Uma certeza de largo futuro
Já uma certeza, Zé Miranda completa 22 anos como indiscutível na Selecção e no Benfica. Estreou-se na equipa principal das águias em 2021, mas 'falhou', por estar cedido, a conquista do título que agora procura juntar ao de campeão europeu.

Quando, em 2021, as equipas da I Divisão tiveram uma segunda pré-época em virtude de um Europeu inusitadamente colocado em Novembro ainda sob efeitos da pandemia, um jovem Zé Miranda terá conquistado a confiança de Nuno Resende, sendo lançado com 18 anos acabados de fazer para mudar um mau arranque de campeonato.
Quatro anos volvidos, Zé Miranda já foi chamado a um Mundial. E ganhou um Europeu. É uma certeza, um indiscutível na Selecção Nacional e no Benfica. Completa esta quarta-feira 22 anos.
Paulo Freitas chamou-o ao Campeonato do Mundo de 2024 ainda antes de completar 21 anos. Era o mais novo do plantel, com menos dois anos que Xano Edo e menos seis que Gonçalo Pinto, respectivamente os segundo mais novo do plantel e segundo mais novo entre os jogadores de pista. De resto, desde Gonçalo Alves em 2013 que um jogador não se estreava tão jovem na selecção absoluta das quinas.
Esperar-se-ia que jogasse pouco em Novara, que "comesse banco" a ver os outros jogar, mas teve muitos minutos. Novamente às ordens de Paulo Freitas, foi capitão da selecção de Sub-23 campeã europeia, e indiscutível nos 10 para o Campeonato da Europa absoluto, que terminou com Portugal campeão nove anos depois. Um título "a sério" para o Pedro dos Miranda.

Ao dobrar dos 22 anos, já soma a presença em duas grandes competições, apenas superado pelo guarda-redes Xano Edo (três), e os bem mais experientes e batidos nestas andanças Rafa (10), Gonçalo Alves (12) e Hélder Nunes (13). O currículo, que também conta com um Europeu de Sub-19, já é mais rico que o do pai, Afonso Miranda, internacional em todos os escalões, vencedor de duas Taças Latinas (em 1988 e 1989), mas que "apenas" representou a selecção absoluta em 1993 no Torneio Internacional do Porto.
Natural de Torres Vedras, cresceu na Física e chegou ao Benfica em 2017 com apenas 13 anos e para os Sub-15. Franzino, de sorriso fácil, quiçá na inocência de não saber o trabalho - muito para além dos treinos em pista e do - que o sucesso dá.
As águias tinham sido campeãs nacionais de seniores em 2016, perderam o título em 2017 no "célebre" empate de Alverca e só voltaram a ser campeãs em 2023. Zé Miranda trabalhou, cresceu para o protótipo de um jogador forte fisicamente que faz diferença nos dias que correm. Integrara o plantel em 2021, mas na época do título estava cedido ao Murches. Escapou-lhe a conquista que agora procura.
Na sua primeira temporada na equipa principal, não marcou qualquer golo. Mas marcou 20 pela equipa "B". Em 2022/23, a tempo inteiro na categoria máxima, foi o melhor marcador do Murches com 19. Regressou - de vez - à Luz para voltar a marcar 19 golos no campeonato, entre fase regular (13) e play-off (6). Na pretérita temporada, voltou a marcar 13 golos na fase regular, mas "apenas" dois no play-off, quando o Benfica caiu nas meias-finais depois de ter sido campeão um ano antes.

Esta época, já com vínculo contratual com as águias até 2029, o único vigente campeão europeu do Benfica (Diogo Rafael, João Rodrigues e Nil Roca foram campeões no passado) marcou três golos - dois deles na final - para a conquista da Elite Cup. E marcou nas três primeiras jornadas, de quatro já realizadas, do campeonato.
Num Benfica que lidera só com vitórias a fase regular, os 17 golos marcados estão distribuídos. Com três, Zé Miranda é um dos melhores marcadores, a par de Gonçalo Pinto e Viti. Zé brilhou particularmente no jogo maior, na recepção ao Porto. Marcou o primeiro, assistiu para o segundo (de Gonçalo Pinto) e fez o bloqueio para o terceiro (de Viti).
Pela sua juventude, é uma afirmação ímpar nos clubes de topo portugueses nos dias que correm. É uma certeza. Indiscutível.
Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025, 9h53






