Um erro para corrigir outro erro

No decorrer da meia-final entre Espanha e Portugal, a 10ª falta portuguesa foi revista e a decisão inicial revertida. Mas, segundo o protocolo definido para o SRV, não poderia ter sido objecto de análise. Acabou por se corrigir um erro com outro.

Um erro para corrigir outro erro

Foi um "escrever direito por linhas tortas". E, afinal, contrariando a crença popular, um erro corrigiu mesmo outro.

A História do Sistema de Revisão Vídeo (SRV) é recente, mas já teve casos caricatos. Como na final da Taça de Portugal de 2023, entre Tomar e Sporting. Com recurso ao SRV, o tomarense Tato foi expulso. Mas o cartão foi retirado e a consequente inferioridade revertida, porque o também tomarense Pedro Martins alertou para o facto de ter sido revisto para além do tempo protocolado.

Como em tanto no Hóquei em Patins, a decisão foi estranhada por praticamente toda a gente, público em particular, mas ficou o alerta para a atenção aos pormenores dos protocolos.

Esta sexta-feira, na meia-final do Campeonato da Europa entre Espanha e Portugal, a 40 segundos do final da primeira parte do prolongamento, foi assinalada a 10ª falta a Portugal por simulação de Rafa. O internacional português ficou incrédulo e, consciente da sua "inocência", pediu, de pronto, a revisão.

O lance foi revisto e não houve livre directo, que poderia redundar em golo ou não. Mas, no erro de julgamento do lance pelos italianos Filippo Fronte e Marco Rondina, deveria sempre haver livre directo. Porque, segundo o protocolo estabelecido, concorde-se ou não, não podia ser revisto...

No "Video Review System Protocol" enviado às selecções, está escrito que "(4.3.1) os árbitros podem rever (4.3.1.2) situações que foram assinaladas ou que devem ser assinaladas relacionadas com (4.3.1.2.3) falta de equipa que implique livre directo nos últimos cinco minutos de jogo". E o lance nem aconteceu nos últimos cinco minutos do tempo regulamentar (que é a interpretação natural do protocolo), nem nos últimos cinco minutos do prolongamento.

No adiamento da utilização do SRV, justificada com a necessidade de treino e adaptação dos árbitros, era expectável que o protocolo distribuído - terá mudado desde o arranque do Europeu? - estivesse "na ponta da língua". Até porque o documento está datado de 11 de Abril e deverá ter sido o utilizado, por exemplo, na Final Four da Champions League. No entanto, cabe sublinhar que o seleccionador espanhol Pere Varias, não havendo protesto em jogo, também não se escusou nessa decisão, afastando qualquer polémica.

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