Porto é bicampeão

Com uma vitória em Barcelos, o Porto sagra-se bicampeão português, na 26ª conquista do Campeonato Nacional dos dragões. Gonçalo Alves bisou no tangencial triunfo por 2-3 que sela o terceiro campeonato em quatro temporadas para Ricardo Ares.

Porto é bicampeão

Depois dos triunfos do Sporting no Dragão Arena (2021), do Benfica no João Rocha (2023) e do Porto na Luz (2024), houve festa do Porto em Barcelos, com o triunfo no jogo 4 da final do Campeonato Placard, que vale o bicampeonato e a 26ª conquista aos dragões.

O Óquei de Barcelos tinha de ganhar, mas entrou algo displicente na defesa. Rafa, isolado por Hélder Nunes, não conseguiu bater Conti, mas, pouco depois, o mesmo Rafa ganhou na divisória e num "dois-para-zero", serviu Gonçalo Alves para o remate de primeira, a inaugurar o marcador com apenas cinco minutos jogados.

Nos três jogos anteriores, quem tinha marcado primeiro, tinha ganho, mas era cedo para os barcelenses baixarem os braços. Mais pressionantes, mais rápidos, tomavam conta do jogo, ainda que, com uma defensiva contrária bem montada, faltassem reais oportunidades de golo.

Sob o olhar do seleccionador nacional Paulo Freitas - seguramente em observação para o Europeu e, apontado ao comando técnico do Porto, talvez da sua próxima equipa -, o Porto criava mais perigo, com transições rápidas. E, numa delas, aos 13 minutos, Ezequiel Mena deixou para Carlo Di Benedetto, que rematou fortíssimo para dois golos de vantagem.

Apesar de, certamente, ter ainda fresca na memória o anular de duas desvantagens de dois golos no derradeiro jogo das meias-finais com o Benfica, o Óquei de Barcelos acusava o segundo tento e estava claramente confortável a equipa mais uma vez dirigida por Nelson Filipe. Ricardo Ares, não sendo ainda público castigo ou abertura de processo disciplinar, cumpriu segundo jogo de suspensão depois da expulsão no jogo 2 desta final.

A equipa de Rui Neto lograria reduzir no último dos primeiros 25 minutos, com Miguel Rocha a ganhar a Rafa - com os dragões a reclamar falta - e a finalizar com classe, batendo Xavi Malián. Poderia ser um tónico para a reviravolta. Mas não foi.

No arranque da segunda parte, o Porto conseguiu várias superioridades numéricas e, novamente no dobrar dos primeiros cinco minutos, Gonçalo Alves arrancou pela esquerda e rematou forte, cruzado da esquerda, para o 1-3 que repunha a vantagem de dois golos.

Os barcelenses precisavam de uma "injecção" de esperança, e chegaria num golo de Pedro Silva antes de estarem cumpridos 15 minutos. Decisivo na conquista da Supertaça e da Champions League, Pedro isolava-se e marcava depois de grande assistência de Pol Manrubia. Mas, logo a seguir, Pedro Silva quase passava de herói a vilão.

O jogador que vai reforçar o Juventude Pacense viu azul por falta sobre Rafa e era livre directo para um Gonçalo Alves que já bisara. No entanto, desta feita não conseguiria bater Conti e o Óquei de Barcelos sobreviveu à inferioridade numérica. E, mesmo com a falta de esclarecimento natural numa época longa e de muitas emoções, ia em busca da igualdade.

A sete minutos e meio do final, o capitão Luís Querido tinha uma soberana oportunidade, na 10ª falta dos dragões, mas o remate saiu ao lado. Era o "sinal" para o Porto se concentrar na defesa da tangencial vantagem.

O Óquei de Barcelos pressionava, rematava de onde podia, e o Porto tentava fugir com bola. Nos últimos dois minutos, Rui Neto atacou a cinco, mas nem assim... o Porto sagrava-se bicampeão.

Este é o 26º título nacional do Porto que, pela primeira vez na História, fica na lista de vencedores com mais dois títulos do que o Benfica. São agora 26 conquistas dos dragões contra 24 das águias, somando as duas equipas 50 dos 84 troféus entregues. Distante, o Sporting é o terceiro mais titulado, com "apenas" nove conquistas.

Entre os campeões, destaque para o técnico Ricardo Ares, de saída para o Barcelona e que se despede com três títulos de campeão em quatro temporadas, e para Rafa, jogador da equipa principal há 11 temporadas consecutivas, campeão cinco vezes neste período, outra antes pelo Valongo e, ainda júnior, outras duas vezes, nos dois últimos títulos do "deca", em 2010 e 2011... a última vez que o Porto conquistara títulos consecutivos.

Porto 3-1 Óquei de Barcelos

Porto 4-3 Óquei de Barcelos • 14.Jun

Óquei de Barcelos 3-1 Porto (1-1, 2-0 prol) • 18.Jun

Porto 5-3 Óquei de Barcelos • 22.Jun

• Óquei de Barcelos 2-3 Porto • 25.Jun

Galeria de vencedores

Porto (26): 1982/83, 1983/84, 1984/85, 1985/86, 1986/87, 1988/89, 1989/90, 1990/91, 1998/99, 1999/2000, 2001/02, 2002/03, 2003/04, 2004/05, 2005/06, 2006/07, 2007/08, 2008/09, 2009/10, 2010/11, 2012/13, 2016/17, 2018/19, 2021/22, 2023/24, 2024/25

• Benfica (24): 1950/51, 1951/52, 1955/56, 1956/57, 1959/60, 1960/61, 1965/66 1966/67, 1967/68, 1969/70, 1971/72, 1973/74, 1978/79, 1979/80, 1980/81, 1991/92, 1993/94, 1994/95, 1996/97, 1997/98, 2011/12, 2014/15, 2015/16, 2022/23

• Sporting (9): 1938/39, 1974/75, 1975/76, 1976/77, 1977/78, 1981/82, 1987/88, 2017/18, 2020/21

• Paço de Arcos (8): 1941/42, 1943/44, 1944/45, 1945/46, 1946/47, 1947/48, 1952/53, 1954/55

• Sintra (4): 1948/49, 1949/50, 1957/58, 1958/59

• Óquei de Barcelos (3): 1992/93, 1995/96, 2000/01

• Desportivo de Lourenço Marques (3): 1968/69, 1970/71, 1972/73

• Futebol Benfica (3): 1939/40, 1940/41, 1942/43

• Valongo (1): 2013/14

• CUF (1): 1964/65

• Ferroviário de Lourenço Marques (1): 1961/62

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