Valongo vence Sporting e está novamente nas 'meias'
O Valongo venceu o Sporting com uma exibição segura, polvilhada de rebeldia e com Xano a brilhar entre postes que também deram uma ajuda. Finalistas em 2022, os valonguenses de Edo Bosch estão de novo nas meias-finais.
Já caíra o último campeão, às mãos da Oliveirense, nas grandes penalidades. E o Valongo derrotou o penúltimo (e antepenúltimo), o Sporting, vencendo por 2-3.
A última partida dos quartos-de-final da Liga dos Campeões contrastou com a primeira desta sexta-feira. Em pista e fora dela. O Pavilhão Municipal José Natário compôs-se com muitos adeptos do Sporting e ainda mais - e mais efusivos - do Valongo para um jogo vivo, emotivo, o que, entre os quatro já disputados, melhor brilharete faria numa final.
O Sporting, sem Verona, lesionado, assumiu a iniciativa, no seu jeito pressionante e rematador, mas com o Valongo a fechar bem. Aos cinco minutos, Gonzalo Romero, em slalom, abriu uma brecha enorme na muralha adversária e ganhou uma grande penalidade, mas "Xano" Edo, negar-lhe-ia o golo três vezes. E negaria muitos mais aos atacantes leoninos, contando também com a preciosa ajuda dos seus ferros. Como a dois minutos do intervalo, quando foi Toni Pérez que teve "pontaria a mais".
Foi uma primeira parte vibrante, mesmo sem golos. E, chegados ao intervalo com oito faltas para cada lado, os cada vez mais decisivos livres directos aproximavam-se.
Com apenas três minutos e meio cumpridos na etapa complementar, o Valongo chegava à 10ª falta. Ferran Font tentou desfeitear Xano com um remate directo, mas o internacional português parou bem. E, um minuto volvido, Rafael Bessa, reforço leonino para a próxima época, mostrou credenciais, inaugurando o marcador num remate colocado.
A equipa de Alejandro Dominguez foi em busca do empate, que tardou apenas quatro minutos. Numa boa combinação, numa das raras vezes em que a defensiva valonguense foi apanhada em desequilíbrio, João Souto serviu "Nolito" para a igualdade.
Pressionavam os leões, mas ver-se-iam novamente em desvantagem quando João Almeida viu azul e, num remate forte, o argentino Facundo Navarro - que cumpriu parte da sua formação no Sporting - bateu Ângelo Girão para o 1-2. Ao modelo pressionante de Dominguez juntava-se a necessidade de voltar a marcar.
Duas grandes exibições de Girão e Xano iam adiando os golos que o jogo - mas não os guarda-redes - merecia ver. O marcador chegaria a um "hitchcockiano" 9-14 em faltas, com o Sporting em busca da igualdade perante uma orquestra bem afinada, e muito personalizada, às ordens de Edo Bosch. Podiam os leões queixar-se de alguma infelicidade na hora do remate, como foi paradigmático a sete minutos e meio do fim. Romero rematou forte, à barra. Houve desconto de tempo. E Ferran Font voltou a acertar no ferro. Era feliz o Valongo, mas sem deixar o rumo do jogo entregue à sorte.
A equipa de Edo Bosch procurou sempre o ataque pensado, sem se precipitar. Facundo Bridge, outro futuro reforço leonino, mostrou argumentos técnicos na condução de bola, Navarro mostrou força e espontaneidade no remate. E houve rebeldia, sem que a camisola adversária assustasse, muito personalizada por Rafa Bessa e Diogo Abreu, numa "explosão" controlada pela quase desconcertante tranquilidade de Nuno Santos.
A seis minutos do derradeiro apito, o Sporting chegava à 10ª falta. Novamente chamado, Navarro voltou a marcar e ampliou para 1-3. Nos livres directos que vão compassando alguns marcadores dos pavilhões, o Sporting reduziria minuto e meio depois, na 15ª falta contrária, com Romero a voltar a marcar.
Sobravam quatro minutos e meio. Até a claque valonguense, incansável durante todo o jogo, ficou de voz travada nos lances de perigo que os leões iam criando. Suspirava-se de alívio. Festejavam-se as defesas, os cortes, o afastar a bola. Alejandro tentava tudo, mas nem atacando a cinco o desejado empate chegaria. A festa era do Valongo.
Na meia-final, o Valongo defronta a Oliveirense num duelo entre presente e futuro. Edo Bosch está de malas feitas para a equipa de Oliveira de Azeméis e levará consigo Xano, Diogo Abreu, Facundo Navarro e Nuno Santos. Caberá a estes mostrarem-se merecedores da sucessão e aos actuais jogadores, comandados por Paulo Pereira, que mereceriam outra confiança. Nos dois duelos que protagonizaram esta época, no Campeonato Placard, o Valongo levou a melhor, por 3-1 e 3-5.
Para o Sporting, cinco dias depois de ter sido derrotado na final da Taça de Portugal pelo Tomar, gora-se mais um dos grandes objectivos da época com o afastamento nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. O foco será agora no play-off de decisão de campeão nacional.
Quartos-de-final
• QF1 • Benfica 2-4 Porto • 4.Mai
• QF2 • Barcelona 5-3 Óquei de Barcelos (2-2, 3-1 prol) • 4.Mai
• QF3 • Trissino 6-8 Oliveirense (4-4, 1-1 prol, 1-3 pen) • 5.Mai
• QF4 • Sporting 2-3 Valongo • 5.Mai
Meias-finais
• MF1 • Porto vs. Barcelona • 6.Mai, 15h
• MF2 • Oliveirense vs. Valongo • 6.Mai, 18h
Final
• Vencedor MF1 vs. Vencedor MF2 • 7.Mai, 15h
Sábado, 6 de Maio de 2023, 8h44
