De Viti para Viti
Na última Eurockey Cup de Sub-15, foram muitos os filhos de jogadores e ex-jogadores portugueses que mostraram em Vilanova i la Geltrù que, por vezes, o talento é hereditário.
Numa edição em que não seria eleito MVP (“Jogador Mais Valioso”), o nome de Vítor Oliveira era o mais insistentemente apontado ao troféu, melhor marcador a par do italiano Nicolo Crocco. Bem, talvez não se ouvisse tanto “Vítor Oliveira” como se ouvia “Viti”.
O nome de Viti terá feito com que alguns dos leitores, que se cruzaram nas pistas com outro Viti, um que ganhou reputação de raçudo e de nunca virar a cara à luta, se encolhessem. Viti, Sub-15 do Valongo, é, de facto, filho de Viti, agora no Póvoa.
O pai Viti completa 38 anos em Maio. Granjeou fama (e algum proveito…) de jogador duro, deixando a sua marca na sempre intransigente defesa da camisola que vestia, fosse a de Gulpilhares, Infante Sagres, Candelária, Juventude de Viana, Valongo, Espinho, Braga, Académico de Cambra, Carvalhos ou Riba d’Ave. Regressou ao Póvoa em 2018.
O filho Viti, campeão nacional de Sub-13 e vencedor da Eurockey Cup em Novembro último, é uma das promessas do Hóquei em Patins nacional, com uma qualidade técnica e táctica que o faz destacar apesar da sua tenra idade.
Do pai diz que herdou a forte stickada, mas dificilmente herdará a sua capacidade para intimidar os adversários porque não consegue evitar jogar com um sorriso contagiante. Intimidará certamente pela sua capacidade para desequilibrar e decidir jogos.
No rescaldo da conquista da Eurockey Cup, pai e filho partilharam com o HóqueiPT a sua cumplicidade, da mesma forma que – dizem – partilham o estilo. Mas não a roupa.
Quinta-feira, 19 de Março de 2020, 21h13