«Como ia o jogo, um empate era mais merecido»
Com os argumentos e os jovens valores que têm valido uma excelente campanha na OK Liga (e também com algum desacerto do ataque do Sporting), o Igualada regressa a casa com uma diferença tangencial para a segunda mão. Os arlequins acreditam.

Num duelo entre o detentor da Champions League e o detentor da WSE Cup, o favoritismo do Sporting confirmou-se, mas o triunfo sobre o Igualada foi tangencial, deixando tudo em aberto para o jogo da segunda mão, em Les Comes, onde Marc Muntané espera que o apoio do público ajude a afastar os leões.
Entre a boa exibição do guardião Guillem Torrents e o pouco acerto dos atacantes leoninos, o Igualada resistiu e acreditou. "O Sporting dominou-nos em muitos momentos", reconhece o treinador do Igualada, "mas também tivemos oportunidades claras para nos adiantarmos", destaca.
Muntané afima que o empate seria "merecido", apontando "algumas decisões arbitrais que não entendemos". Com 2-2 no marcador, os arlequins precipitaram-se. "Pecámos por querer ir ganhar, quando devias estar mais calminhos mas gostamos de ter a bola e ir à baliza contrária", refere, não recriminando no entanto a ambição dos seus jogadores.
Surpreendendo de alguma forma no João Rocha, o desfecho com equilíbrio recorda outros duelos desta época, como as vitórias de Reus e Noia sobre o Porto ou o empate do Liceo na recepção ao Benfica, apesar do reconhecido maior poderio económico, com melhores valores individuais, das equipas portuguesas. Muntané refere que em Espanha se privilegia a "solidez táctica da equipa, num Hóquei mais defensivo, mais táctico". Em Portugal, o jogo é "mais ofensivo, mais vertical, mais atractivo", mas nem sempre reclama a vitória. É o que espera Marc Muntané para a segunda mão...
O Igualada viveu um período complicado na temporada de 2020/21, não assim há tanto tempo. Em risco de descer, David Cáceres, um histórico do clube, fez um autêntico milagre para manter a equipa na OK Liga. No final da temporada, com a missão cumprida, partiu para os escalões de formação do Barcelona (e esta época assumiu a equipa principal dos blaugrana).
No susto, o Igualada reinventou-se às ordens de Cesc Fernández. Apostou nos seus jovens e ganhou a aposta. E ganhou a WSE Cup na pretérita temporada. Para esta época, Marc Muntané, coordenador desportivo que revolucionou os escalões de formação dos arlequins, assumiu a equipa principal e, pese saídas importantes com Nil Cervera (Liceo) e Gerard Riba (Bassano), o Igualada vai somando pontos.
Na OK Liga, com 16 jornadas cumpridas, o Igualada é 6º, mas apenas a dois pontos do Calafell, 4º. Por exemplo, na primeira volta, frente às equipas da Champions League, empatou com Reus (1-1), venceu o Liceo (5-1) e também triunfou na pista do Noia (0-3), só tendo perdido no Palau Blaugrana (5-1).
Até à segunda mão destes quartos-de-final da WSE Cup, há muito trabalho. Para a OK Liga, o Igualada recebe o Lleida, joga na Corunha frente ao Liceo e recebe o Barcelona enquanto prepara outros objectivos. Recebe o Sporting a 1 de Março e, seis dias depois, defronta o Liceo nos quartos-de-final da Taça do Rei, prova que venceu duas vezes na dourada década de 90.
Jovens potenciados
Quando soou o apito inicial no João Rocha este sábado, Marc Muntané tinha em pista um cinco em que apenas o capitão Roger Bars, nasceu no século passado, em 1998. O guarda-redes Guillem Torrents e Marc Carol são de 2002, Miguel Cañadillas nasceu em 2003 e Guillem Llorens em 2005.
Depois entraram Marc Rouzé, internacional francês nascido em 2004 que estará de partida para a Oliveirense, Joel Roma, de 2002, e o consagrado Edu Fernandez.

Edu Fernandez é de outra era. Já com 42 anos, regressou esta temporada a Igualada, onde cumpriu a maior parte da sua formação e onde brilhou de 2002 a 2012, depois de ter finalizado o seu percurso formativo no Barcelona (tendo mesmo jogador na equipa principal blaugrana).
Já longe da destreza e magia de outros tempos, o "mosqueteiro" Edu é o aporte de experiência desta equipa. Campeão do Mundo em 2005 e da Europa em 2004 e 2006, estaria três temporadas em França, no La Vendéenne, antes de regressar à Catalunha.
De 2015/16, ao serviço do Vilafranca, recordará a vitória sobre o Sporting nas meias-finais da Taça CERS, percursora desta WSE Cup, na Final Four de Barcelos.
Depois representou Vendrell, Noia e foi um dos heróis da histórica promoção (e manutenção) do Sant Just na OK Liga. Agora, está em casa.
Domingo, 9 de Fevereiro de 2025, 13h16