O patim esquerdo do campeão
Depois de perder a Supertaça António Livramento, o Porto deu início à defesa do título de campeão nacional com uma derrota. Mas tal não é de todo estranho. Nos últimos sete arranques de campeonato, o campeão em título só venceu por uma vez.
Vencedor da Taça de Portugal e do Campeonato Nacional na pretérita temporada, o Porto de Ricardo Ares não começou a nova época da melhor maneira.
Afastados nas meias-finais da Elite Cup pela Oliveirense, os dragões perderiam a Supertaça António Livramento para o Óquei de Barcelos no último fim-de-semana. E esta quarta-feira entraram no Campeonato com o patim esquerdo, perdendo em Barcelos por 3-0.
Será, no entanto, talvez demasiado cedo para pânico entre adeptos ou júbilo entre os adversários. Até porque não é de todo estranho que o campeão inicie com uma derrota a defesa do título, que não é bem sucedida desde 2016, quando o Benfica de Pedro Nunes conseguiu o bicampeonato.
Nos últimos sete anos, não houve Supertaça em 2020 e 2021. Nas outros cinco, apenas em dois é que o campeão a venceu: o Porto em 2019 e o Benfica em 2023.
De facto, nos últimos sete arranques de campeonato, apenas por uma vez é que o campeão em título venceu.
Em 2018, o campeão Sporting empatou 3-3 com o Benfica. No ano seguinte, o campeão Porto também empatou a três, com a Juventude de Viana. Em 2020, o campeonato não terminou em virtude da CoViD-19, mas não seria por isso que os ainda campeões azuis-e-brancos fariam melhor. Pelo contrário. Perderam na ronda inaugural, na Luz, por 7-3.
Em 2021, a excepção. O campeão Sporting venceu em Valongo por 3-5. Mas, apesar de arrancar melhor do que quem o antecedeu, acabaria também por não renovar o título.
Depois, em 2022, o campeão Porto arrancou com uma derrota por 4-2 no João Rocha. E, em 2023, o coroado Benfica não foi além de um empate a dois em Braga. Agora, a derrota por 3-0 do Porto no Municipal de Barcelos.
A Ricardo Ares, na sua quarta temporada nos dragões, cabe a missão de colocar no trilho das vitórias um conjunto de jogadores em que mais de metade - Malián, Telmo, Mena, Rafa, Gonçalo e Carlo - o acompanha desde 2021. Como desafio, o bicampeonato, que escapa ao Porto desde que logrou não dois, mas 10 campeonatos consecutivos.
Quinta-feira, 24 de Outubro de 2024, 21h52