Foco no prémio europeu
O Pavilhão Fidelidade recebe a decisão da Liga dos Campeões Feminina. O eneacampeão português Benfica ambiciona voltar a conquistar o título, mas os rivais Palau, Vila-Sana e Gijón são 'apenas' as três melhores equipas da OK Liga.
A Liga dos Campeões Feminina 2022/23 tem este fim-de-semana o seu epílogo, com o Pavilhão Fidelidade como palco.
Cinco anos depois de uma amarga derrota na final com o Gijón, o Benfica volta a receber a decisão da competições europeia feminina de clubes, e não se conseguiria melhor cartaz. Às águias, dominadoras em Portugal e com o "deca" como um dos objectivos para esta época, juntam-se Palau, bicampeão europeu, bicampeão espanhol e virtualmente vencedor da fase regular da OK Liga a uma jornada do fim, e Vila-Sana e Gijón, respectivamente actuais 2º e 3º no melhor campeonato feminino do Mundo.
Com um histórico de 14 vitórias em 15 edições concluídas, o Hóquei em Patins espanhol feminino é sempre favorito à conquista europeia. O Palau conquistou as duas últimas edições e o Gijón já soma cinco conquistas, a última em 2018, quando a Luz foi talismã. Mas o único vencedor "não espanhol" foi precisamente o Benfica, triunfante em 2015.
Esta época, nas meias-finais, as águias têm pela frente o Vila-Sana, estreante nestas andanças europeias, mas com um plantel de respeito. As argentinas Luchi Agudo, Daina Silva e Valentina e Julieta Fernandez são campeãs do Mundo e estão bem secundadas pelas espanholas Laura Barcons, Maria e Victoria Porta ou Maria Figuerola, contando ainda o técnico Lluis Rodero com a portuguesa Sandra Bento Coelho, que representou o Benfica no passado, entre os postes.
No lançamento desta Final Four, Paulo Almeida, timoneiro do projecto feminino encarnado desde que este foi "fundado" em 2012, agradeceu ao clube a organização, esperando que o público possa ser determinante, primeiro na passagem à final.
Reconhecendo o valor do Vila-Sana, o técnico encarnado salientou também a qualidade da sua equipa, esperando contar com a "estrelinha da sorte" para poder vencer e marcar presença na final.
A capitã Marlene Sousa, no Benfica desde 2014, frisa que não se pode apontar um favorito claro nesta Final Four, dada a qualidade das quatro equipas em confronto. Valorizando mais uma presença (a quarta) nas meias-finais, Marlene recordou a ímpar conquista de 2015 em que foi figura e vincou o desejo de que o exemplo desta equipa encarnada possa, de alguma forma, catapultar o Hóquei em Patins feminino em Portugal.
Maria Celeste Vieira chegou ao Benfica em 2004, com apenas sete anos e avançada. Sairia, já guarda-redes, para crescer noutros entornos mais propícios, mas regressaria com 15 anos, quando houve de facto aposta das águias no feminino e quando começou a perceber a dimensão e responsabilidade da modalidade no clube. Recordando as lágrimas da final de 2018, sublinha a maior maturidade que a equipa agora tem numa nova oportunidade que sabia que chegaria.
A visiense Beatriz Figueiredo chegou às águias apenas em 2020, tendo estado na Final Eight de 2021 e na Final Four de 2022. O foco é no triunfo, confessando "Bia" que o trabalho de preparação desta decisão é mais pormenorizado que noutras alturas da época. O desafio é maior e (mais) uma conquista internacional colocaria a equipa noutro patamar de reconhecimento que as quase "corriqueiras" conquistas nacionais deixaram há muito de ter.
A meia-final entre Vila-Sana e Benfica está agendada para as 15h deste sábado. Antes, às 12h30, as asturianas do Gijón, da portuguesa Ana Catarina Ferreira, e as catalãs do Palau, na reedição das últimas finais europeia e espanhola, decidem o primeiro finalista.
Meias-finais
• MF1 • Gijón vs. Palau • 29.Abr, 12h30
• MF2 • Vila-Sana vs. Benfica • 29.Abr, 15h
Final
• Vencedor MF1 vs. Vencedor MF2 • 30.Abr, 13h
Sábado, 29 de Abril de 2023, 0h11
