'Sunset' sobre patins

'Sunset' sobre patins

A Marina de Portimão e, passe a publicidade, o NoSoloÁgua são destaques no Verão algarvio, palcos de festa e celebração. Por estes dias, os "sunsets" têm também a celebração do Hóquei em Patins mais puro.

Na tentativa de fintar o confinamento ainda antes dos pavilhões serem reabertos, um grupo de jovens jogadores do Hóquei Clube de Portimão vão-se juntando num espaço acimentado, para "matar o bichinho" e manter a forma sobre os patins. Ao fim da tarde e enquanto a luz e as pernas o permitirem.

"Esta ideia surgiu pelo Dário [Oliveira] e o Tomás [Mendes]", conta-nos Carlos Resende, presidente do Portimão. "Um dia, vi numas fotos que estavam aqui, apesar de, na altura, havia ainda algum receio, foi no inicio de Junho", refere.

"Quando os vi aqui, vim cá e decidi fazer uma coisa mais organizada. Começámos a chamar mais gente, principalmente os mais velhos. Está previsto na próxima semana começar mais um escalão e assim sucessivamente. Temos vindo duas vezes por semana", explica. "É engraçado porque, não só fazemos o que gostamos, como dinamizamos...", aponta, detalhando. "Vemos as pessoas aqui na Marina a passarem, a olharem, a tirarem fotografias. É impecável por ser também uma possível forma de captação de novos atletas", congratula-se.

Os exercícios, pequenos jogos, visam uma pequena baliza, já adquirida a pensar no futuro. "É para as escolas, essencialmente. Eu dava Patinagem nas escolas primárias e este ano quero começar a dar mais a disciplina de Hóquei em Patins. Comprei sticks e balizas e darei Patinagem talvez no primeiro período, porque vão iniciar. Mas também quero pô-los a jogar um bocadinho de Hóquei em Patins, com passe e recepção, exercícios um bocadinho mais técnicos, e com uma baliza, que é sempre giro para os miúdos e acaba por ser mais fácil eles quererem e gostarem da disciplina", almeja Carlos Resende.

Dificuldades a Sul

A captação para o Portimão não é fácil, desde logo porque o Hóquei em Patins no Sul do país não tem a dinâmica que tem noutras regiões.

"Temos feito muitas tertúlias neste período e temos falado sobre isso. Vamos sempre inventando coisas novas, exactamente por isso, para ver o que podemos fazer para captar mais crianças para a disciplina", afirma Carlos Resende, convicto da sua missão.

"Sabemos que há a questão dos patins, do stick, tudo isso... é complicado. E não há ídolos cá em baixo... o Hóquei em Patins envolve uma série de capacidades técnicas que não são assim tão fáceis de adquirir e as crianças, hoje em dia, querem tudo para ontem. E então torna-se cada vez mais difícil", observa. Mas sem baixar os braços.

"Vamos continuar a trabalhar - e cada vez mais - porque há 20 anos meti-me nesta coisa e adoro isto e vivo isto... a brincar, mas vivo isto ao máximo", orgulha-se.

"Sou muito competitivo, até mais do que eles próprios", afirma, apontando para os jovens atletas. "Sou uma criança grande, mas gosto de ser e vamos continuar a tentar que isto no Algarve, e em todo o Sul, não esmoreça", garante.

Crescimento em Portimão

Entretanto, a teimosia de Carlos Resende e de quem o acompanha vai dando os seus frutos e o Hóquei Clube de Portimão vai paulatinamente crescendo. "Temos também Patinagem Artística, mas, só em Hóquei em Patins, são entre 70 e 80 atletas com a iniciação", sublinha. "O ano passado comecei a dar aulas no pré-primário, com um bocado de medo, mas tem sido uma coisa engraçada, e foi uma pena isto que aconteceu [da pandemia], que já estávamos com sete bambis, que nunca tínhamos tido. E a ideia era - e vai ser quando isto passar - continuar esse trabalho", aponta, com um objectivo claro. "Na próxima temporada vamos ter estes escalões até aos Sub-15 e espero daqui a seis anos tê-los todos", deseja.

Carlos Resende será o treinador da recém-criada equipa de Sub-15. "Mas como sou presidente, estou com eles todos", graceja, enumerando quem o acompanhará.

"Fomos buscar a Andreia Dâmaso, uma treinadora que espero nos venha dar uma grande ajuda. Passou pelo Benfica e, se calhar, fica com os benjamins de forma também a usar um bocadinho do nome e da experiência dela para captar mais crianças desde essas idades. Bambis e benjamins, mas bambis de preferência, embora aqui seja um bocado complicado, porque os pais têm um pouco de receio do Hóquei em Patins. Captar crianças de 3, 4 anos é muito complicado", lamenta.

Com os escolares ficará Carla Silva. "Já tinha sido nossa treinadora, mas, por motivos profissionais, teve de sair. Fomos recuperá-la", conta-nos. "E temos o Fernando Fitas, que estava já comigo, e vai continuar com os Sub-13", completa.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny