«Foi a nossa melhor exibição dos últimos três campeonatos»
Bem perto de casa, Guillem Cabestany celebrou a conquista do Campeonato da Europa com a convicção de uma primeira parte quase perfeita e a segunda necessária, mesmo sem algumas figuras. Houve críticas às escolhas, mas usou-as como motivação.
Guillem Cabestany era, após a sua conquista do 55º Campeonato da Europa, naturalmente, um técnico feliz. "Estou muito, muito contente", referiria ainda em pista.
"Não estivemos perfeitos durante a semana, mas acabamos com a melhor exibição não só deste campeonato, mas dos três últimos campeonatos", vincou, agradado não só com o desfecho, mas também com a exibição da sua equipa. Em particular, nuns primeiros 25 minutos que aponta como perfeita. "A primeira parte foi 'redondinha'. Na segunda, sofremos", confessa.
A conquista, num Ateneu a que chamou casa como jogador, e a 10 minutos daquela que é efectivamente a sua casa, em Sant Pere de Riudebitlles, foi especial para Cabestany. "Era complicado olhar para qualquer lugar da bancada e não ver alguém amigo, conhecido... não se pode pedir mais", congratulou-se.
Esta foi a segunda conquista europeia de Guillem Cabestany à frente de "La Roja", depois de suceder em 2021 a Ricardo Ares, que, em sentido inverso, sucedeu a Cabestany no Porto. A primeira tinha deixado um sabor amargo. "Foi uma alegria muito maior do que a conquista de 2021. Queremos sempre ganhar, mas as sensações com que tínhamos ficado, por motivos públicos e pessoais, não tinham sido muito boas. Hoje a alegria é completa, ficarei tranquilo e feliz nas próximas semanas e meses, mas com vontade de voltar a trabalhar", apontou, perspectivando já "outra viagem", em 2024, no Mundial, que espera que seja "bonita" como esta. E se terminar com vitória, melhor.
Já na sala de imprensa, Guillem Cabestany reiterou o seu contentamento. "Estou muito contente em como jogou a equipa, com o espírito que jogou, com a vontade que jogou, com a serenidade... durante o jogo estava a pensar que se viesse aqui com uma derrota, diria exactamente a mesma coisa. Foi o melhor jogo que fizemos neste campeonato, e até somando o Mundial ou o outro Europeu", frisou.
"O jogo teve uma primeira parte quase perfeita da nossa parte. Na segunda parte, sabíamos que Portugal ia colocar em pista a qualidade tremenda que tem, e que tínhamos de sofrer. Estávamos preparados para isso e para não cometer os erros que cometemos contra Portugal, França, França no Mundial, Portugal no Europeu de Paredes, e os jogadores tinham isto bem presente e desta vez ganhámos e fico muito contente e por eles ainda mais", analisou.
No sentido de evitar erros passados, ficaram de fora alguns nomes maiores, numa escolha sempre difícil. "Se há críticas, aceito-as, e tento usá-las como motivação para tentar trabalhar o melhor possível", referiu.
De facto, apenas um jogador - o capitão Pau Bargalló - esteve presente nos três títulos deste "tri" espanhol que começou em 2018 na Corunha, ainda com Alejandro Dominguez no comando técnico. Agora, Guillem Cabestany "apenas" chamou outros cinco jogadores que tinham estado no "seu" título de Paredes: Carles Grau, César Carballeira, Marc Grau, Sergi Aragonès e Xavi Barroso. De fora da chamada para Sant Sadurní d'Anoia, ficaram, por exemplo, os bicampeões Ferran Font, Ignacio Alabart e Xavi Maliàn.
Segunda-feira, 24 de Julho de 2023, 23h26