Sporting vence 'Dérbi Capital' em casa 34 anos depois
O Sporting venceu o Benfica e continua na luta com o Porto, que venceu o Tomar, pela vitória na fase regular, a decidir-se na derradeira jornada. Na sua casa, os leões não venciam as águias para o campeonato há mais de 34 anos.
Em Janeiro de 1988, um Sporting liderado por "mestre" António Livramento e com os jovens Vítor Fortunato, Paulo Almeida, Paulo Alves e Pedro Alves que viriam a marcar uma era na selecção portuguesa, venceu o Benfica por 9-2. O Sporting sagrou-se nesse ano campeão nacional pela sétima vez, a última antes da chegada de Paulo Freitas ao comando técnico dos leões, 29 anos depois. E esse 9-2 permaneceu como o último triunfo dos leões na sua casa, para o campeonato, frente ao "velho rival". Até este domingo.
Depois de 11 derrotas e cinco empates, Paulo Freitas, que tem mostrado aptidão para matar "borregos", registos históricos adversos, "matou" mais um. A vitória leonina começou a ser construída aos cinco minutos, num golo de Matias Platero muito facilitado pela defensiva benfiquista. Talvez também por isso, o capitão Diogo Rafael, envolvido no lance, poucos mais minutos de jogo teria...
Na saída de Diogo, entrou Pol Manrubia, para um momento em que ficavam em pista apenas dois portugueses, os guarda-redes Ângelo Girão e Pedro Henriques, até que Paulo Freitas lançou Henrique Magalhães.
Já com Henrique em pista, o Sporting chegou ao 2-0, num livre directo transformado por Ferran Font depois de azul a Pablo Alvarez, que, já há alguns minutos, trocava "mimos" com Toni Pérez.
O Benfica procurou reagir, mas não foi feliz na finalização, fosse pela exibição segura de Ângelo Girão, fosse por excesso de pontaria, com um par de remates ao ferro.
Contrariando a falta de eficácia da primeira parte, o Benfica começou a segunda praticamente a marcar. Gonzalo Romero viu azul e Carlos Nicolia não perdoou, reduzindo.
No entanto, aos sete minutos, quando o Sporting vinha com nove faltas da primeira metade de jogo, o Benfica chegou à 10ª, num momento discutido por terem sido duas faltas consecutivas aos encarnados. Mas Ricardo Leão assinalou uma falta em movimento, não contabilizada no imediato pela mesa (o que originou a confusão), e outra que valeu então livre directo.
Ferran Font não conseguiu voltar a bater Pedro Henriques, mas o Sporting tomou conta do jogo. Numa troca de bola paciente e com o Benfica pouco agressivo defensivamente, os leões controlavam, mas foram "traídos" pela 10ª falta aos 13 minutos. Nicolia saltou do banco e, à segunda (Girão saiu antes do tempo na primeira), fez o 2-2.
A equipa de Nuno Resende chegava à igualdade, mas não teria tempo de conviver com essa realidade. Logo no recomeço, Lucas Ordoñez viu azul e, com Pedro Henriques a ganhar novo duelo de bola parada (agora com Romero), o Sporting foi eficaz na superioridade numérica. Ferran oportuno, foi rápido a reagir a uma bola vinda da tabela de fundo e fez, a 11 minutos do fim, o 3-2.
O Sporting voltava a poder gerir o encontro. O Benfica não deixaria de procurar o golo, mas faltavam soluções. Entre quem podia transportar jogo e desequilibrar, Nicolia tinha poucos minutos e Diogo Rafael nenhuns e a sólida equipa leonina controlava. A minuto e meio do final, João Souto, num desvio subtil com classe, elevava para 4-2 e decidia a partida.
Com esta vitória leonina, a equipa de Paulo Freitas continua com hipóteses de chegar ao 1º lugar no final da fase regular e relega o Benfica para a disputa do 3º lugar.
Porto cumpre
Antes do dérbi da capital, o Porto, mesmo continuando sem Reinaldo Garcia e Telmo Pinto, venceu o Tomar por tranquilos 7-3.
Carlo Di Benedetto marcou aos três minutos e meio e bisou aos sete, ampliando a vantagem para três golos a oito minutos do descanso. Caio, no regresso a uma casa que foi sua, reduziu, mas Ezequiel Mena repôs a diferença antes do intervalo.
Na etapa complementar, Francisco Veludo defendeu uma grande penalidade de Gonçalo Alves, mas não evitou o 5-2 (depois de Pedro Martins reduzir) do goleador-mor azul-e-branco, de livre directo. Aos nove minutos, Mena bisava para um 6-2 que "matava" o jogo.
Porto está a um ponto de garantir a vitória na fase regular. Na última jornada, desloca-se a casa da 'aflita' Sanjoanense.
Houve tempo, nos dragões, para a estreia absoluta de Miguel Henriques e para a estreia a marcar de Vasco Pereira, com Tomás Moreira, de livre directo a fechar as contas.
Pese a vitória, o Porto já não chegará ao 66 pontos conseguidos na pretérita temporada e terá de pontuar em São João da Madeira na derradeira jornada (ou esperar que o Sporting não ganhe) para garantir a vitória na fase regular. Já o Sporting pode chegar aos 62 pontos em e igualar o pecúlio de 2020/21, ao passo que o Benfica terá de vencer para ultrapassar o (paupérrimo) registo de 55, que não valeu mais do que o 4º lugar. Os hipotéticos 56 desta época valerão o 3º lugar, assumindo que não são "devolvidos" ao Barcelos os três pontos retirados na secretaria.
25ª jornada
• Marinhense 4-2 Valongo • 30.Abr
• Paço de Arcos 3-4 Juventude de Viana • 30.Abr
• Parede vs. Sanjoanense • 30.Abr
• Turquel 2-7 Braga • 30.Abr
• Óquei de Barcelos vs. Oliveirense • 30.Abr
• Porto 7-3 Tomar • 1.Mai
• Sporting 4-2 Benfica • 1.Mai
Classificação
1º Porto (61 pontos), 2º Sporting (59), 3º Benfica (53), 4º Oliveirense (53), 5º Óquei de Barcelos (52), 6º Valongo (39), 7º Tomar (39), 8º Braga (38), 9º Juventude de Viana (26), 10º Paço de Arcos (25), 11º Parede (18), 12º Sanjoanense (16), 13º Marinhense (16), 14º Turquel (15)
Domingo, 1 de Maio de 2022, 23h39