Pendente de um segundo
A presença do Óquei de Barcelos na final está pendente da decisão de um protesto do Benfica. As águias contestaram a entrada de um quinto jogador um segundo antes de cumprido o devido tempo de inferioridade.

Depois de uma primeira derrota na Luz por 4-3, o Óquei de Barcelos venceu por 4-1 no segundo jogo, por 2-4 no desempate por grandes penalidades no terceiro e, este sábado, por 6-4.
A terceira vitória na série à melhor de cinco valerá a presença na final, mas a formalização da mesma ficou pendente de um protesto apresentado pelas águias.
A cerca de quatro minutos do final, com uma igualdade a quatro no marcador, Pol Manrubia viu azul. Zé Miranda não conseguiu transformar em golo o livre directo, mas os barcelenses ficaram em inferioridade. Num livre directo convertido por Luís Querido, o Óquei de Barcelos adiantou-se definitivamente, mas, continuando em superioridade, os encarnados continuavam em busca do golo.
Com pouco mais de dois minutos para jogar, numa paragem de jogo, Pedro Silva entrava, terminando o powerplay. No entanto, o Benfica alegou que o tempo de castigo ainda não terminara. Por um segundo. Ainda que a quantidade de tempo em falta não seja o relevante, o preciosismo será crucial na análise.
Pol Manrubia viu azul a 4:09 do final. Era o tempo que o marcador do pavilhão assinalava e que os árbitros de pista, Miguel Guilherme e Joaquim Pinto, apontaram nos seus blocos. E Pedro Silva entrou a 2:09 do final. Tudo certo. Ou quase.
Na aplicação em que são registadas as incidências (depois vertidas no site da Federação de Patinagem de Portugal), foi registado pelo terceiro árbitro Víctor Gachineiro o tempo de 4:08 na mostragem do azul. E terá passado – directamente ou na consulta do site por parte das águias – essa informação ao banco do Benfica.
Quando Pedro Silva entrou, ainda para mais com o jogo parado, a equipa técnica e delegados das águias reagiram de pronto e, dada a informação que tinham, justificadamente. Mas, concordando Guilherme e Pinto nos apontamentos que tinham feito, assumiu-se erro da mesa e o jogo prosseguiu sem sanção para o jogador que entrou.
O Benfica manteve o protesto, que deve ser confirmado esta segunda-feira. Em causa estará um erro que poderia levar a repetir o tempo em falta a partir desse momento, mas tal só será possível se este for determinado um erro de direito - sobre questões que impliquem errada aplicação das Leis do Jogo - e não um erro de facto. E a diferença entre os dois é muito ténue, sendo sempre muito difícil que “vingue” o primeiro.
Em “defesa da competição” e do seu desenrolar, o que nem sempre se coaduna com a verdade desportiva, e neste caso em particular, será fácil imputar um erro de facto ao árbitro que registou um tempo diferente.
Afinal, foi "apenas" um "8" em vez de um "9" que os árbitros de pista terão apontado e que era efectivamente o tempo que o marcador assinalava. São erros que se multiplicam nas fichas de jogo, da mesma forma que, se multiplicam os erros sobre quem marcou golo ou fez uma assistência...
Segunda-feira, 9 de Junho de 2025, 16h21