Duelo luso por um lugar numa inédita final
Riba d'Ave e Tomar defrontam-se, em Igualada, por uma inédita presença na final da WSE Cup. Os técnicos Raul Meca e Nuno Lopes garantem que a 'meia', em campo neutro, num duelo que costuma sorrir a quem joga em casa, está bem preparada.

A 44ª edição da WSE Cup, com decisão em Igualada, terá um finalista português. Riba d'Ave e Tomar defrontam-se na segunda meia-final, já conhecendo o primeiro finalista, a decidir entre os catalães Igualada e Lleida.
Entre ribadavenses e tomarenses, nos duelos às ordens dos "generais" Raul Meca e Nuno Lopes, a regra tem sido de vitória do anfitrião. Agora, há um "tira-teimas" em campo neutro, na "longínqua" Catalunha, no mítico Les Comes.
Nuno Lopes voltou ao comando técnico do Tomar em 2019 e regressou à categoria máxima em 2020, quando Raul Meca assumiu o comando dos ribadavenses. Com uma descida à II Divisão e "imediato" regresso do Riba d'Ave à I Divisão pelo meio, as duas equipas defrontaram-se oito vezes nas últimas cinco temporadas.
Na regra, o Riba d'Ave tem três vitórias no Parque das Tílias. E o Tomar tem três vitórias no agora Patrícia Sampaio. Na excepção, houve um empate em cada palco.
Antes da conferência de imprensa institucional, Raul Meca e Nuno Lopes perspectivaram para o HóqueiPT a participação nesta Final Four europeia, com natural foco no desafio da meia-final.
«Queremos que os nossos adeptos se revejam nesta equipa»
Para Raul Meca, esta presença em Igualada premeia, desde já, o trajecto no Riba d'Ave. O treinador de 36 anos garante que o embate com o Tomar - um "jogo de tripla", como o histórico aponta - está bem preparado e que a equipa procurará, acima de tudo, ir a jogo com uma paixão muito grande, uma "paixão digna deste momento", e também que reflicta a paixão da vila.
"São a grande força deste clube, temos de retribuir", refere Meca sobre os adeptos ribadavenses. Riba d'Ave, no concelho de Famalicão, foi elevada a vila apenas em 1988 e conta com pouco mais de três mil habitantes. Mas, em particular no seu Parque das Tílias, fazem-se ouvir e sentir, e que o digam os visitantes, como se dezenas de milhares se tratassem.
Com o clube a viver na incerteza directiva - sob uma comissão administrativa liderada por Ângelo Lopes desde que a direcção presidida pelo mesmo terminou em 2024 quatro anos de mandato -, mas com as gentes a terem uma paixão muito própria e muito próxima do Hóquei em Patins, Meca quer que todos tenham orgulho na sua equipa, sendo que este momento, com a primeira presença numa Final Four europeia, já é histórico.
«Apostar tudo nesta meia-final»
O Tomar regressa a uma decisão europeia três anos depois de ter disputado, em Torres Novas, a Final Four da mais importante prova europeia, então Liga Europeia.
Nuno Lopes tem "as melhores expectativas" para este fim-de-semana, confidenciando que o regresso a estes palcos de decisão era uma ambição do clube vencedor da Taça de Portugal em 2023. Conhecido o adversário, mesmo na incógnita do palco (que a cidade templária tentou que fosse o seu), esta Final Four começou desde logo a ser preparada.
Para já, e naturalmente, o foco é no jogo com o Riba d'Ave. "É apostar tudo nesta meia-final", aponta o técnico estremocense de nascimento, há muitos anos radicado na Marinha Grande e a quem Les Comes diz muito em particular.
"Foi aqui que joguei o meu primeiro torneio internacional enquanto atleta", recorda. Não sabemos se, nessa primeira ocasião, venceu, mas venceria quando regressou em 2015, ao serviço do Sporting, para conquistar a Taça CERS, percursora da actual WSE Cup. 10 anos depois, "alguma coisa está diferente", mas a ambição é a mesma.
O embate português entre Riba d'Ave e Tomar está agendado para as 18h45 locais, 17h45 em Portugal continental.
Sábado, 29 de Março de 2025, 10h04