Redenção e fado
Depois de três derrotas, o Benfica venceu o Porto por 5-0 e está na frente na meia-final. Com mais equilíbrio, o Sporting também se adianta. O Óquei de Barcelos esteve cinco (!) vezes na frente, mas continua sem conseguir vencer os leões.
Inusitadamente à mesma hora e separadas de apenas 4 km em linha recta, arrancaram as meias-finais do play-off. Benfica e Sporting triunfaram em casa sobre Porto (5-0) e Óquei de Barcelos (6-5).
No Pavilhão Fidelidade, jogava-se mais do que um primeiro jogo de uma série que, à melhor de cinco, promete ser longa.
O Benfica tinha de mostrar argumentos, vindo de três derrotas consecutivas frente ao Porto, com um saldo total esta temporada de uma vitória e quatro derrotas, tendo perdido na recepção aos dragões há menos de um mês. E, na montanha-russa exibicional que tem pautada esta época da equipa de Ricardo Ares, que foi - por exemplo - de uma paupérrima eliminação nas "meias" da Taça à conquista da Liga dos Campeões, os encarnados venceram categoricamente.
Logo aos três minutos, Nil Roca recuperou a bola na tabela de fundo atacante a Gonçalo Alves e bateu um desamparado Xavier Maliàn para o primeiro do jogo, que tem sido determinante. Nos duelos entre águias e dragões, quem sai na frente, vence. E não houve excepção à regra, até porque o Porto facilitou muito defensivamente.
Lucas Ordonez ampliaria num ataque rápido sobre a direita, com tempo e espaço para escolher entre a assistência para Diogo Rafael ou o remate. E, já no último minuto da primeira parte, Roberto Di Benedetto ganhou ficou solto na zona frontal e, sem a devida compensação, rematou livre de oposição.
Na etapa complementar, apesar do desnível no resultado, houve muita tensão. Afinal, seja em que minuto for, Clássico é Clássico, ainda mais entre as duas equipas mais galardoadas do Hóquei em Patins português.
Com uma exibição seguríssima, Pedro Henriques negou a aproximação no marcador a Gonçalo Alves, de grande penalidade, e, ainda que Carlos Nicolia não conseguisse converter o livre directo da 10ª falta azul-e-branca (o Benfica não iria além das cinco), o triunfo seria confirmado nos seis minutos finais.
Nil Roca passou facilmente por Reinaldo Garcia para colocar sobre um Maliàn que, ao contrário de outros Clássicos, não conseguiu "fechar a porta", e Pablo Alvarez selou o resultado - em 5-0, a dois minutos e meio do fim - num remate à entrada da área, numa situação de 3x2 com boa assistência do compatriota Lucas Ordoñez.
Interessa como acaba
No João Rocha, o desenrolar e desfecho da partida foi mais condigno com o dito "Melhor Campeonato do Mundo". O Óquei de Barcelos esteve várias vezes na frente (cinco), mas foi o Sporting é que reclamou a primeira vitória.
Diz-se que não interessa como começa, interessa como acaba. Acrescentamos que não interessa como vai indo...
Também já com cinco duelos, o saldo entre Sporting e Óquei de Barcelos pendia claramente para os leões, com três vitórias leoninas (duas no João Rocha, outra em Tomar) e dois empates (ambos em Barcelos). E os barcelenses foram em busca de uma primeira vitória.
Acabou por ser um jogo de "golo-cá-golo-lá". A equipa de Paulo Freitas foi ganhando sucessivas vantagens, sempre tangenciais, e o grupo dirigido por Alejandro Dominguez foi sucessivamente anulando-as.
Alvarinho, que saiu do Sporting para o Óquei de Barcelos em 2021, fez o primeiro, aos oito minutos. Henrique Magalhães, que representou os barcelenses em 2012/13, igualou aos 13, mas teve resposta quase imediata de Danilo Rampulla, a recolocar os visitantes na frente.
Surgiu depois na luta dos golos Ferran Font, mesmo a contas com a lesão que o vai afastar do Campeonato da Europa. Igualou a dois e igualaria a três depois de Miguel Vieira ter assinado o terceiro dos barcelenses. Nesta toada, Luís Querido, de livre directo após azul a Matías Platero, bateu Zé Diogo (no último jogo de castigo de Ângelo Girão), para o 3-4 com que se chegaria ao intervalo.
Na primeira volta da fase regular, o Óquei de Barcelos também chegara ao intervalo em vantagem, mas seria "atropelado" pela intensidade ofensiva do Sporting. Desta feita, houve melhor gestão barcelense, também com os leões a precipitarem-se muito em ataques curtos, mas o prémio seria novamente leonino.
Alessandro Verona repôs a igualdade ainda não estavam cumpridos cinco minutos na etapa complementar, mas o Óquei de Barcelos voltaria ainda uma derradeira vez à liderança, com novo golo de Miguel Vieira, a 11 minutos do fim. Quase de pronto, João Almeida igualava. E o Sporting ia definitivamente em busca da vitória.
Caberia, como em tantos outros jogos, a Gonzalo Romero desequilibrar. A capitanear a equipa na ausência de Girão, o argentino que deixa tudo em pista fez o 6-5 com menos de dois minutos para jogar, sabendo depois o Sporting segurar a vantagem - a única, mas a que interessa - que vale a vantagem nesta meia-final.
Os segundos jogos das meias-finais serão jogados, novamente em simultâneo, às 20h de dia 24, quarta-feira.
Meias-finais - Jogo 1
• Benfica 5-0 Porto • 20.Mai
• Sporting 6-5 Óquei de Barcelos • 20.Mai
Meias-finais - Jogo 2
• Porto vs. Benfica • 24.Mai, 20h
• Óquei de Barcelos vs, Sporting • 24.Mai, 20h
Meias-finais - Jogo 3
• Benfica vs. Porto • 28.Mai, 12h
• Sporting vs. Óquei de Barcelos • 28.Mai, 15h
Meias-finais - Jogo 4 (se necessário)
• Porto vs. Benfica • 1.Jun, 20h
• Óquei de Barcelos vs, Sporting • 31.Mai, 20h
Meias-finais - Jogo 5 (se necessário)
• Benfica vs. Porto • 4.Jun, 15h
• Sporting vs. Óquei de Barcelos • 4.Jun, 15h
Domingo, 21 de Maio de 2023, 9h05