Igualada vence Lleida e defende troféu em casa

O Igualada venceu o Lleida na primeira meia-final da WSE Cup e defenderá o título. A jogarem em casa, os arlequins, contaram com uma arbitragem muito contestada, e na final defrontam a equipa portuguesa que sairá do duelo entre Riba d'Ave e Tomar.

29.Mar.2025 WSECup

"Manos arriba, esto es un atraco". "Mão ao ar, isto é um assalto", gritavam os adeptos do Lleida no final da partida que ditou o apuramento do anfitrião Igualada para a segunda final consecutiva na sua casa. Na defesa do troféu, os arlequins venceram por 4-3, com a arbitragem da dupla italiana Franco Ferrari e Louis Anthony Hyde a ser muito criticada.

O Lleida, vindo de uma presença histórica na final da Copa del Rey, entrou com uma postura ofensiva, mas, no dobrar do primeiro minuto, o Igualada ganhou uma grande penalidade e Roger Bars inaugurou o marcador.

A vantagem dava tranquilidade à equipa da casa, mas permitia ao Lleida organizar-se. E, aos 10 minutos, Nuno Paiva, de meia distância, igualava. A equipa de Edu Amat manteve-se por cima e, a cinco minutos do intervalo, o guardião do Igualada, Guillem Torrents cometia uma grande penalidade dura sobre Jordi Badia. Paiva não conseguiu converter, mas, no powerplay, assistiu "Chino" Miguelez para o 1-2 com que se chegaria ao intervalo.

A segunda parte começou como a primeira, com grande penalidade a "sair" à equipa da casa. E o capitão Bars voltou a não enjeitar a oportunidade, fazendo o 2-2.

Pouco depois, a equipa de Marc Muntané chegava à nona falta, mas, ao invés de cautelas, preferiu atacar o jogo, tendo mais posse de bola. Afinal, assim será sempre menos provável de fazer falta. E até valeu novo golo, com Marc Carol a surpreender aos oito minutos.

Novamente em vantagem, o Igualada ia controlando o jogo, com o Lleida a não encontrar forma de desequilibrar a defensiva arlequinada.

A 10 minutos do final, um dos momentos do jogo. Numa rasteira clara, daquelas que nos cursos se usa para explicar as situações que valem azul, a decisão - incompreensível a este nível - foi de apenas assinalar falta. Foi a 10ª, mas Nico Ojeda que, lesionado, só entrou para o livre directo, e deixou a bola fugir.

O Lleida pressionava em busca da igualdade e foi apanhado em contrapé. Com cinco minutos para jogar, Bars lançou Joan Ruano em profundidade para o 4-2 e o Igualada agarrava o bilhete para a final.

Badia, feliz num ressalto, reduziu para 4-3, mas o Lleida não conseguiu muito mais. Roger Bars até falhou, na 10ª falta contrária, a oportunidade para fazer o golo da tranquilidade, e, depois de azul a "Tombita" por rasteira - porque é o que a regra diz (mas não apenas para um lado) -, Joel Roma também não fez melhor.

Após o apito final, em conferência de imprensa, Edu Amat, técnico do Lleida, lamentou as condições da pista, muito escorregadia, indignas de uma Final Four, mas também as falhas que permitiram os terceiro e quarto tentos do Igualada.

Em relação à arbitragem, Edu referiu que há árbitros muito melhores para apitar um jogo destes e, perante a insistência dos jornalistas presentes, também ele questionou: "se aquela falta fosse a 7ª e não a 10ª, era apenas a 7ª falta ou era azul?", corrigindo os murmúrios na sala. "Não, não é uma arbitragem europeia, é italiana".

Marc Muntané referiu uma primeira parte intensa, em que os seus jogadores acusaram o nervosismo do momento. A segunda parte foi mais bem conseguida e agora há que preparar a partida decisiva, em particular a gestão emocional.

Declarando preferir sempre jogar em casa ao invés de jogar fora, assegurou que, mesmo focado na meia-final, foi acompanhando as equipas portuguesas, e que a sua equipa técnica esteve a ver jogos em vídeo. Mais o Tomar que o Riba d'Ave. Premonitório?

Na final, o Igualada terá adversário português. Defrontará, este domingo, a partir das 12h15 locais, o vencedor do embate entre Riba d'Ave e Tomar.