Óquei de Barcelos na final
O Óquei de Barcelos venceu o Benfica e está na final do Campeonato Placard, em busca de um título que escapa há 24 anos. Desde o regresso do playoff, as águias são o primeiro vencedor da fase regular a ficar fora da final.

O Óquei de Barcelos venceu este sábado o Benfica por 6-4 e, com a terceira vitória nas meias-finais, avança para a final do Campeonato Placard. Será a primeira vez depois de 2004 que os barcelenses terminam nos dois primeiros e é a primeira vez, desde o regresso do playoff, que o vencedor da fase regular é "derrubado" antes de chegar à final. E, com público, tinha sido sempre campeão...
A ter de vencer para levar a decisão para a Luz, o Benfica entrou fortíssimo no jogo, a tentar fazer esquecer a ausência de Pau Bargalló. Os capitães Diogo Rafael e Pedro Henriques levaram ao alinhamento inicial das equipas a camisola do catalão, que esteve presente, mas de canadianas. Há que esperar que o inchaço passe para a operação à rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, que não deve acontecer nas próximas duas semanas.
Logo no primeiro minuto, num remate da esquerda, João Rodrigues inaugurou o marcador. Aos seis minutos, numa transição rápida de Roberto Di Benedetto, o gaulês rematou cruzado da direita para o segundo das águias.
Rui Neto pediu desconto de tempo na resposta ao segundo tento encarnado e, de regresso à pista, Pol Manrubia, feliz em alguns ressaltos, reduzia, avivando o impressionante apoio que nunca deixara de vir das bancadas.
O Municipal encheu e houve mesmo muitas pessoas que tiveram de ficar do lado de fora. E, mais do que encher, foi sempre de uma incansável e inabalável crença. Ímpar.
O Óquei de Barcelos ia em busca da igualdade, mas os encarnados pareciam controlar e seguravam a desvantagem. Mesmo em inferioridade, mesmo com bolas paradas contra. Até ao intervalo, Pedro Henriques parou três livres directos, de Miguel Rocha após azul a Diogo Rafael, de Luís Querido na 10ª falta, e de Danilo Rampulla após azul a Edu Castro.
Pelo meio, em cinco minutos antes do intervalo intensos, houve também a 10ª falta barcelense. Zé Miranda perguntou se não era azul e, com segunda advertência, viu ele próprio o azul. No livre directo das águias, Conti ganhou o duelo com o seu capitão na albiceleste, Lucas Ordoñez. E, antes do descanso que já todos precisavam, Rampulla e Roberto Di Benedetto viram azul. Houve três para três entre jogadores de pista.
Sem golos, houve seis minutos, que entraram segunda parte dentro, sem 10 jogadores em pista.
A equipa de Rui Neto continuava atrás da igualdade, que surgiria já com 14 faltas. Aos sete minutos e meio, houve falha de marcação e Miguel Rocha, solto, não perdoou. Mas, pouco depois, o goleador desta época veria azul. Era hora de Conti mostrar predicados.
De livre directo, o guarda-redes argentino negou o golo a João Rodrigues. E, com a 15ª falta a cair de imediato, negou também a Zé Miranda. O Benfica continuava em superioridade, mas Rampulla ganhou uma grande penalidade e Luís Querido virava o marcador.
O capitão barcelense mandou calar a falange de apoio encarnada e escapou a um possível azul. A resposta foi de Roberto Di Benedetto, a avançar como quis para o 3-3. E devolveu a provocação, na sua melhor partida após o regresso da lesão em Abril. O gaulês carregou os encarnados, mas, agora que parecia estar de volta, não foi suficiente...
Houve nova grande penalidade para os da Catedral, mas desta feita Pedro parou o remate de Luís e, mesmo com 14 faltas a 13 minutos do fim, o Benfica estava melhor, provavelmente como nunca estivera nesta meia-final.
A seis minutos, teve oportunidade de passar para a frente depois de azul a Rampulla, mas Viti, coelho sacado - a frio - da cartola para tentar desfeitear Conti, atirou por cima. O jovem dos encarnados, chamado para colmatar a ausência de Pau, saiu de pronto, e as águias atacavam com mais um.
Num desequilíbrio da equipa barcelense, Zé Miranda serviu Nil Roca e o catalão rematou para o 3-4 já nos cinco minutos finais. Na efusiva celebração, Nil ficou queixoso da perna esquerda, mas recuperaria. Desta vez, foi só um susto.
Melhor no jogo e em vantagem, o Benfica estava por cima. Mas, de pronto, Miguel Rocha igualou, e o jogo e as bancadas ficavam para lá do ponto de ebulição. Pedro Henriques negou a Miguel o golo no livre directo na 15ª falta. E Conti fez o mesmo perante Zé Miranda após azul a Manrubia.
A quatro minutos do fim, o Óquei jogava com menos um. Em inferioridade, Rampulla "sacou" mais uma bola parada, e o capitão Luís Querido bisava para o 5-4. "Eu quero o Óquei campeão" ecoava a plenos pulmões no Municipal.
O irrequieto e supersónico Rampulla isolou-se e ganhou outro livre directo. Querido não conseguiu voltar a bater Pedro Henriques e o Benfica tentava o cinco-contra-quatro.
No entanto, na realidade, era mais cinco contra milhares de gargantas e cachecóis esvoaçantes, cinco contra a confiança e o orgulho do campeão europeu, cinco contra a certeza de que já nada abala esta temporada dourada.
Miguel Rocha recuperou a bola e rematou de muito longe. Podia ser de costas, de olhos fechados, quiçá pudesse ser na direcção errada, que certamente os deuses do Municipal encaminhariam a bola para a baliza deserta. O 6-4, com 38 segundos para jogar, matava o jogo e a eliminatória.
Os barcelenses ficam agora a aguardar adversário, que sairá da "negra" entre Sporting e Porto. O arranque da final está agendado para 14 de Junho. O Municipal de Barcelos será palco do jogo 2, no dia 18, e do eventual jogo 4, a 25.
Benfica 1-3 Óquei de Barcelos
• Benfica 4-3 Óquei de Barcelos • 28.Mai
• Óquei de Barcelos 4-1 Benfica • 1.Jun
• Benfica 2-4 Óquei de Barcelos (2-2, 0-2 pen.) • 4.Jun
• Óquei de Barcelos 6-4 Benfica • 7.Jun
Sporting 2-2 Porto
• Sporting 3-2 Porto • 28.Mai
• Porto 1-0 Sporting • 1.Jun
• Sporting 7-4 Porto • 4.Jun
• Porto 7-6 Sporting (4-4, 1-1 prol., 2-1 pen.) • 7.Jun
• Sporting vs. Porto • 10.Jun, 15h
Horário das partidas na hora local.
Sábado, 7 de Junho de 2025, 23h58