Argentina vence anfitriã e está na sua terceira final consecutiva

Num jogo emotivo até ao apito final, com uma excelente Itália num pavilhão repleto, a Argentina sofreu, mas levou a melhor e está na final do Mundial, perseguindo um inédito bicampeonato.

21.Set.2024 Mundial

A Argentina é a primeira finalista do Campeonato do Mundo que decorre em Itália, depois de vencer a anfitriã Itália por 5-4. Finalista em seis dos últimos sete mundiais, conseguindo o titulo em 2015 e 2022, a Argentina procura o seu sétimo título mundial num inédito bicampeonato.

O mote foi dado no feminino, com a albiceleste a garantir o 3º lugar com um triunfo claro por 0-9 sobre a Itália, mas esperava-se bem maior equilíbrio na meia-final masculina. E as expectativas não foram goradas.

Com um Pala Igor repleto, Argentina e Itália proporcionaram um excelente momento de promoção da modalidade. Alessandro Verona inaugurou o marcador no primeiro remate da partida. Facundo Navarro igualou no segundo.

Sem Gonzalo Romero, que está dependente de avaliação para se saber se poderá ser opção para a final, a Argentina procurava ganhar ascendente em velocidade, mas esta Itália não foi de expectativa como costuma, disputando sempre o jogo pelo jogo, de forma positiva, sempre em busca do golo.

Aos sete minutos, Cocco viu o azul por falta sobre Ordoñez. Outro Lucas, Martínez, entrou e bateu Riccardo Gnata para a primeira vantagem dos actuais campeões do Mundo.

A Argentina estava melhor na pista, mas, três minutos volvidos sobre a vantagem conquistada, via Francisco Ipinazar, argentino naturalizado italiano, igualar.

A ligação entre argentinos e italianos é forte. Da albiceleste, Martinez, Rampulla, Platero, Grimalt, Reinaldo Garcia e Ordoñez jogam ou jogaram na Serie A1. Tal como Romero, que ia sofrendo num "canto" da pista, atrás da rede.

Na emoção do jogo, Rampulla via o azul aos 12 minutos, num lance longe da bola, e Cocco não desperdiçava, desfeiteando Conti para o 2-3.

Os italianos estavam em vantagem, mas nunca se fecharam, valorizando uma partida que estava quentinha, mas bem gerida pela dupla espanhola formada por Ruben Fernandez e Ivan Gonzalez.

A oito minutos e meio do intervalo, num lance bem trabalho na 3ª falta italiana (já a Argentina tinha sete, e a Itália chegaria às seis até ao descanso), Facundo Navarro igualava, deixando tudo em aberto para a etapa complementar.

Após o reatamento, a igualdade durou dois minutos. O capitão Lucas Ordoñez, num remate da zona frontal sempre muito procurado pelos argentinos, fazia o 4-3.

A Itália carregava, encostava a Argentina, mesmo chegando às nove faltas a 15 minutos do fim. Na sua inusitada pressão, seria surpreendida por um bem gizado contra-ataque albiceleste a três, com Lucas Martinez a bater Gnata para a primeira diferença de dois golos no jogo.

Pouco depois, num lance que deixa muitas dúvidas, a selecção de Alessandro Bertolucci pediu golo, mas a dupla de arbitragem não deu e, mesmo no risco da 10ª falta, mantinha-se em pressão.

A Argentina focava-se na missão defensiva, mas procurava sair sempre rápido. Numa dessas situações, a cinco minutos e meio do final, foi traída pela sua ânsia de atacar. A pressão alta italiana recuperou a bola e Cocco serviu, com nota artística, Malagoli para o 5-4.

Quase de seguida, Facundo Bridge viu o azul. Segurou a vantagem Conti, com uma grande intervenção perante Cocco, e a Argentina sobreviveria aos dois minutos de inferioridade. No retorno do quinto jogador, caía a 10ª falta italiana, mas Lucas Ordoñez também não conseguiu marcar. Não matou o jogo e os de "Negro" Paez sofreram até ao fim.

Os italianos pressionaram, remataram, atacaram com cinco. Tentaram tudo. Mas não seria suficiente.

A Argentina está na final deste domingo, ficando à espera do desfecho da outra meia-final, entre Portugal e Espanha.

A Itália resta lutar por um lugar no pódio, algo que não consegue desde a prata de 2003, então com Carlos Dantas ao leme. Há mais de 20 anos.