Mazelas de Montreux
Num calendário cada vez mais intenso e exigente, a pausa para o trabalho de selecções e Taça das Nações pode trazer problemas. Que o digam, por exemplo, Riba d'Ave e o líder Porto, que terão lesionados para recuperar.
A Taça das Nações tem uma história centenária e todo um prestígio muito próprio, mas, nos cada vez mais exigentes calendários das equipas de topo, acaba por tornar-se um problema.
No rescaldo da 69ª edição da Taça das Nações, há três casos a merecer particular cuidado dos departamentos clínicos de Riba d'Ave e Porto.
Os ribadavenses, a protagonizarem uma extraordinária segunda volta [16 pontos nos oito jogos disputados], poderão ter perdido Nery para o que resta da temporada.
O internacional angolano, que até esteve para não ser chamado, apontou o tento inaugural da Taça das Nações, frente aos argentinos campeões do Mundo, mas saiu cedo com um prognóstico de ruptura muscular de grau II, moderada, mas que, na necessária precaução, deverá levar a paragem certamente para lá do fim da fase regular, a 4 de Maio, e talvez também para lá dos quartos-de-final do play-off, que têm o terceiro jogo apontado para 26 de Maio.
A gerar enorme preocupação no imediato pela forma como abandonou a pista, Carlo Di Benedetto teve a felicidade de não ver confirmados os piores receios de fractura do polegar da mão esquerda, depois de um choque com o guarda-redes Jean-Pierre Vizio no jogo do último dia da fase de grupos frente à Suíça.
Pendente de exames complementares, a "mera" luxação poderá implicar um repouso de duas a três semanas, sendo que os próximos compromissos do Porto são a deslocação à pista do lanterna-vermelha Carvalhos para o Campeonato Placard (6 de Abril) e a recepção ao Lodi para a segunda mão dos quartos-de-final da Champions League (11 de Abril), tendo os dragões uma vantagem de três golos. Para 14 de Abril, está agendada a recepção ao Tomar, que poderá marcar o regresso do capitão de "les bleus".
Se no Porto terá havido sobressalto com a lesão de Carlo, mais nervosos ainda terá ficado Ricardo Ares (e os médicos António Sousa e Frederico Raposo e o enfermeiro Daniel Cunha) com a possibilidade de Gonçalo Alves se juntar ao francês no "estaleiro".
Nas meias-finais frente à Itália, Gonçalo saiu cedo queixoso do ombro esquerdo. A Federação de Patinagem de Portugal anunciou um traumatismo, elogiando a vontade do atacante em regressar à partida, mas Paulo Freitas apenas arriscou a utilização num powerplay. E nas grandes penalidades, acabando Gonçalo Alves por ser decisivo com dois golos, apesar do visível esgar de dor nos remates. Na final, frente à Argentina, não seria utilizado.
Juntos, Carlo - que não começou a época por uma outra lesão contraída frente à Suíça, no Europeu - e Gonçalo somam 49 dos 106 golos conseguidos pelo Porto no Campeonato Placard.
Terça-feira, 2 de Abril de 2024, 13h24