Dérbi decide Supertaça
Benfica e Sporting disputam este domingo António Livramento. Agora a Supertaça, depois de na década de 70 terem disputado o icónico jogador que representou primeiro as águias e depois os leões.
A Supertaça põe frente-a-frente o campeão nacional ao vencedor da Taça ou, caso haja dobradinha, ao finalista vencido da prova rainha. A prova remonta à temporada de 1982/83, em que foi “inaugurada” com um dérbi entre os eternos rivais como, pela terceira vez, volta a acontecer este ano.
Em 1982 ganhou o Sporting, a duas mãos, vencendo por 6-2 na segunda depois do Benfica ter ganho pela margem mínima (4-3) na primeira. A primeira Supertaça da história do hóquei patinado nacional é a única que consta na galeria de troféus leonina, apesar dos verde-e-brancos terem estado em mais quatro decisões.
Mas também o Benfica apresenta um saldo negativo na disputa da Supertaça, tal como oito das 11 equipas que já disputaram o troféu, sendo que apenas Porto (19 vitórias e cinco derrotas), Óquei de Barcelos (4-3) e Valongo (1-0) contam mais êxitos do que desilusões. Os encarnados estiveram presentes em 17 finais, tendo ganho “apenas” sete mas que o colocam como a segunda equipa mais vitoriosa, só suplantada pelo registo impressionante do FC Porto.
Em 1996 o Porto ganhou porque o Barcelos abdicou da participação.
Continuando o caminho pela história, depois do triunfo leonino em 82/83, o Porto conquistou nove edições consecutivas - três delas frente ao Benfica e outras três ao Sporting - até que o Benfica quebrou a série vitoriosa dos dragões em 1993, frente ao Óquei de Barcelos.
O Benfica surgia na década de 90 mais forte depois de os anos 80 não terem corrido de feição e, sob o comando técnico de Carlos Dantas, conquistaram a sua segunda Supertaça em 1995, naquela que foi a última presença do Sporting no jogo de atribuição do troféu. E 1995 não deixou saudades aos leões. Mais do que a copiosa derrota por 13-4 na primeira mão na Luz (com 0-4 também favoráveis às águias na segunda), a equipa terminou o Nacional nos lugares de despromoção e a secção foi extinta no clube pela direcção de Pedro Santana Lopes.
A Supertaça recebeu o nome de António Livramento em 1999, em homenagem à malograda lenda, passando a ser disputada num só encontro em 2006. Este ano será a primeira vez que o Sporting está presente com a decisão a uma só mão, enquanto o Benfica já esteve em quatro, tendo conquistado duas, a última em 2012 frente à Oliveirense.
Últimos duelos sorriram ao Benfica
Após a extinção da secção em 1995, o Sporting só por 10 vezes defrontou o Benfica no dérbi mais apetecível do desporto português.
Na passagem fugaz pela I Divisão em 2004/05 – que terminou com a desistência dos leões e, na época seguinte, a “refundação” que agora se consolida – o Benfica ganhou 1-3 e 8-5 para o Campeonato e 1-2 nos oitavos-de-final da Taça de Portugal.
Desde o último regresso do Sporting à I Divisão em 2012, as equipas defrontaram-se mais seis vezes para o campeonato, e só por uma vez os leões conseguiram evitar a derrota. Foi em Dezembro de 2013, num empate a cinco bolas.
Findo o Nacional da pretérita temporada, teve lugar o último dérbi eterno antes desta Supertaça. Na Taça de Portugal, Benfica e Sporting esgrimiram argumentos numa final que os encarnados venceram por 3-0 e que ficou marcada pela contestação leonina à dupla de arbitragem.
Mudanças
Apostado em regressar à discussão de todos os títulos, o Sporting – novamente como modalidade oficial do clube - apostou forte no reforço da sua equipa pelo segundo ano consecutivo. Do empate de 2013 entre as duas equipas só continua nos leões o guarda-redes Zé Diogo Macedo mas os leões estão claramente mais fortes.
Neste defeso reforçaram-se com Luís Viana, Cacau, Esteban Abalos (“Tuco”) – experientes e consagrados - e André Centeno, saindo André Pimenta (por empréstimo), Carlitos e Nicolás Fernandez.
No Benfica, houve uma “viragem” à Catalunha. Saíram os argentinos Carlos López e Tuco (este para o arqui-rival leonino) e entraram dois catalães de nomeada - Marc Torra e Jordi Adroher – que se juntam a outro catalão do plantel, Guillém Trabal.
Trocas
Entre os inúmeros títulos dos agora reforços leoninos Luís Viana, Cacau e Tuco estão alguns conquistados com a camisola do Benfica. O trio chegou junto ao Benfica (em 2010) e desfez-se em 2013, após a conquista da Liga Europeia. Luís Viana e Cacau saíram (em 2013) mas Tuco ficou ainda mais duas épocas, acabando por sair neste defeso.
Mas não é só do lado leonino que há passados no rival. Agora de águia ao peito, muito antes de se afirmarem como seniores, Pedro Henriques e Miguel Rocha representaram o leão. Iniciando a sua formação em Paço de Arcos, o guarda-redes Pedro Henriques rumou ao Sporting em 2003, onde esteve apenas uma época antes de ingressar no Benfica. Miguel Rocha jogou mais épocas nos leões e chegou ao Benfica já como júnior. Antes de integrar definitivamente a equipa principal dos encarnados, jogou –ainda com idade júnior - um ano na equipa principal da Oliveirense.
Encontros, reencontros e rivalidades para conferir a partir das 18h deste domingo, em Aljustrel.
Quarta-feira, 30 de Setembro de 2015, 7h22