Benfica vence Dérbi na definição da Final Four da Taça
Estão encontrados os quatro protagonistas da Final Four da Taça de Portugal. Benfica, mais forte no dérbi, Oliveirense e Porto - que, entre si, venceram as últimas 12 edições - e ainda Óquei de Barcelos lutarão pelo troféu.
Depois de duas temporadas em que a prova foi cancelada, estão definidos os quatro protagonistas da Final Four da presente edição da Taça de Portugal, com quatro dos actuais cinco primeiros da classificação da I Divisão. Entre Benfica e Sporting, necessariamente um teria de ficar pelo caminho...
Futebol Clube do Porto
Garantiu primeiro o apuramento o Porto, com uma entrada determinada em Oeiras. Logo no primeiro lance do jogo, Gonçalo Alves fintou toda a gente na casa do 1º classificado da Zona Sul da II Divisão e inaugurou o marcador. Aos sete minutos, Carlo Di Benedetto ampliou, e, a meio da primeira parte, os dragões já venciam por 0-4, com golos de Reinaldo Garcia e Ezequiel Mena.
O desfecho da eliminatória já estava praticamente selado, mas, a fechar a primeira parte, o pouco utilizado Carlos Ramos ("Carlitos"), carimbou-o definitivamente, com dois golos a elevar para 0-6.
Na segunda parte, o Oeiras até "ganhou". A equipa orientada por José Carlos Califórnia (que, como guarda-redes do Benfica, protagonizou inúmeros Clássicos com o Porto) reduziu com dois golos de Gonçalo Suissas (que já vestiu a camisola azul-e-branca) e, depois de Di Benedetto assinar o único tento dos dragões na segunda parte, André Inácio fixou o 3-7 final.
União Desportiva Oliveirense
Juntou-se ao Porto, o detentor do troféu. Em Viana do Castelo, estava em jogo mais do que o apuramento. Caso a Juventude de Viana vencesse, haveria necessidade de mexer com as datas de 8 e 9 de Abril em virtude do compromisso europeu (segunda mão dos quartos-de-final da Taça WSE) dos vianenses.
Mas a Oliveirense venceu. De forma pragmática, um tento de Franco Platero, de grande penalidade, na primeira parte e outro de Marc Torra na segunda foram suficientes para garantir que a equipa de Oliveira de Azeméis continua na defesa do título conquistado em 2019, procurando repetir o "bis" de 2011 e 2012.
Sport Lisboa e Benfica
Na Luz, houve Dérbi. O maior que pode haver. E, pese os momentos ficaram muitas vezes de fora da equação nestes jogos tão particulares, desta feita vingou a notória ascensão do Benfica - que vinha de 14 vitórias e um empate nos últimos 15 jogos entre Campeonato e Taça - face a uma fase de alguma apatia exibicional do Sporting.
O Benfica, empurrado por uma casa que - tal como frente ao Porto - não esteve cheia, mas foi entusiasta, procurou assumir mais o jogo desde os instantes iniciais, mas com o Sporting a colocar "água na fervura", pausando e pautando o seu jogo com muitas cautelas, as oportunidades rareavam.
Ironicamente, aos nove minutos e meio, o primeiro momento de maior frisson junto da baliza de Pedro Henriques, resultou em golo. Na baliza de Ângelo Girão. O Benfica saiu rápido e Lucas Ordoñez rematou colocado para o primeiro do jogo.
Mexia primeiro e mais Nuno Resende. Quando, aos 11 minutos, foi assinalada grande penalidade de Platero sobre Pablo Alvarez, entrava o quarto suplente encarnado (Manrubia) e o primeiro verde-e-branco (Font). Carlos Nicolia foi eficaz de castigo máximo e fez o 2-0.
Entrava depois, já virada meia primeira parte, João Souto, o primeiro português de pista dos leões a entrar. E, a sete minutos do intervalo, entravam os adeptos leoninos, cerca de três dezenas.
O Benfica estava por cima, dinamizado pelas acções de Nicolia, mas o Sporting fechava bem na zona mais próxima de Girão. A quatro minutos do intervalo, Ferran Font viu azul. Lucas Ordoñez não conseguiu marcar, mas, atingido por Romero, haveria lugar a grande penalidade. E Nicolia voltou a não perdoar. Como no primeiros, sem festejo efusivo, com um foco e determinação à prova de qualquer decisão ou rumor.
Com dois azuis quase simultâneos, o Sporting continuaria em inferioridade apesar do golo sofrido, mas os encarnados não tiveram arte nem engenho para ampliar.
Na primeira parte, tudo parecia correr bem ao Benfica e mal ao Sporting. Na segunda, aos seis minutos, o quarto golo das águias foi paradigmático disso mesmo. Carlos Nicolia até caiu no início do lance, na linha divisória, mas, no seguimento, Edu Lamas serviu "Pablito" para um remate pronto e a terminar no fundo das redes.
Com uma tranquila vantagem assegurada, o Benfica deixou de ser tão afoito e o Sporting procurou reagir, mas voltou a surgir em bom plano Pedro Henriques. Negou o golo de grande penalidade a "Nolito" aos sete minutos e teve mais um punhado de intervenções dignas de registo.
Mais agressivo na busca da bola, o Sporting chegaria à 10ª falta a sete minutos do final, mas Pablito também não conseguiu bater Girão. Dois minutos depois, Ferran Font conseguia enfim bater Pedro Henriques, num golo que seria insuficiente, mas que os leões já mereciam.
Depois, nos quatro minutos finais entre encarnados e verde-e-brancos, predominou o azul. Entre uma acção intempestiva de Verona e a resposta de Edu Lamas, houve um salomónico azul a cada um, merecendo destaque a acção de Girão - claramente o mais esclarecido e tranquilo dos leões - a serenar os ânimos. Ainda em troca de palavras com os árbitros, Matías Platero também viu azul.
Meio minuto volvido, Diogo Rafael viu também o azul (Font não transformou o livre directo) e, mais meio minuto volvido, Ferran Font, por "insubordinação" (não entregava a bola enquanto argumentava com Miguel Guilherme) viu também o cartão. Com três azulados nos leões e dois nas águias, a lotação das "cadeiras do castigo" estavam para lá de esgotadas...
O jogo terminaria sem mais golos, com o marcador em 4-1.
Óquei Clube de Barcelos
A fechar os quartos-de-final, o Óquei de Barcelos venceu em Valença, num dérbi minhoto, por esclarecedores 1-10. O Valença surpreendera, fora, o Infante Sagres e a Juventude Pacense da sua Zona Norte da II Divisão, mas desta feita não conseguiu "dar o golpe" no primodivisionário Óquei de Barcelos.
Ao intervalo, a equipa de Rui Neto já vencia por 0-6 e geriu depois o jogo até ao apito final. Destaque para os hat-tricks de Danilo Rampulla, selado nos primeiros nove minutos, e Miguel Rocha. Diogo Silva apontou o tento de honra dos valencianos.
Os barcelenses estão de regresso à Final Four seis anos depois de terem marcado presença em Ponte de Lima, caindo nas meias-finais frente ao Porto. Dessa equipa, então orientada por Paulo Freitas, repetem a presença Joca Guimarães, Luís Querido e Zé Pedro. Curiosamente, no jogo em Valença que garantiu agora nova presença, marcaram os três.
A Final Four
A Final Four está prevista para o Pavilhão Multiuso de Paredes, a 8 e 9 de Abril, inusitados sexta-feira e sábado (apesar do planeamento federativo ainda não estar actualizado) ao invés dos habituais sábado e domingo. A tal não será alheio o facto dos agora semifinalistas Benfica, Oliveirense, Óquei de Barcelos e Porto (e ainda o Sporting) participarem no torneio oficioso do 50º aniversário do Liceo a partir de segunda-feira, dia 11.
Com o sorteio das meias-finais agendado para o próximo dia 16, é preciso recuar até 2007 - quando o Académico de Cambra venceu - para encontrar um vencedor da Taça de Portugal que não esteja nesta próxima Final Four.
Nas 12 edições que se seguiram, o Porto venceu em 2008, 2009, 2013, 2016, 2017 e 2018, o Benfica em 2010, 2014 e 2015 e a Oliveirense em 2011, 2012 e 2019, na última edição concluída.
O Porto soma 17 conquistas na prova, o Benfica 15 e Oliveirense e Óquei de Barcelos quatro. Os barcelenses venceram pela última vez em 2004.
Quartos-de-final
• Oeiras 3-7 Porto • 12.Mar
• Juventude de Viana 0-2 Oliveirense • 12.Mar
• Benfica 4-1 Sporting • 12.Mar
• Valença 1-10 Óquei de Barcelos • 12.Mar
Domingo, 13 de Março de 2022, 9h33