Portugal vence França e encontra Espanha nas 'meias'

Num jogo discutido até final, 'morto' a irónicos 12 segundos do fim, Portugal venceu a França por 4-2 e avança para as meias-finais do Mundial. A selecção das quinas defrontará a Espanha por um lugar na final.

Portugal vence França e encontra Espanha nas 'meias'

Portugal está nas meias-finais do Campeonato do Mundo, depois de derrotar a França por 4-2. Terá pela frente a Espanha que, num jogo bem mais tranquilo, venceu a Suíça por 7-0.

A 12 segundos do fim se morre, a 12 segundos do fim se mata. O jogo entre Portugal e foi discutido até ao fim e, dois dias depois de ter cedido o empate nos instantes finais com a Argentina, a selecção das quinas selou o triunfo com a França apenas num "roubo" de Hélder Nunes, a rematar para a baliza vazia quando Pedro Chambel saía para o "cinco-para-quatro".

O duelo luso-francês começou com ascendente português, com uma França mais na expectativa, um pouco descaracterizada. E com pouco mais de quatro minutos jogados, entre benfiquistas, Zé Miranda arrancou pela direita e serviu para o desvio de Gonçalo Pinto na área para o 1-0.

Gonçalo Pinto inaugurou o marcador, ainda não estavam jogados cinco minutos.
Gonçalo Pinto inaugurou o marcador, ainda não estavam jogados cinco minutos.

Em desvantagem, a França assumiu o jogo, no seu dinamismo muito próprio, agora com o cunho que Nuno Lopes vai mostrando também com o Tomar. Aos 10 minutos, Bruno Di Benedetto foi empurrado pelas costas na área lusa, mas, em duas oportunidades, Remi Herman não conseguiu desfeitear Ângelo Girão.

Portugal defendia em bloco, a conseguir evitar as entradas de Roberto Di Benedetto ou a meia distância gaulesa. Mas, aos 15 minutos, foi apanhada em contrapé por um "roubo" de Marc Rouze, que serviu Roberto Di Benedetto para o remate e, na sobra, Carlo igualou.

No embalo, a França continuava melhor no jogo, mas até era Pedro Chambel o guarda-redes obrigado a aplicar-se mais. Girão brilharia a nove minutos do intervalo, depois de azul a Rafa, ao antecipar-se à tentativa de Carlo marcar de livre directo. E no "underplay", desesperando com a incapacidade dos seus colegas de saírem da pressão gaulesa.

Carlo Di Benedetto bisou.
Carlo Di Benedetto bisou.

Portugal sobreviveu sem se ver em desvantagem, equilibrou o jogo, e, no reatamento para a etapa complementar, assumia de novo a liderança do marcador aos três minutos, num golo de Rafa.

Voltava a França a ter de atacar, mas sempre a esbarrar na bem organizada defensiva lusa. Na pressão, os gauleses chegavam à 9ª falta aos sete minuto. E à 10ª aos 12. Gonçalo Alves não conseguiu bater Chambel. Nem conseguiria Miguel Vieira, que entrou muito bem e, em velocidade, ia desequilibrando nas costas do bloco francês.

No ataque da França, multiplicavam-se as queixas com a equipa de arbitragem. Portugal chegara à 6ª falta aos seis minutos e a 7ª demoraria mais 15 minutos.

Antes, as queixas francesas redundaram em penálti... para Portugal. Mas Gonçalo Alves voltou a não conseguir bater Chambel e, de um desconto de tempo a seis minutos do fim, Portugal regressava, ainda mais vincadamente, com uma postura de gestão.

3-1 por João Rodrigues, eficaz em contra-golpe, desequilibrou definitivamente o jogo.
3-1 por João Rodrigues, eficaz em contra-golpe, desequilibrou definitivamente o jogo.

Já nos cinco minutos finais, houve falta clara não assinalada na área portuguesa, com Carlo Di Benedetto impedido de rematar, e foi o princípio do fim do sonho francês. Em contra-ataque, João Rodrigues ampliava para 3-1 e, nos protestos, Bruno Di Benedetto via o azul numa segunda advertência.

Curiosamente, o jogo mudou, talvez em jeito de justiça salomónica, com várias faltas assinaladas ao lado português. Ainda em inferioridade numérica, Carlo, pelo "buraco da agulha", fez o 3-2 que relançava o jogo, mesmo que a França jogasse mais meio minuto em inferioridade.

Na reposição da igualdade em pista, Portugal já tinha nove faltas e a 10ª - mais forçada que outras que ficaram por assinalar - caiu a meio minuto do final. Carlo, com oportunidade de igualar, tirou Girão do caminho, mas acertou no poste. E, no derradeiro assomo gaulês, chegaria o 4-2 que "matou" o jogo.

Marc Grau, com um hat-trick na primeira parte, permitiu à Espanha descansar cedo.
Marc Grau, com um hat-trick na primeira parte, permitiu à Espanha descansar cedo.

Antes do jogo de Portugal, a Espanha não sentiu dificuldades de maior em desembaraçar-se da Suíça, vinda do Campeonato Intercontinental.

Ao intervalo, "La Roja" já vencia por 6-0, com Marc Grau a dar o mote aos oito minutos e a marcar mais dois golos nos últimos dois minutos da primeira parte, já depois da Espanha ter ampliado para 4-0 com tentos de Alabart, Aragonès e Ivan Morales.

Na etapa complementar, com um ritmo mais baixo dos espanhóis, a Suíça teve uma soberana oportunidade para reduzir, de grande penalidade, mas Candid Ballart, que entrara ao intervalo para o lugar de Carles Grau, negou o tento a Rui Lorenzo. Pouco depois, Pau Bargalló assinava o sétimo tento espanhol. Chegou.

A meia-final entre Espanha e Portugal está agendada, salvo alterações de última hora, para as 18h30 locais deste sábado.

Quartos-de-final

• QF1 • Argentina 4-1 Andorra • 20.Set

• QF3 • Espanha 7-0 Suíça • 20.Set

• QF2 • Portugal 4-2 França • 20.Set

• QF4 • Itália 5-2 Angola • 20.Set

5º ao 8º lugares

• LF1 • Andorra vs. Angola • 21.Set, 9h

• LF2 • França vs. Suíça • 21.Set, 11h15

Meias-finais

• MF1 • Argentina vs. Itália • 21.Set, 16h

• MF2 • Portugal vs. Espanha • 21.Set, 18h30

Finais

• 7º e 8º • Vencido LF1 vs. Vencido LF2 • 22.Set, 9h

• 5º e 6º • Vencedor LF1 vs. Vencedor LF2 • 22.Set, 11h30

• 3º e 4º • Vencido MF1 vs. Vencido MF2 • 22.Set, 15h30

• 1º e 2º • Vencedor MF1 vs. Vencedor MF2 • 22.Set, 18h

Horários (a confirmar) na hora local. Menos uma hora em Portugal continental.

AMGRoller Compozito

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