Chegar, ver, vencer e ser dispensado
No último defeso, o Gijón apostou na mudança de treinador após uma temporada em branco. Ramon Peralta chegou, viu e venceu. E venceu. E venceu. E venceu. Supertaça, Liga dos Campeões, Taça da Rainha e OK Liga. E, agora, é dispensado.
Quando não se ganha, o treinador é tradicionalmente o elo mais fraco, por onde a "corrente" rebenta. Sem ganhar nada na temporada de 2021/22, Fernando Sierra deixou o comando técnico (mas manteve-se no Gijón) e a aposta foi em Ramon Peralta.
Asturiano, nascido em Oviedo há 54 anos, Ramon Peralta deixava a Catalunha, onde se afirmou como um dos melhores jogadores da sua geração, para voltar à sua "pátria querida" como treinador de uma equipa que procurava, como já conseguira ao longo da sua história, contrariar a tradição catalã.
Logo no arranque da temporada, o Gijón venceu a Supertaça. Não iria além de um terceiro lugar na fase regular da OK Liga, mas, conquistava, em Lisboa, a Liga dos Campeões. No regresso a Espanha, antes do arranque do play-off, venceria a Taça da Rainha. E um histórico quadruplete, com a capacidade nas decisões que a equipa que conta com a portuguesa Ana Catarina Ferreira mostrara, já não era uma miragem.
E venceu também a OK Liga.
Esta sexta-feira, nas redes sociais, Ramon Peralta surpreendeu o mundo do Hóquei em Patins. E o próprio também não escondeu a surpresa que sentiu quando lhe comunicaram, esta semana, que não contariam com ele para a próxima temporada como treinador da equipa principal. "Fecha-se uma porta e de certeza que se abrirão outras, é a lei da vida e há que aceitá-lo", escreveu.
Para o técnico que logrou um feito histórico, poderá ser complicado conseguir um projecto numa altura em que as equipas da competitiva OK Liga Feminina já têm a próxima temporada alinhavada. Por outro lado, quem chegar para pegar no Gijón, começará já com uma certeza: melhor não conseguirá.
Sexta-feira, 16 de Junho de 2023, 23h16