Porto leva decisão para a 'negra'
O Porto venceu o Sporting nas grandes penalidades, e a decisão da meia-final será na 'negra', no João Rocha. Gonçalo Alves, com um hat-trick para levar o jogo a prolongamento e dois penáltis convertidos, foi a figura maior dos dragões.

Foi uma autêntica maratona... e ficou tudo por decidir. Ao fim de praticamente três horas de jogo, com prolongamento e grandes penalidades, o Porto venceu por 7-6 e adia a decisão da meia-final com o Sporting para a "negra", a disputar terça-feira, a partir das 15h, no João Rocha.
Foi uma partida tão longa que teve várias fases, vários jogos dentro do mesmo. Uma partida decisiva que merecia começar com mais público, mas, enquanto a central do Dragão Arena se compôs, a imagem do topo, outrora preenchido com grupos de apoio, era desoladora.
Em pista, o Sporting entrou melhor. Aos cinco minutos, Rafa Bessa recuperou a bola e, na insistência, fez o primeiro. Três minutos e meio volvidos, Roc Pujadas, isolado, não perdoou numa casa que já foi sua, e dilatou. E, logo de seguida, de grande penalidade, Alessandro Verona até colocou a bola para lá da linha, mas o golo não foi validado.
Num lance rápido, não houve protestos dos leões. Ajudava a vantagem de dois golos e um ascendente claro. O Sporting parecia ter o jogo na mão. Até porque, logo a seguir, Ricardo Ares via azul por protestos e, mal terminou o underplay, havia azul a Carlo Di Benedetto.
O Porto estava nervoso e ansioso. Parecia em modo suicida, como quem queria que aquilo acabasse bem rápido. Parecia...
Malián defendeu o livre directo de Gonzalo Romero e o Porto sobreviveu a mais dois minutos de inferioridade e, a nove minutos do intervalo, Toni Pérez via azul no banco e a superioridade em pista era azul-e-branca.
Carlo Di Benedetto aproveitou e, solto na direita, rematou colocado para bater Ângelo Girão. E o Porto ganhava nova alma. E o jogo ganhava nova vida.
Mena e Verona veriam azul na confusão instalada depois de um lance em que Gonçalo Alves foi atingido por João Souto e, ainda antes do intervalo, o Sporting chegava à nona falta.
Os dragões entravam na segunda parte em busca da igualdade e forçavam a 10ª falta aos quatro minutos. Gonçalo Alves não acertou no alvo, mas Rafa Bessa saiu antes do tempo e, numa segunda advertência, viu azul. Em nova oportunidade, Gonçalo Alves fez o 2-2. E não mais voltaria a falhar.
O Porto estava agora por cima, sendo particularmente interessante ver o entendimento de Carlo e Mena, de dois "mundos" separados por muitos centímetros em altura, mas em comunhão ao nível da pista. Mas, sem marcar, a equipa de Ricardo Ares seria penalizada pela eficácia da equipa de Edo Bosch.
Aos nove minutos, Mena viu azul e Souto fez o 2-3 de livre directo com o Porto com oito faltas. Tocado, Girão saiu para se recompor enquanto Zé Diogo ia a jogo para oito segundos contados. Voltaria o titular, para ver Toni Pérez, solto sobre a direita, a assinar o 2-4. E o Porto já ia em nove faltas.
A pouco mais de 10 minutos do fim dos regulamentares 50, caía a 10ª dos dragões. E Malián via azul por protestos. E o catalão não se conteve, e viu outro azul. Parecia novamente o tal modo suicida, de um Porto que ficara descrente com nova desvantagem de dois golos.
Nolito não conseguiu bater Leonardo Pais, mas o Sporting estava confortável em nova vantagem amealhada. Terá abdicado de forçar para a dilatar e tal foi fatal.
Já nos seis minutos finais, caiu a 15ª falta leonina. Leonardo saía justamente ovacionado, depois de praticamente cinco minutos importantes. Chamado ao livre directo, Gonçalo Alves voltou a bater Girão. E, pouco mais de um minuto volvido, o capitão dos dragões, com um bom trabalho na área, igualava a quatro.
O Dragão despertou. Faltando gargantas no topo, ainda há a magia de uma indefectível central entusiasta que se multiplica num palco de acústica ímpar. Duas vezes "morto", o campeão nacional, nas asas do hat-trick de Gonçalo, lograva levar o jogo para prolongamento e, pelo menos, adiar o adeus à prova.
Prolongamento e penáltis
No prolongamento, depois de três golos, Gonçalo Alves assistiu, para um desvio de Di Benedetto que deixava o Porto na frente do marcador pela primeira vez na partida. Mas ainda não chegaria.
Na segunda parte do tempo extra, Rafa serpenteava pelo meio dos adversários para queimar tempo e seria infeliz a puxar o patim de um adversário. Faltando menos de dois minutos, Ares lançou Leonardo Pais para a baliza e este negou o golo de livre directo a João Souto. E continuou entre os postes.
Na pressão leonina, com cinco jogadores de pista contra três dos dragões, o português foi defendendo da forma que podia... até oito segundos do fim. Num remate forte, Alessandro Verona levava o jogo para a derradeira forma de decisão.
"Já estamos aqui há quanto tempo? Mais de duas horas e meia, de certeza...", questionava Toni Pérez. Sim, já ia em duas horas e 40 minutos. 160 minutos de tempo corrido para 60 minutos de tempo contado...
Nas grandes penalidades, Rafa Bessa marcou na segunda oportunidade dos leões, mas Gonçalo Alves igualou logo a seguir, na terceira dos dragões. E não houve mais golos na primeira série. Depois, Gonçalo Alves voltou a marcar. E Nolito não conseguiu bater Xavi Maliàn.
Tudo adiado para terça-feira.
Benfica 1-3 Óquei de Barcelos
• Benfica 4-3 Óquei de Barcelos • 28.Mai
• Óquei de Barcelos 4-1 Benfica • 1.Jun
• Benfica 2-4 Óquei de Barcelos (2-2, 0-2 pen.) • 4.Jun
• Óquei de Barcelos 6-4 Benfica • 7.Jun
Sporting 2-2 Porto
• Sporting 3-2 Porto • 28.Mai
• Porto 1-0 Sporting • 1.Jun
• Sporting 7-4 Porto • 4.Jun
• Porto 7-6 Sporting (4-4, 1-1 prol., 2-1 pen.) • 7.Jun
• Sporting vs. Porto • 10.Jun, 15h
Horário das partidas na hora local.
Sábado, 7 de Junho de 2025, 17h25