«Podíamos e devíamos ter feito mais»
No cair do pano sobre o Mundial, Paulo Freitas, assumindo responsabilidade, apontou falhas de Portugal, que não foi além do 4º lugar final. Foram dias de emoção, em particular o último, mas havia um jogo para ganhar e faltou competência.
Portugal terminou o Campeonato do Mundo em 4º lugar. Em 46 edições do Mundial, a frieza do desfecho só encontra paralelo nas edições de 1997 em Wuppertal e 2001 em San Juan. Pior só em 2007, com o 6º lugar em Montreux. De resto, contam-se 42 pódios, entre os quais 16 títulos.
Os adeptos portugueses ficaram "mal habituados" por tempos em que a exigência das provas não era tão grande, chegando Paulo Freitas numa altura em que já se apontam cinco candidatos aos títulos, com a França a juntar-se aos crónicos Espanha, Portugal, Argentina e Itália.
Neste Mundial em Novara, Portugal venceu os Estados Unidos por 10-2 e Angola por 0-4, e empatou com a Argentina a quatro, deixando escapar a vitória a poucos segundos do final. "Alinharam-se os astros contra Portugal". Já a eliminar, os "astros" redimiram-se e ajudaram a selecção das quinas a ultrapassar a França nos quartos-de-final, num triunfo por 4-2.
Nas meias-finais, Portugal caiu nas grandes penalidades frente à Espanha. Pelo bronze, faltou discernimento quando sobrou emoção. "Foi por falta de competência que não ganhámos este jogo", apontou Paulo Freitas, assumindo a responsabilidade.
Paulo Freitas destacou ao longo da prova as forças da selecção lusa, sem deixar de apontar algumas lacunas. No cair do pano da sua primeira grande competição, já a projectar a próxima (o Campeonato da Europa de 2025, que deverá ser realizado em Portugal), foi, no timing que se impunha, publicamente mais duro, indicando erros competitivos frente a Estados Unidos e Angola.
Este domingo, ainda que não alheio à carga emocional do jogo e apesar da frustração do dia anterior, Freitas recordou que esta era uma partida para ganhar e que não podia ter faltado foco. "Estou mesmo zangado", apontou. "Podíamos e devíamos ter feito mais", reforçou.
Na sucessão na baliza, Xano tem, para Paulo Freitas, todas as condições para singrar. Mas deixou o aviso, a Xano e a todos: tem de haver mérito. "O talento não é tudo, tem de ser acompanhado por muitas mais dimensões", referiu num momento em que será hora de "olhar para dentro". "Há que observar, analisar, perceber comportamentos", explicou. O espaço da selecção, enquanto for seleccionador, nunca estará fechado a ninguém.
Segunda-feira, 23 de Setembro de 2024, 9h24