Veludo faz 'linha' nos três grandes campeonatos
Ao serviço do Cerdanyola na OK Liga, máxima categoria espanhola, Francisco Veludo completa o percurso pelos três históricos campeonatos europeus, depois da I Divisão portuguesa e da Serie A1 italiana. Provavelmente, inédito para um guardião português.

Será, provavelmente, um caso inédito entre guarda-redes portugueses. O lendário catalão Guillem Trabal fê-lo, bem como o ainda jovem argentino Matías Bridge, para referir dois casos. Mas Francisco Veludo, que este domingo completa 36 anos, será o primeiro guardião português a actuar na categoria máxima dos três históricos campeonatos europeus.
Na História do Hóquei em Patins, não foram muitos os guarda-redes lusos a aventurarem-se na OK Liga ou na Serie A1.
Num arriscado exercício de deixar algum nome de fora, Guilherme Silva, campeão europeu em 2006 pelo Follonica, e, mais recentemente, Leonardo Pais e Carlitos, e, esta época, Bruno Guia e Rodrigo Vieira, pisaram o palco da italiana Serie A1. Tiago Sousa e Pedro Henriques, campeões europeus por Liceo e Reus, e Tiago Rodrigues jogaram na espanhola OK Liga. Nenhum destes iria ao "outro" campeonato e, de todos, apenas Guilherme Silva e Tiago Sousa não regressariam a Portugal ao fim de uma época.
Se entre os jogadores de pista, António Rocha, Ricardo Pereira, ou, mais recentemente, Diogo Neves são exemplos de "aventureiros" portugueses nos três grandes campeonatos, entre os guarda-redes emerge agora o nome de Francisco Veludo.
Formado no Sintra, Veludo estreou-se na categoria máxima do Hóquei em Patins português, ainda muito jovem, pelo Sintra, na temporada de 2006/07. Representaria depois o Oeiras, na II Divisão, voltando à I Divisão pel'Os Tigres. Rumou depois ao Minho, jogando entre os maiores de Portugal pela Juventude de Viana e Braga.
Em 2018, partiu para Itália. Representou Amatori Vercelli e Breganze, granjeando reputação de um dos melhores guarda-redes da Serie A1. A pandemia trouxe-o de volta a terras lusitanas, e foi figura na afirmação do Tomar, mas voltaria a ir para lá dos Alpes, para vestir as camisolas de Bassano e Giovinazzo.
No último defeso, "Xico" trocou a Itália pela Catalunha, para o recém-promovido Cerdanyola.
Num arranque de campeonato complicado, o Cerdanyola de Diego Mir perdeu na pista do Sant Just e também não conseguiu contrariar o favoritismo de Liceo e Reus. Na complicada aceitação num campeonato que tem uma escola muito própria de guarda-redes, este sábado, em Reus, não foi "poupado" pelo narrador afecto à equipa da casa, de "parar praticamente tudo" na primeira parte a "o melhor deste Cerdanyola" na segunda.
De personalidade forte, inabalável nos seus princípios, é assíduo nos Mundiais e protagonista nas boas campanhas da selecção angolana, agora orientada por Rui Neto. Em 2026, deverá estar presente no Campeonato do Mundo no Paraguai.
Domingo, 12 de Outubro de 2025, 12h39