Benfica com os olhos em mais títulos

Benfica com os olhos em mais títulos

No quarteto - Benfica, Porto, Oliveirense e Sporting - que se destaca na corrida ao título, o Benfica foi quem menos mudanças fez. Porque em equipa que ganha não se mexe... ou pouco.

Já no último defeso os encarnados tinham feito apenas uma mexida - saiu Coy, entrou o agora campeão do Mundo Nicolía - e desta feita promoveram duas.

A pretérita temporada viu um Benfica autoritário a nível nacional. Passada a Supertaça - perdida para o Valongo que, ao contrário dos encarnados, apontou um bom momento físico para esse jogo - as águias levantaram voo para 25 vitórias no campeonato e cinco na Taça de Portugal que valeram uma dobradinha que fugia há muito. Apenas o Barcelos, com um empate a cinco, ludibriou o desfecho típico das partidas nacionais do Benfica.

Carlos Nicolía, que continua como figura dos encarnados, no abraço de conquista do Mundial a Carlos López, que deixa o Benfica
Carlos Nicolía, que continua como figura dos encarnados, no abraço de conquista do Mundial a Carlos López, que deixa o Benfica

Em 2015/16, o campeão Benfica parte na "pole position". Mas na grelha de partida estão perfilados adversários reforçados e ambiciosos.

Argentinos reforçam outros candidatos

Com os contratos de Carlos López e Estebán Abalos ("Tuco") a terminarem, o Benfica optou por não renovar com os internacionais argentinos. Reconhecendo-lhes ainda qualidades, a Oliveirense (López) e o Sporting (Tuco) recrutaram-nos, reforçando os seus planteis na candidatura ao título que está nas mãos dos encarnados.

Reforços galáticos

A opção pela não renovação com López e Tuco é justificada pela chegada de outros dois jogadores de créditos firmados. Do Barcelona chega Marc Torra e dos italianos do Breganze chega Jordi Adroher.

Entre inúmeros títulos que já conquistaram, poderão destacar-se os campeonatos do Mundo ganhos pelos dois jogadores catalães ao serviço de uma Espanha que ganhou tudo ao longo de vários anos. Torra conquistou quatro e Adroher conta dois, tendo os jogadores coincidido no título de 2009 (Vigo), onde a baliza da Armada Espanhola era defendida pelo agora companheiro no Benfica, Guillém Trabal.

Jordi Adroher, com a selecção espanhola no Mundial
Jordi Adroher, com a selecção espanhola no Mundial

Actualmente com 30 anos, já nos escalões de formação tinham estado juntos na selecção, ganhando mesmo o epíteto de "la pareja de oro" (o "duo de ouro") logo nos sub-17, onde estiveram também com Albert Casanovas (actualmente na Oliveirense).

A nível de clubes, Torra e Adroher já defenderam juntos as cores do Vic e do Barcelona. Jordi Adroher já defendeu também a mesma camisola de Guillém Trabal, no Reus.

Ordem para defender… a atacar?

Tuco, de saída, não vê directamente a sua posição - de preocupações decisivas - colmatada. Ainda que, como Johan Cruyft advocava no seu “futebol total”, para ganhar baste marcar mais golos que o adversário (e não faltarão armas ao Benfica para chegar ao golo) ou que a melhor defesa seja o ataque, os encarnados parecem uma equipa com demasiada tracção à frente.

Guillém Trabal, com Pedro Henriques, continuam os guardiões do último reduto encarnado
Guillém Trabal, com Pedro Henriques, continuam os guardiões do último reduto encarnado

Será assim? Para defender há Valter Neves e Tiago Rafael, dois defensores seguros que não costumam arriscar. E há os tão em voga "universais". Habitualmente mais recuado, Diogo Rafael é um defensor de risco que, na busca de desequilibrios coloca muitas vezes o seu guarda-redes em apuros. Mas até já jogou sozinho atrás em diversas ocasiões.

Também universais - mas mais balanceados para o ataque - serão Jordi Adroher e Miguel Rocha, podendo ajudar nas tarefas defensivas, sem esquecer que a defesa começa sempre no jogador mais avançado. E, também aí, Marc Torra e João Rodrigues (que deve continuar no papel de "ponta-de-lança") têm predicados para ajudar a equipa.

Missão Europeia?

Antes de Pedro Nunes, Luís Sénica devolveu o Benfica aos títulos após um longo jejum. E em quatro temporadas conquistou todos os troféus que teve possibilidade de disputar.

Pedro Nunes parte para a sua terceira temporada a poder igualar esse registo do actual seleccionador nacional. Taça Continental, Intercontinental (que Sénica não disputou, tendo “para a troca” uma CERS), Taça de Portugal e Campeonato já estão. Faltam a Supertaça António Livramento e a Liga Europeia.

Depois de uma dobradinha, o Benfica ambiciona mais
Depois de uma dobradinha, o Benfica ambiciona mais

Ainda que o Campeonato Nacional seja a principal prioridade (o “bi” não acontece desde 1998), os encarnados ambicionam - legitimamente - ganhar tudo. E podem começar já em Setembro. Se no ano passado, a Supertaça foi um pouco descurada em função da preparação física na pré-época, este ano não deverá ser assim. Não houvesse outros motivos, desde logo porque o adversário é o eterno rival Sporting.

Outro grande objectivo passará sempre pela conquista Europeia. Na última época o Benfica caiu nos quartos-de-final e, na afirmação do seu potencial, não pode ficar de novo fora da Final Four, onde figurará no lote dos principais candidatos ao lado das equipas portuguesas de Porto e Oliveirense e das espanholas de Barcelona e Liceo.

Marc Torra conquistou as duas últimas edições da Liga Europeia ao serviço do Barcelona
Marc Torra conquistou as duas últimas edições da Liga Europeia ao serviço do Barcelona

O plantel 2015/16

Pedro Nunes arranca para a sua terceira época de águia ao peito com os guarda-redes Guillém Trabal e Pedro Henriques e os jogadores de pista Carlos Nicolía, Diogo Rafael, João Rodrigues, Jordi Adroher (ex-Breganze, Itália), Marc Torra (ex-Barcelona, Espanha), Miguel Rocha, Tiago Rafael e Valter Neves.

AMGRoller Compozito

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