Trabalho que dá frutos

Derrotados no prolongamento da final do nacional e na decisão da Eurockey Cup em 2023, Raul Alves e os Sub-15 da Oliveirense não deixaram de acreditar no seu trabalho. A caminhada continuará. Agora, como campeões nacionais.

Trabalho que dá frutos

A Oliveirense é campeã nacional de Sub-15, no culminar de uma caminhada com sobressaltos. Ou talvez fossem lições em vez de sobressaltos e apenas mais um passo em vez de um culminar.

Na pretérita temporada, os Sub-15 da Oliveirense terminaram o Campeonato Nacional como vice-campeões, derrotados na final pelo Benfica. A vantagem de 4-3 "fugiu" nos últimos segundos do tempo regulamentar e os encarnados acabariam por levar a melhor no prolongamento.

Ainda assim, o 2º lugar valeria a presença na Eurockey Cup, a primeira presença da Oliveirense no escalão depois de três títulos consecutivos de Sub-17. O técnico Raul Alves - que também vencera com os Sub-15 do Valongo antes da pandemia - só sabia o que era vencer.

A Oliveirense chegou à final, com um trajecto relativamente tranquilo. O staff, alargado, de gente que se complementa sem descurar qualquer pormenor, impressionou todos. A caminho do pequeno-almoço, lá estavam, a trabalhar desde cedo, num recanto que elegeram como "quartel-general". Ao sair do jantar, lá estavam, a trabalhar no rescaldo de um longo dia, a preparar outro.

No derradeiro dia, no duelo pelo troféu em Lloret de Mar com o Barcelona, houve empate a um. E, novamente, prolongamento. Venceriam os blaugrana, por 1-3, revalidando o título conquistado em 2022 e deixando os jovens oliveirenses desolados.

Raul Alves sempre desvalorizara os triunfos que conseguira e a regra de destacar o crescimento da equipa ao longo da prova manteve-se. "É continuar a trabalhar", dizia. "Tentamos sempre melhorar, acrescentar, inovar", vincava, com uma assumida aposta em procurar rectificar o que era necessário rectificar sem se acomodar àquilo que vai sendo bem feito. Recordamos as palavras na hora dessa derrota, a 1 de Novembro, a lançar as bases para a vitória.

No passado domingo, houve prémio - que, no desporto, só pode ser para um - para o trabalho realizado.

No Campeonato Nacional, a Oliveirense somou, na Zona Norte, 13 vitórias e apenas um empate, logo na 2ª jornada, na pista do Porto. Foi a melhor defesa entre as duas zonas, com 14 golos sofridos em 14 jogos, e o segundo melhor ataque, apenas aquém do Benfica. As águias apontaram 99 golos, mas terminariam no 2º lugar a Sul, atrás do Sporting.

No "baralha e volta a dar" da fase prévia à decisão de campeão, a Oliveirense ficou em 2º, atrás do Benfica, com os mesmos seis pontos, mas desvantagem no confronto directo, por uma derrota por 2-3.

As duas equipas voltaram a encontrar-se na final. A Oliveirense adiantou-se, mas o Benfica levou o jogo para prolongamento. Outro prolongamento. Mas desta feita, a "sorte", daquela que dá muito trabalho, sorriu à equipa de Oliveira de Azeméis.

A festa oliveirense - a que os Sub-19 se juntaram - foi este domingo do desequilibrador capitão Martim Oliveira, do emotivo Afonso Oliveira, filho de Carrais, de Duarte Pinho, que herdou do pai Domingos a apetência entre os postes, do sempre risonho "Manekas", e de outros craques que serão, certamente, futuro da modalidade.

AMGRoller Compozito

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