Barcelona ‘remonta’ e vence Continental
O Barcelona arrebatou a sua 17ª Taça Continental depois de vencer o Sporting por 5-1.
O Palau recebeu mais de 2000 pessoas para o embate entre Barcelona e Sporting, com os leões a serem apoiados por uma falange numerosa e entusiástica que, para lá das tabelas, dominou o ambiente com cânticos até muito perto do final.
A jogar na sua pista, o Barcelona procurava, pela terceira vez na sua história de 19 presenças na decisão do título, virar uma desvantagem trazida da primeira mão. E, tal como nas duas ocasiões anteriores, ambas com o FC Porto, os “blaugrana” não defraudaram o seu público.
Poder-se-ia falar de um Barcelona em crise antes deste jogo, vindo de um raro par de derrotas consecutivas – primeira mão da Continental e, no Palau, frente ao Voltregà para a OK Liga – mas tal não teve reflexo em rinque. Ou, se teve, não foi decididamente positivo para o Sporting…
O Barcelona entrou muito forte e a pressionar muito alto. Ainda que a estratégia de Nuno Lopes para o Sporting – habitual e justificada pela vantagem de dois golos trazida da primeira mão – passasse por uma defesa férrea e espreitar o contra-ataque, a equipa de Ricard Muñoz foi sufocante e raras foram as vezes que se viram os leões na meia pista contrária.
Mas, defensivamente, os leões e um Ângelo Girão em missão inglória, praticamente só cederiam em desvantagem numérica. Tal aconteceu no primeiro e terceiro golos, situações em tudo semelhantes. Antes do primeiro golo, Estebán Abalos viu o azul, e Girão evitou a transformação do livre directo de Pablo Alvarez. Em superioridade numérica, o Barcelona chegaria ao golo por Lucas Ordoñez aos sete minutos. No terceiro, obtido a dois minutos e meio do intervalo, só mudaram os protagonistas. O azul foi para Losna, quem não conseguiu desfeitear Girão – protagonista que raramente muda – foi Marc Gual, e o golo em “power play” foi de Edu Lamas.
Entre os dois golos “gémeos”, Xavi Costa empatara a final com um remate rasteiro e colocado, com um trago a vingança pessoal. O internacional espanhol perdera a final da Taça CERS frente ao Sporting em Abril último, então ao serviço do Reus.
A reviravolta na final foi protagonizada pelos três reforços de Ricard Muñoz para esta época. Ordoñez (ex-Valdagno), Costa (ex-Reus) e Lamas (ex-Liceo) assinaram os três primeiros golos da partida.
O Sporting procurou reagir antes do intervalo, ainda que com pouco mais de um par de minutos para jogar, e na meia distância do capitão Ricardo Figueira esteve perto do golo em duas ocasiões. Na primeira a bola foi ao ferro e, na segunda, Aitor Egurrola levantou o patim até junto da trave para evitar o golo.
Os leões regressaram para a segunda parte com o “mundo ao contrário”. Volvidos 25 minutos sobre o apito inicial, a vantagem de dois golos passava a uma desvantagem de um e o Sporting via-se obrigado a assumir a partida. Mas o Barcelona tinha de deixar…
Luís Viana tentou de livre directo – aos quatro minutos - e de grande penalidade – aos 15 - mas o campeoníssimo Aitor Egurrola (esta Taça Continental foi o 57º título do seu currículo na equipa principal do Barcelona) negou-lhe o tento que poderia dar outro alento aos leões. Entre as oportunidades de bola parada, Marc Gual ampliara para 4-0.
Mesmo sem contar com Matías Pascual, lesionado na primeira mão e a enfrentar uma paragem prevista de seis semanas, o Barcelona não deixou de pressionar sempre muito e sempre muito alto, facilitando a tarefa a Egurrola ao minimizar os remates de meia distância e eventuais desvios na cara do seu “portero”. A oito minutos do final, de grande penalidade, Sergi Panadero fez o 5-0 e a festa na bancada passou do verde-e-branco leonino ao vermelho e amarelo da Catalunha e ao “blaugrana” (azul e grená) do Barcelona.
Pouco depois, Xavi Barroso teve a possibilidade de ampliar mas Girão negou o terceiro livre directo da tarde. Desta feita, o castigo fora pela 10ª falta leonina, sem qualquer exclusão, não houve repetição da história amarga da primeira parte… Também o Sporting voltou a ter nova oportunidade de bola parada. Mas, na cobrança da 15ª falta do Barcelona, também não foi Esteban Abalos que conseguiu desfeitear “Pulpo” Egurrola. Tal seria um prémio para o inconformismo de João Pinto, mas já tarde – no último minuto - e insuficiente para evitar que o Barcelona recuperasse um título que lhe fugia desde 2010.
No final da partida, em conferência de imprensa, Ricard Muñoz sublinhava que só teve a vitória na prova como certa nos derradeiros segundos e Aitor Egurrola destacou com humildade o compromisso defensivo dos seus companheiros que, ao pressionarem alto, fizeram com que fosse uma tarde em que qualquer um podia estar na baliza do Barcelona.
Do lado do Sporting, presente na conferência de imprensa pese alguma relutância, Nuno Lopes realçou os golos penalizadores em inferioridade numérica, dando mérito à pressão permanente dos catalães. O capitão Ricardo Figueira lamentou que os leões não tivessem conseguido contrariar o jogo do Barcelona e que o Sporting não tivesse conseguido fazer valer o seu estilo de jogo.
Domingo, 18 de Outubro de 2015, 10h13