Sporting, Porto e Óquei de Barcelos em vantagem

Sporting, que infligiu a primeira derrota da época ao Barcelona, e Porto conseguiram uma vantagem de três golos para a segunda mão dos 'quartos' da Champions. O Óquei de Barcelos venceu o Benfica por dois e Trissino e Oliveirense empataram.

14.Mar.2024 Champions

Perspectiva-se uma Final Four portuguesa na mais importante prova europeia de clubes.

Certa é a presença de Óquei de Barcelos ou Benfica, com os barcelenses a partirem para a segunda mão com uma vantagem de dois golos. O Porto regressa de Itália com uma vantagem de três golos na bagagem. A Oliveirense teve a vantagem na mão, mas, depois de um empate em Trissino, a decisão será em casa. E o Sporting fez o que ainda ninguém conseguira esta época, vencendo o Barcelona e logo por três golos.

O João Rocha, com entrada gratuita para os sócios leoninos, compôs-se para receber um Barcelona sem derrotas na temporada e já com Supertaça, Taça Intercontinental e, no passado fim-de-semana, Taça do Rei conquistados.

Pau Bargalló assinou o único golo do Barcelona.

Terão pesado três dias consecutivos de jogos nos blaugrana que, ainda assim, num jogo de poucos desequilíbrios, com muito receio de parte a parte de sofrer golos, teve algum ascendente e as melhores oportunidades na primeira parte.

Ângelo Girão, de regresso à baliza, teve mais trabalho que Sergi Fernandez, mas nem por isso mais complicado, dados que as duas equipas encaixavam quase como que num pacto de não agressão. Golos só houve no 20º minuto.

Gonzalo Romero bisou com dois autênticos tiros, sem defesa.

Marcou primeiro o Barcelona, por Pau Bargalló, já quase tão apupado como João Rodrigues na perspectiva de uma próxima época de águia ao peito. O catalão rematou de muito longe e, com muita gente pela frente, surpreendeu Girão. Na resposto do outro lado, Gonzalo Romero disparou fortíssimo para a igualdade com que se chegaria ao intervalo.

Manteve-se a toada na segunda parte, mas com um Sporting mais acutilante e a castigar de sobremaneira os lapsos defensivos do Barcelona. Aos 15 minutos, numa saída rápida para o ataque, Souto deixou para Romero, que voltou a sacar do revólver para mais um tiro letal e o Sporting ficava na expectativa.

O jovem Eloi Cervera, com apenas 18 anos, afirma-se e joga como gente grande. Um caso sério de talento.

O Barcelona não conseguia desequilibrar o bloco defensivo leonino e veria Rafa Bessa ampliar a cinco minutos do final. O jovem jogador do Sporting entrou pela esquerda como quis e, sem que João Rodrigues impedisse um primeiro remate ou Pau Bargalló reagisse a uma primeira defesa de Sergi Fernandez, recarregou para o 3-1.

Aos blaugrana faltava agressividade, sendo o mais inconformado o imberbe Eloi Cervera, na irreverência dos seus 18 anos. Seria o único a correr atrás de Alessandro Verona quando o italiano, com três minutos para jogar, saiu que nem uma seta para a baliza de Sergi, mas não conseguiria mais do que - num remate eficaz - assistir de perto ao 4-1.

Rafa Bessa desfeiteou Sergi Fernández para o 3-1.

Eram três importantes golos de vantagem que o Sporting quis guardar, gerindo o que restava jogar. Como no último duelo, para a Taça Continental de 2015, os leões partem para o Palau Blaugrana em vantagem, mas então de apenas dois golos e com Nuno Lopes a ter recursos bem distintos (mantêm-se apenas os guarda-redes Girão e Zé Diogo) dos que Alejandro Dominguez tem hoje em dia.

Óquei de Barcelos vence Benfica

Entre portugueses, o Óquei de Barcelos venceu o Benfica por 4-2 com uma excelente exibição. Os encarnados acusaram a ausência de Carlos Nicolia, a contas com uma rotura muscular que o deverá afastar duas semanas, faltando soluções no ataque.

Foi uma equipa barcelense que se apresentou mandão em noite europeia, bem organizado defensivamente e letal na meia distância. Aos sete minutos, Luís Querido marcou num forte remate de livre directo, e, dois minutos e meio volvidos, Miguel Vieira trabalhava bem sobre a direita para um excelente remate a desfeitear novamente Pedro Henriques.

O Benfica conseguiria reduzir por Roberto Di Benedetto, único que se ia mostrando de conduzir a bola no ataque e assumindo muitas vezes o lance individual. Seria assim que marcaria, a meio da primeira parte, mas Conti Acevedo não voltaria a deixar o gaulês fazer o gosto ao stick.

Na segunda parte, ainda não estavam cumpridos três minutos quando a equipa de Rui Neto voltou a marcar, em novo remate de longe. Desta feita, coube a Miguel Rocha - com passado de águia ao peito, como Miguel Vieira ou Rampulla ou Poka - o forte tiro a bater Pedro Henriques.

De novo a perder por dois, o Benfica procurava responder, mas, com Conti a negar o golo na 10ª falta ao compatriota Pablo Álvarez num duelo de campeões do Mundo, as águias ia mostrando as mesmas carências. Invariavelmente, Di Benedetto arrancava de trás com a bola, mas a teia defensiva barcelense já o esperava.

Num dos raros desequilíbrios defensivos do Óquei de Barcelos, Nil Roca serviu Pablo Álvarez para um remate pronto à entrada da área, sem hipóteses para Conti, mas a resposta foi quase pronta. Desta feita, mais em jeito que em força, Querido voltava a marcar e repunha uma vantagem de dois golos bem guardada até final.

Oliveirense deixa fugir vantagem

Em Itália, o Trissino impediu que houve pleno de triunfos portugueses. Ou melhor Giulio Cocco. O internacional italiano que representou o Porto e parece agora estar em ponto de rebuçado, assinou um hat-trick num empate a quatro.

A Oliveirense adiantou-se com pouco mais de cinco minutos decorridos, por Nuno Santos, naquele que seria o único golo da primeira parte. Na segunda, Diogo Abreu ampliou, ali por volta do mesmo quinto minuto.

Andrea Malagoli reduziu para a equipa de Tiago Sousa, mas Lucas Martinez, de livre directo repunha a vantagem de dois golos. Como, já nos derradeiros três minutos - empolgantes - faria o 2-4 depois de Giulio Cocco se tornar o primeiro a bater Xano Edo de livre directo esta época, numa primorosa execução.

Cocco marcaria mais dois golos num curto de espaço de tempo, com menos de dois minutos para jogar. Reduziu num remate rasteiro e, novamente de livre directo, voltou a ser eficaz na sua magia perante Xano, deixando tudo em aberto para a segunda mão.

Porto com um patim na Final Four

Praticamente fechado, está o apuramento do Porto. Também em Itália, mas frente a um Lodi limitado nos seus recursos, os dragões venceram por 1-4, no único triunfo forasteiro da noite.

Morgan Antonioni até marcou primeiro, mas os campeões europeus em título não tremeram. Carlo Di Benedetto igualou aos seis minutos e Diogo Barata concretizou a reviravolta ainda na primeira parte. Na segunda, Gonçalo Alves assinou cedo o terceiro e, já perto do final, em mais um lance inspirado, num misto de insistência e capacidade técnica, um quarto golo que praticamente sentencia a eliminatória com a segunda mão no Dragão Arena.

A decisão destes quartos-de-final está agendada para 11 de Abril.