«Para esta equipa não há limites»

O Óquei de Barcelos de Rui Neto intromete-se numa discussão que, desde o regresso do playoff, tem sido exclusiva aos 'três grandes'. Na 'vida anterior' deste modelo, já fora Rui, então à frente da Juventude de Viana, a intrometer-se.

«Para esta equipa não há limites»

A menos de um mês de completar 57 anos, Rui Neto colocou o Óquei de Barcelos na final do playoff do Campeonato Placard. Um feito partindo do 4º lugar e derrotando o vencedor da fase regular, Benfica. Mas não só por isso.

Desde que o playoff regressou em 2020/21, a final tem sido palco apenas dos ditos “três grandes”, com finais entre Porto e Sporting (2021), Porto e Benfica (2022 e 2024) e Benfica e Sporting (2023).

Recuando à “vida anterior” do modelo de playoff neste milénio, houve três edições decididas assim na caminhada do Porto para o “deca”. Nas finais de 2007 a 2009, não havia Sporting, e a decisão foi entre os dragões e o Benfica em 2007 e 2008. Mas, em 2009, as águias não iriam além do 4º lugar na fase regular e apanharam o Porto nas meias-finais.

A hegemónica equipa de Franklim Pais avançou para a final, onde encontraria Oliveirense (2º na fase regular) ou Juventude de Viana (3º). E os vianenses “deram o golpe” no nem sempre infalível “factor casa”, vencendo as duas partidas da série à melhor de três. O treinador da Juventude de Viana: Rui Neto.

Numa equilibrada final à melhor de cinco, o Porto venceria nessa época o oitavo título do decacampeonato em quatro partidas, com vitórias por 5-2 e tangenciais 4-3 e 4-5, e uma derrota no segundo jogo por 5-4. A Juventude de Viana conseguia um histórico vice-campeonato, que repetiria na temporada seguinte, já sem playoff e às ordens de José Querido.

Entretanto, Rui Neto assumiu a selecção portuguesa, estando à frente da equipa das quinas no Europeu de 2010, no Mundial de 2011 e no Europeu de 2012, sem lograr nenhum troféu, que teimavam em escapar para a dominadora Espanha... até a seis segundos do fim. Os troféus para Rui Neto surgiriam anos mais tarde, ao serviço do Óquei de Barcelos. Primeiro, em 2021, na primeira edição oficial da Elite Cup, e, esta época, com a conquista da Supertaça António Livramento e a Champions League.

"Desculpe lá, não serve porque não tem currículo", deixou de ser argumento, apontou o técnico vianense no rescaldo da partida que ditou o apuramento para a final que arranca este sábado.

Rui Neto realçou que não é melhor ou pior treinador por a bola entrar ou não, mas, com as vitórias, o trabalho ganha outra visibilidade. Trabalho que vai muito para além das incidências de cada lance ou cada partida.

Sobre o derradeiro jogo das meias-finais, o técnico dos barcelenses teve dificuldades em encontrar palavras para descrever o momento, o apoio do pavilhão ou o que a sua equipa tem conseguido. A “transbordar” confiança, o Óquei de Barcelos recuperou de uma desvantagem de dois golos e Rui Neto sabia que, numa situação complicada, as águias teriam o seu controlo emocional comprometido se os barcelenses se mantivessem perto no marcador.

Ficando à espera de adversário para a final (que será o Porto), Rui Neto não apontou preferências, até porque não teria “factor casa” fosse contra leões ou contra dragões. Favoritismo? “Ainda há gente que continua a duvidar do valor desta equipa, por isso nós nunca vamos ser favoritos. E não falo dos nossos adeptos, falo dos entendidos, dos letrados da modalidade”, visou.

Independentemente do desfecho da final, esta época vai ficar na história do Óquei de Barcelos. E Rui Neto reclama um lugar de destaque para os seus atletas, sendo que quatro – Pedro Silva (Juventude Pacense), Manrubia (Porto), Rampulla (Sporting) e Chambella (emprestado ao Braga) - têm a saída definida, mas continuam a dar tudo. “É carácter”, sublinhou o técnico.

AMGRoller Compozito

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