rodrigues reagia rápido - mais rápido que toda a defensiva angolana - para uma segunda bola na área de Veludo e ampliou para 0-3.

A selecção africana logrou recuperar o foco e foi mais perigosa, mas entre falta de pontaria na meia distância e a segurança de Girão, nada conseguiria chegar a um golo que a relançasse na partida.

Angola jogou largos minutos com nove faltas, de alguma forma condicionando a sua agressividade. Quando a 10ª caiu, a sete minutos do fim, Gonçalo Alves quis surpreender Veludo. Não rematou directo. E não marcou.

Portugal passava a gerir o tempo de jogo, talvez já a pensar no derradeiro jogo com a Argentina. Depois de Hélder Nunes também não conseguir bater Veludo de livre directo, a selecção das quinas - em "powerplay" depois de azul a Gonçalo Neto - chegava ao 0-4 em contra-ataque e o jogo tinha novo ponto de interesse.

Os portugueses ficavam a um golo do saldo argentino (com Girão a manter o facto ao defender uma grande penalidade de João Pinto) e iam em busca de um tento que lhes permitisse jogar também com o empate no fecho do grupo.

Surpreendendo os mais desatentos nas contas, Portugal atacou a cinco mesmo com a larga vantagem no marcador, em busca desse golo ou de uma eventual 15ª falta angolana. A bola chegaria mesmo a entrar na baliza, mas, como no final da primeira parte, para lá da "buzina" que agora é o que vale.

Esta quarta-feira, Portugal tem de vencer para assegurar o 1º lugar no Grupo A e ter uns quartos-de-final frente a uma equipa vinda do Intercontinental. O 2º lugar obriga a defrontar Espanha ou França.

Para também estar nos quartos-de-final, as contas de Angola são simples: não pode perder com os Estados Unidos.