Um 'ano zero' verde-e-branco

O Sporting chega ao Natal com apenas uma derrota para o campeonato, a três pontos do líder e com menos um jogo. Mas entre todas as provas disputadas, é preciso recuar a 2015/16, outro 'ano zero', para encontrar uma percentagem de vitórias pior.

Um 'ano zero' verde-e-branco

Já se antevia um defeso quente para os lados do João Rocha em 2025, mas a saída antecipada de Alejandro Dominguez acabou por precipitar muito do que está inerente a um "ano zero", aquele em que se prepara um novo ciclo.

Na saída antecipada, também foi antecipada a chegada de Edo Bosch, chamado de "urgência" e reclamado à Oliveirense contra o pagamento de uma cláusula de rescisão que seria evitada em 2025. Chega com a ingrata tarefa de gerir um plantel em que parte estará, inevitavelmente, "com a cabeça noutro sítio".

Ângelo Girão lançou as primeiras achas, ao anunciar a sua última temporada de leão ao peito e o seu sucessor. Mas também João Souto, Matias Platero e Toni Pérez terminam contrato e estão de saída. Henrique Magalhães tem o seu vínculo a chegar ao fim, mas deverá ser continuar no lugar que foi apontado a Vieirinha.

Para já, são certas - com todo o "o que hoje é verdade, amanhã é mentira" do desporto - as chegadas no próximo defeso de Xano Edo e Facundo Navarro da Oliveirense, Danilo Rampulla do Óquei de Barcelos e Diogo Barata do Porto.

Já neste defeso, o plantel perdeu o afirmado Ferran Font (actual melhor marcador da OK Liga a par de Pablito Álvarez), sendo Roc Pujadas a única novidade. Mas o jovem catalão só agora completará 23 anos no dia de Natal e, nos dois anos de dragão ao peito, pouco jogou... e ainda menos nos últimos meses, depois de vir a público o acordo com os leões.

Pior percentagem de vitórias só em 2015/16

Com todos os constrangimentos, a temporada do Sporting está a ser atípica se atentarmos, por exemplo, às 11 temporadas desde 2014, quando Ângelo Girão chegou ao Sporting (da equipa actual, apenas o escudeiro Zé Diogo lá estava).

Na presente temporada, os leões disputaram 17 jogos oficiais em seis competições distintas até ao momento. "Caíram" nas meias-finais da Elite Cup e na final da Taça Continental. Na Champions League, falharam a defesa do troféu, ficando pela ronda de qualificação. Na WSE Cup, apuraram-se para os quartos-de-final, onde irão defrontar o Igualada, e na Taça de Portugal estão nos 16-avos-de-final, conhecendo o seu adversário na próxima segunda-feira, dia 23.

Como vigente campeão europeu, o Sporting ainda tem para disputar - eventualmente, que as provas mundiais são sempre uma incógnita - a Taça Intercontinental ou o Mundial de Clubes e, no Campeonato Placard, está a três pontos do líder Porto e em igualdade pontual com o Benfica, mas tem um jogo a menos, relativo à 2ª jornada, precisamente frente ao "eterno rival".

No entanto, apesar de sete vitórias em oito jogos no campeonato [derrota em Paços de Ferreira], a percentagem global de triunfos é constrangedora, dado que na Elite Cup, Taça Continental, qualificação da Champions League e WSE Cup, o Sporting venceu menos de metade dos jogos que disputou no tempo regulamentar. São apenas 64.71% de vitórias (11 em 17 jogos), sendo preciso recuar até 2015/16 para encontrar pior: 53.33% de vitórias até à pausa natalícia, então com 15 jogos disputados.

Em termos de golos, os actuais 4.06 marcados por jogo ficam sempre aquém dos conseguidos depois de 2019, ao passo que os 2.65 sofridos só em 2021/22, nas últimas oito temporadas, foram ultrapassados.

Outro "ano zero": 2015/16

Vindo do regresso aos triunfos europeus, com a conquista da Taça CERS, o Sporting não podia desejar melhor arranque de temporada. Orientados por Nuno Lopes, actual treinador do Tomar, venceram o Benfica, que vinha de uma dobradinha, na Supertaça António Livramento - garantindo logo um troféu - e venceram o Barcelona, campeão europeu, na "piscina" do Livramento, na primeira mão da Taça Continental.

Mas o balão de uma euforia justificada pelos resultados, mas não pela valia da equipa, não tardou a esvaziar. O Sporting perdeu em Braga para o campeonato, em Barcelona, deixando escapar a Continental, e na Luz, num duro choque de realidade [pesados 9-0] com uma super-equipa do Benfica.

Foram-se conhecendo saídas e entradas para a temporada seguinte. Após a eliminação frente ao Vilafranca nas meias-finais da Taça WSE, em que o Sporting defendia o troféu conquistado um ano antes, o intempestivo então presidente Bruno de Carvalho fez "encostar" desde logo quatro jogadores: Cacau, Luís Viana, Ricardo Figueira e Tiago Losna.

O Sporting venceu três dos derradeiros jogos para o campeonato e terminou em 4º, garantindo o regresso à principal prova europeia, então a Liga Europeia, muitos anos volvidos. E até disputaria a Final Four da Taça de Portugal, mas com Nuno Lopes a ter de chamar os jovens João Rodrigo Campelo, Manuel Coimbra, Rafa Lourenço e Tomás Moreira para complementar a ficha de jogo, os leões seriam presa fácil de um Benfica campeão europeu e campeão nacional.

AMGRoller Compozito

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