«O 3º lugar é honroso, mas procuramos o 1º»
No rescaldo da estreia à frente da selecção francesa, Nuno Lopes mostrou-se satisfeito com o empenho dos seus jogadores, mas aponta a mais, a um 'sonho possível'. O capitão Carlo Di Benedetto acompanha o técnico na sua ambição.
Houve toda uma partida final e toda uma longa cerimónia de entrega de prémios pelo meio, mas as declarações de Nuno Lopes e Carlo Di Benedetto eram quase decalcadas. "O 3º lugar honroso, mas procuramos o 1º. O sonho é possível", dizia o seleccionador antes da final. "É o 3º, estamos contentes, mas queremos mais e vamos trabalhar para isso", garantia o capitão após a entrega dos prémios.
A França venceu a Itália, no desempate por grandes penalidades, para assegurar o 3º lugar na Taça das Nações, recordando Nuno Lopes que o embate tinha acontecido no último Mundial, mas com desfecho diferente. Curiosamente, em Montreux repetiu-se não só o jogo pelo bronze, mas também a final, entre Argentina e Portugal, e o jogo pelo 5º lugar, entre Espanha e Angola.
Esta foi a estreia de Nuno Lopes, treinador do Tomar, à frente da selecção gaulesa. Houve pouco tempo para trabalho, mas o empenho dos jogadores impressionou o técnico. "Fomos uma equipa competente sem treinar nada de ataque. Muito vídeo e muita vontade. Jogadores inexcedíveis. Não houve um tempo morto, 10 dias incríveis", resume, não deixando de frisar o teste de alto nível que foi esta Taça das Nações.
"Jogámos com o Top-4 mundial. Os melhores jogos foram com a França", referia, ressalvando que ainda faltava a partida da final. A participação na Taça das Nações começou com uma derrota tangencial com a Espanha (1-2), seguindo-se uma vitória, também pela margem mínima, frente a Portugal (6-5) com uma inusitada eficácia de Carlo Di Benedetto frente a Girão, ao marcar quatro vezes em cinco oportunidades.
No fecho da fase de grupos, a França assegurava um lugar nas meias-finais, conseguindo a maior goleada da prova, num triunfo por 9-0 frente à Suíça. Ainda que perdesse cedo (e para o resto da competição) o capitão Carlo Di Benedetto.
Um golo nos instantes finais do tudo-por-tudo espanhol frente a Portugal, colocava no caminho francês a Argentina, campeã do Mundo. Num jogo marcado por um lance que possibilitou um desequilibrador 5-3, os franceses "caíram" por 6-4, ficando então relegados para a discussão do bronze.
Nuno Lopes recordou Fabien Savreux, que esteve muitos anos à frente da selecção - "está aqui muito do que ele fez", afirmou - e agradeceu a quem apostou em si para este projecto. Do jogo do 3º lugar, confessou que ficou com a bola de jogo, e frisa a "vontade de crescer e ser o melhor do Mundo".
A ambição de Lopes é suportada pelos seus atletas. Carlo, o capitão, frisou o "muito orgulho no que fez a equipa". Há "muita coisa para melhorar", mas, para o atacante que representa o Porto, a França mostrou que pode "estar com falta de um jogador e conseguir resultados na mesma". "Temos uma equipa a sério", vincou, destacando os jovens Rouze, Colin e Leo Savreux.
Na rotação gaulesa, Leo Savreux, do Óquei de Barcelos, foi entre os jogadores de pista o menos chamado a jogo. Thibault Colin também poucos minutos teve, mas até assinou um golo frente a Itália.
Nathan Gefflot teve mais tempo, principalmente depois da lesão de Carlo nos minutos iniciais do terceiro de cinco jogos, mas a rotação - em grande parte do torneio - acabaria por ser entre os habituais Bruno Di Benedetto, Roberto Di Benedetto e Remi Herman (todos do Campeonato Placard) e o jovem Marc Rouze, possivelmente maior revelação da prova para quem não acompanha o Igualada na OK Liga.
Segue-se o desafio do Campeonato do Mundo, para preparar em Agosto. O capitão dá o mote: "agora temos de ganhar títulos".
Sábado, 6 de Abril de 2024, 12h05