«Tivemos uma pontinha de sorte, mas acho que merecemos também»
A 'epopeia' do Valongo na Eurockey Cup de Sub-17 terminou com o doce sabor da vitória. Na festa, João Marques reconheceu 'uma pontinha de sorte', deixou agradecimentos aos pais, um abraço a Viti e a dedicatória a Lili.
A incrível e extraordinária campanha do Valongo na Eurockey Cup de Sub-17 teve um final feliz, com a conquista do troféu na terceira presença consecutiva dos valonguenses na final.
"Foi um viagem complicada", recordou o treinador João Marques, que - entre o cancelamento do voo e o aluguer de autocarro que os levou até Blanes - agradeceu aos pais. "Inexcedíveis. Estavam disponíveis para os trazer de carro ou alugar um foguetão", gracejou. "Era sempre mais uma hora, foram 16 ou 17 horas, nem sei", referiu.
Mas o Valongo superou a longa viagem, o chegar quase em cima da hora da primeira partida, a lesão de Rodrigo Lázera e mais uma ou outra lesão felizmente menos grave. E chegou à partida decisiva. "Não entrámos bem, o Benfica mais forte na primeira parte. Tivemos momentos em que deixámos de acreditar que podíamos dar a volta", reconheceu o treinador. No entanto, de 3-0 para 3-2 foi um ápice e a equipa resistiu ao choque anímico de um quarto golo encarnado.
"No intervalo, disse que tinham de acreditar", vincou João Marques. E acreditaram, levando o jogo para prolongamento e livres directo. "Tivemos uma pontinha de sorte, mas acho que merecemos também", sublinhou, garantindo que as rodas continuarão bem assentes na pista. "Vamos passar a mensagem de que não é por termos ganho que somos melhores do que éramos ontem", assegurou.
João Marques, agora com 39 anos, foi jogador do Valongo durante 13 anos, de 2000 - desde os Sub-17 - a 2013. Ironicamente, os valonguenses seriam campeões nacionais na primeira época sem "Joãozinho", mas com "Peixe", Nuno Rodrigues, outro histórico e o outro timoneiro desta equipa de Sub-17.
Na vitória, João deixou agradecimentos a Vítor Oliveira ("Viti"), que era o treinador definido para esta época, mas que foi "traído" pela colocação em Lisboa.
De resto, entre professores, de recordar que já na pretérita temporada o Valongo "sofreu" com a colocação de Filipe Faria no Alentejo. "Tem acabado por sobrar para mim. É uma sobra boa, mas dá muito trabalho", ressalvou João Marques.
Era suposto só ficar até à Eurockey Cup, mas, se não houver ninguém... "Claramente, se fosse noutro clube, se não fosse no Valongo, não faria os mesmos sacrifícios. Quando se sente o clube de maneira diferente, ganha-se forças para continuar", assumiu.
A dedicatória é para "Lili", Liliana Rebelo. "Faz tudo e mais alguma coisa por estes miúdos, por este clube", valorizou.
«Tinha confiança que ia marcar e que o guarda-redes ia defender»
A figura maior do encontro foi Francisco Pinto ("Kiko"), que assinou os quatro golos que levaram o jogo para prolongamento e que marcou mais dois golos. Farto em golos, mas parco em palavras, o atacante que herdou muito do pai Vítor Hugo Pinto deixou o palco para o capitão Daniel Magalhães, chamado ao 13ª livre directo.
Confiante, Daniel bateu o guardião das águias, Pedro Santos. O guarda-redes Guilherme Pimenta tratou do resto, podendo enfim o seu pai Carlos Pimenta - e "pai de guarda-redes sofre" - irromper pela pista para festejar. "Tinha confiança que ia marcar e que o guarda-redes ia defender", garantiu o capitão, após a "molha" da praxe.
Quarta-feira, 9 de Outubro de 2024, 23h59