Sporting conquista Supertaça
O Sporting conquistou a segunda Supertaça do seu historial ao vencer o Benfica por 2-4.
Em Aljustrel, num pavilhão repleto de adeptos e sob um intenso calor, Benfica e Sporting deram a stickada de saída da nova temporada. Se o dérbi, só por si, já merece todas as atenções, este mais importante era, com um título em disputa.
Não guardando os seus novos argumentos, os treinadores apostaram de início em alguns dos seus novos argumentos. Pedro Nunes lançou logo de início Marc Torra e Jordi Adroher, enquanto Nuno Lopes apostou em Estebán Abalos, André Centeno e Cacau, deixando – de entre os reforços – apenas Luís Viana para entrar mais tarde.
Pedro Henriques e Tiago Losna cumpriram castigo relativo às expulsões no jogo da final da Taça de Portugal, em Maio.
O Sporting entrou afoito, mostrando desde já uma nova filosofia – mais atacante – de jogo, mas o Benfica não tardou a assumir as despesas do jogo. Numa partida sempre jogada a um ritmo altíssimo, os encarnados chegaram ao golo aos 12 minutos, por João Rodrigues, ampliando menos de dois minutos depois por Diogo Rafael.
A vantagem de dois golos coroava a melhor fase do Benfica no jogo, mas o leão infligiria o seu primeiro golpe pouco depois. André Centeno, o menos sonante mas porventura o mais influente dos reforços leoninos, roubou uma bola e partiu em contra-ataque para bater Guillem Trabal.
A partida chegava ao intervalo com a vantagem mínima para o Benfica mas uma vantagem moral para o Sporting, que sustivera a pressão encarnada e conseguiu chegar a um golo que deitava abaixo uma barreira psicológica importante: nos dois últimos embates com as águias, os leões não tinham marcado.
E mais golos leoninos surgiriam na etapa complementar. Logo aos três minutos, André Centeno lançou para as costas da defesa encarnada com João Pinto a aparecer rápido e a bola a terminar (com desvio deste segundo?) no fundo das redes da baliza à guarda de Trabal. Um golo que foi o triunfo de uma rotina que vem da Juventude de Viana – onde André e João jogaram até ao defeso de 2014 – e da selecção angolana.
O empate estava restabelecido relançando toda a incerteza na discussão do troféu. E, desta feita, foram os leões que se adiantaram na corrida. Pouco mais de dois minutos após o empate, João Pinto, em jogada de insistência, colocou pela primeira – e definitiva vez – o Sporting na frente do marcador.
O Benfica foi atrás do resultado que o Sporting defendeu com “garras” e dentes, sempre alicerçado num Ângelo Girão que voltou a estar imperial na baliza verde-e-branca. Mas foram os dois minutos de Zé Diogo Macedo que definiram o jogo. A 10 minutos do final, a décima falta do Sporting levou Nicolía para a marca de livre directo. O avançado do Benfica tentou o remate directo, defendido por Girão que, saiu antes do tempo. À ordem de repetição, o guarda-redes dos leões viu o azul por protestos. Saiu um herói, surgiu outro. Zé Diogo negou a característica picadinha de Nicolía e aguentou a pressão de um Benfica em superioridade numérica, devolvendo as redes –intocadas – a Girão.
Ao Benfica faltaram soluções para bater os guarda-redes leoninos e nem com cinco jogadores de pista ou de bola parada – uma grande penalidade por João Rodrigues e novo livre directo por Nicolía – o golo do empate surgiu. Do lado dos leões, o letal Luís Viana ainda viu Trabal negar-lhe um golo de livre directo mas não desperdiçou segunda oportunidade. A minuto e meio do derradeiro apito, “Zorro” bateu António Mendonça (“Toni”) – o catalão Trabal vira azul – para o 2-4 e colocou um ponto final (e de exclamação, com uma execução artística) na discussão do primeiro troféu da época.
No final da partida, Nuno Lopes frisou que esta foi uma vitória de quem mais a desejou, enaltecendo o “hino” ao hóquei em patins que foi proporcionado aos presentes. Pedro Nunes mostrou-se descontente pela não materialização em mais golos de uma primeira parte que terminou de forma penalizadora para o ascendente encarnado.
Esta é a segunda Supertaça para a vitrine sportinguista, depois daquela conquistada na primeira edição da prova em 1982/83, também frente ao eterno rival da capital.
André Moreira no Candelária
Entretanto a partida marcou o último jogo esta época de André Moreira com a camisola do Sporting. Mas o jogador vai continuar de verde-e-branco. Procurando mais tempo de jogo do que o que poderia ter num plantel leonino de 11 jogadores, André ruma ao Pico para reforçar o Candelária, naquele que é um regresso à ilha e ao clube que representou em 2009/10. Aos 31 anos, André Moreira deixa o Sporting depois de duas épocas de leão ao peito em que, para além desta Supertaça, conquistou uma Taça CERS.
Quarta-feira, 30 de Setembro de 2015, 7h47