Mundial de Clubes: World Skate quer 'outra' Intercontinental
A World Skate aponta a um Mundial de Clubes no 'espaço' da Taça Intercontinental. Herda a forma de apuramento, mas, ainda mais ambicioso, deverá herdar também a incerteza da única prova de clubes que cruza continentes.
A Taça Intercontinental é a única prova mundial de clubes, a única sob a alçada directa da World Skate e não das confederações continentais. Mas nem por isso tem sido bem tratada, com realizações e modelos erráticos. A solução estará dar-lhe um novo embrulho, ainda mais ambicioso. Nasce, se a gravidez for levada até ao fim, a Clubs World Cup, o Mundial de Clubes.
Em tempos idos, já houve Campeonato do Mundo de Clubes, organizado em Luanda em 2006 e em Reus em 2008. O Bassano, de Carlos Dantas, venceu a primeira edição, com 12 equipas, entra as quais Benfica e Porto. O Reus venceu em sua casa, numa edição com 16 equipas, com Oliveirense e Óquei de Barcelos. Mas a prova não vingou.
A Intercontinental, antes disputada por apenas o campeão europeu e o campeão sul-americano, pôs-se em bicos de pés em 2017, com uma Final Four. Foi ainda mais longe em 2018, com Final Four no masculino e no feminino em San Juan, no pináculo da prova. Após a pandemia, houve uma Intercontinental entre dois portugueses em 2021 e uma entre dois europeus em 2023, relativa a 2022. Em Fevereiro último, houve nova edição a quatro e em San Juan, mas marcada por desistências. Terá sido o canto de cisne.
Agora é lançada a Clubs World Cup, apontada a Fevereiro ou Março de 2025, só no masculino, mas com oito equipas, divididas em dois grupos numa primeira fase de três jornadas. Seguem-se meias-finais, com os dois primeiros de cada grupo a ficarem na luta pelo troféu, e, no quinto (!) dia de competição, as finais, com a definição da classificação do 1º ao 8º lugar.
Sporting, Oliveirense, San Jorge e Andes Talleres conquistaram, nos respectivos campeonatos continentais, o direito a participar na Taça Intercontinental. O mesmo "passaporte" serve para o Mundial de Clubes.
Como na Taça Intercontinental, têm direito a participar os finalistas da Champions League e do Pan-Americano, estando já definido que no Grupo A fica o campeão europeu (Sporting) e o vice-campeão americano (os argentinos do Andes Talleres), ao passo que o Grupo B conta com o campeão americano (os chilenos do San Jorge) e o vice-campeão europeu (Oliveirense).
As restantes vagas serão para uma equipa proposta pela confederação de África, uma outra equipa proposta pelas confederações de Ásia e Oceânia, sobrando dois convites: um, eventualmente, para a equipa organizadora, outro (ou os dois) decidido pela World Skate.
As inscrições estão, por regulamento, abertas até 30 de Novembro, sendo o dia 1 de Dezembro o prazo fixado para a apresentação de propostas para a organização, assumindo o organizador a responsabilidade e o custo de, por exemplo, viagens, alojamento e refeições para os oito árbitros e oito elementos do staff da World Skate, transmissões com pelo menos seis câmaras e todos os custos com a "imagem" do evento.
Novidade, é a introdução de um "prize money" para os três primeiros. O vencedor ganha 10 mil dólares, o 2º arrecada cinco mil e o 3º fica com três mil. O valor dos prémios monetários é assumido pela World Skate, numa "generosidade" que terá o patrocínio do organizador: além de todos os outros custos, tem de pagar 50 mil dólares à World Skate para ficar com a prova.
Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 23h39