Óquei de Barcelos na final da Champions League, 23 anos depois
O Óquei de Barcelos venceu o Noia e defronta o Porto na final da Champions League, num regresso à decisão 23 anos depois. Na terceira final lusa consecutiva, galos e dragões lutam pelo título depois de terem sido semifinalistas vencidos em 2024.

Depois da vitória do Porto sobre o Benfica na primeira final, o Óquei de Barcelos venceu o Noia por 3-1 para uma final inédita com os dragões, a quarta dos barcelenses na mais importante prova europeia, a primeira em 23 anos.
Antes do filme do jogo, merece destaque a grande festa nas bancadas do Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos. Em menor número, os adeptos do Noia fizeram-se ouvir primeiro. E não deixaram de apoiar a sua equipa.
Mas, incansáveis, em uníssono, a preencher toda a bancada oposta aos bancos - que bonito terá sido ver dali o momento dos cachecóis estendidos -, os adeptos do Óquei de Barcelos foram extraordinários. A equipa de Rui Neto tinha de vencer, sim ou sim, ou teria uma dívida de gratidão enorme para pagar.
Em pista, o Noia entrou melhor e superiorizou-se na primeira parte. Valeu Conti, com um punhado de excelentes intervenções, a negar o golo a uma equipa com jogadores experientes como Aleix Esteller (37 anos) ou Xavi Costa (38), "conduzida" pelo maestro Jordi Bargalló. Uma lenda a mostrar o muito que sabe do jogo, fazendo esquecer os seus 45 anos e uma fissura numa costela que o deverá afastar dos quartos-de-final do playoff espanhol.
Sem golos nos primeiros 25 minutos, o Óquei de Barcelos entrou melhor na segunda parte, dando continuidade a uma exibição em crescendo. E adiantar-se-ia no marcador. Aos oito minutos, Bargalló viu azul. Pediu revisão, mas em vão. Rampulla avançou para a marcação, mas cedeu a oportunidade a Miguel Rocha e, como tantas vezes esta época, o melhor marcador do Campeonato Placard e da Champions League não enjeitou a chance e bateu Blai Roca.
O Noia procurou responder, mas acabou por deixar mais espaço para os ataques rápidos da equipa de Rui Neto, e, aos 14 minutos, numa triangulação de régua e esquadro, Pol Manrubia deu para Vieirinha, que serviu Rampulla para o 2-0.
Na bancada, era como se a vitória já não escapasse, mesmo que, na fase regular, e na Catedral de Barcelos, a equipa catalã tivesse recuperado de uma desvantagem de dois golos nos derradeiros três minutos. E, a três minutos e meio do final, de grande penalidade, Ivan Morales, que será reforço do Óquei de Barcelos para a próxima época, reduzia, relançando a discussão.
Era preciso um golo para voltar a dar tranquilidade, e Miguel Rocha disse novamente "presente", num remate cruzado da esquerda para o fundo das redes de Blai. Depois, uma montanha-russa de emoções.
O Noia reclamou azul atrás da sua baliza, mas pouco depois era Bargalló que via azul por falta sobre Rampulla. O argentino festejou. Chamados ao SRV por Joaquim Pinto, os italianos Fronte e Rondina analisaram o possível azul anterior e deram razão aos catalães. Houve azul para Rampulla, o tempo recuou 19 segundos e o azul a Bargalló foi retirado. Mas, de livre directo, Martí Gabarró foi displicente e permitiu a defesa a Conti Acevedo e, mesmo na inferioridade, os barcelenses controlaram. E carimbaram uma presença na final 23 anos depois.
A final, inédita entre Óquei de Barcelos e Porto, a terceira final consecutiva entre equipas portuguesas, e uma segunda oportunidade para os finalistas vencidos da última edição, tem início agendado para as 16h.
Meias-finais
• MF2 • Benfica 2-3 Porto (2-2, 0-1 prol.) • 10.Mai
• MF1 • Óquei de Barcelos 3-1 Noia • 10.Mai
Final
• Final • Óquei de Barcelos vs. Porto • 11.Mai, 16h
Horário das partidas na hora local.
Sábado, 10 de Maio de 2025, 17h08