«Dói empatar assim, mas esta equipa não vai ao chão»
No rescaldo do Clássico entre Sporting e Porto, Alejandro Dominguez confessou que dói perder uma vantagem de dois golos sobre o final, mas que o jogo foi sempre equilibrado. E assegura que esta equipa, 'com muito carácter', não vai ao chão.
Foi um Clássico com muitas preocupações defensivas, mormente na primeira parte, e, quando já poucos esperariam, redundaria em empate.
“Até à vantagem de dois golos, fizemos um jogo muito encaixado. Realmente, eles tiveram uma ou outra oportunidade em ataque posicional bastante boa, sobretudo com remates ou passes ao segundo poste, mas pouca coisa. E nós também. Também não fomos uma equipa que tivesse criado muito Hóquei ofensivo”, analisou Alejandro Dominguez, o único a falar após a partida.
“O resumo é que, hoje, o jogo foi eminentemente defensivo. As duas equipas trabalharam muito bem o modelo defensivo e anularam a outra equipa. Depois, com a vantagem de 3-1 e condicionados pelas faltas, creio que fizemos uma boa gestão da 10ª falta. Muito, muito boa. Até que chegou”, lamentou. A falta, a pouco mais de um minuto do fim, valeria o 3-3 a Gonçalo Alves, no correspondente livre directo, e (mais) dois azuis a Girão, que impediriam o Sporting de jogar em vantagem numérica após o golo sofrido.
O Sporting chegou à nona falta com mais de 13 minutos para jogar e sofreu a 10ª com pouco mais de um minuto para o apito final. Seria fatal para uma vantagem que foi de dois golos.
“O resto? No há muito que comentar. Eu, a título pessoal, estou contente com o rendimento da equipa, com a atitude. E com o jogo, dividido também porque jogámos contra um grande Porto. É uma muito boa equipa”, reconheceu o técnico bonaerense dos leões.
“Claro que um empate não me agrada, mas o que faltou à equipa? Talvez haja um momento, com o 3-1, em que o Porto sobe e nós criamos ali duas ou três muito boas ocasiões para ‘matar’ o jogo, e aí talvez tenha faltado um bocadinho de pontaria para aproveitar esse momento. Mas foi um momento muito pontual do jogo, não é como se estivéssemos 40 minutos a dominar. Não, a verdade é que foi sempre muito igualado. Todo o jogo”, observou.
Para o Campeonato Placard, o Sporting perdeu pela primeira vez pontos em 10 partidas. E é a primeira vez que, com a anterior derrota na Luz, que tem dois jogos consecutivos sem vencer. Esta partida, com o Porto a um ponto, era importante.
Em duas jornadas, os leões perderam cinco pontos, tantos como em todas as outras 16 partidas. O Sporting é 2º, com 44 pontos, menos cinco que a líder Oliveirense e apenas mais um que o 3º, Porto.
“Tínhamos preparado este jogo como uma final. Era ultra importante ganhar estes três pontos para a luta pelo primeiro lugar na fase regular. Mas, claro, pela frente tivemos uma equipa que também joga e que tem bons argumentos”, apontou.
“O João Rocha estava espectacular. As pessoas ‘empurraram-nos’ muito para conseguirmos a vitória. E isso é algo que agradeço muito, mas… Dói. Dói no fim, empatar um jogo que, em teoria tens na mão. Digo ‘em teoria’, porque, com nove faltas, tão condicionado, não é fácil aguentar um vendaval de jogo ofensivo”, referiu o treinador.
“Se tivéssemos feito um mau jogo, fora do nosso ADN, a defender mal... Ou, se em vez de termos empatado, tivéssemos perdido, as minhas sensações como treinador seriam más, claramente, para os próximos jogos. Mas tenho boas sensações com a equipa. Dói, mas não afectará a moral da equipa. A nível de grupo, a nível humano, este é um grande grupo. Esteve em lutas piores que esta, e seguiu em frente. Tem muito carácter. É uma equipa com muito carácter. Não vai cair. Não vai ao chão. De certeza”, garantiu.
Antes de regressar ao campeonato, em Murches, a 9 de Março, o Sporting tem um importante compromisso para a Champions League. Quinta-feira recebe o Reus e, para não dependerem de resultados de terceiros, os leões não podem perder para assegurar um lugar nos quartos-de-final, onde o Barcelona aguarda adversário.
Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024, 22h01
