«Aos 36 anos, tenho muito para dar, muito para ganhar»
Ganhar o Mundial em casa pela albiceleste era um sonho de Nicolia, argentino com nacionalidade portuguesa. Agora, abdica da selecção, mas, no regresso a Portugal, promete dar tudo pelo Benfica, mesmo perdendo o estatuto de 'seleccionável'.
"Ganhar o Mundial, e sobretudo ganhar em casa, era muito importante", conta-nos Carlos Nicolia.
Depois de ter conquistado o Campeonato do Mundo em 2015, o desfecho das edições de 2017 e, principalmente, de 2019, foi frustrante para os argentinos.
Agora, no regresso a San Juan, a selecção masculina procurava um triunfo em casa que só uma vez acontecera, em 1978, já lá iam 44 anos. "Tinha este sonho desde pequeno, de ser campeão do Mundo em casa", sublinha o capitão, que realça um feito histórico a merecer a atenção dos adeptos do desporto. "O triplete para nós, era impossível", afirma. "Agora começa o Mundial de futebol, mas que as pessoas não esqueçam que a única modalidade na Argentina que ganhou três campeonatos foi o Hóquei e que nos deem a importância que merecemos", reclama, numa "guerra" que vem sendo transversal a todos os países em que o Hóquei em Patins se pratica.
Sobre a final, Nicolia destaca a tranquilidade na hora de desvantagem de ter "o melhor atacante do Mundo, Pablo Alvarez" e de, quando foi hora de defender, ter "o melhor guarda-redes do Mundo, Conti Acevedo, e dois dos melhores defensores do Mundo, Platero e Romero". Todos a jogar no Campeonato PLACARD, em Portugal.
No regresso à realidade lusa, Carlos Nicolia perderá o estatuto de seleccionável que logrou em virtude de ter nacionalidade portuguesa e de ter cumprido o hiato de três anos sem representar a anterior selecção. No entanto, o compromisso é total e espera não ser prejudicado pelo estatuto... ou idade.
"Pelo Benfica, dou tudo. Espero que isto não mude as coisas, pois treino todos os dias para estar na equipa. Somos três campeões do Mundo, é uma coisa mais, e espero que seja considerado quando for para fazer a equipa. E que não seja pela idade, porque mostrei novamente que, aos 36 anos, tenho muito para dar, muito para ganhar e isso é que interessa", observa.
Após esta final, Nicolia despede-se da selecção. Depois de ter sido campeão do Mundo de Sub-20 em 2005, participou em oito mundiais consecutivos, com dois bronzes (2007 e 2017), quatro pratas (2009, 2011, 2013 e 2019) e dois ouros (2015 e 2022), tendo capitaneado a albiceleste nas três últimas edições.
Sexta-feira, 18 de Novembro de 2022, 12h22