Benfica e a 'prova dos nove' falhada
Em nove jogos, o Benfica somou cinco derrotas, sempre nas 'meias', comprometendo Taça de Portugal, Champions League e Campeonato Placard. No campeonato, as águias estão fora da decisão pela primeira vez em quatro anos.

Quando o dia 30 de Abril despertou, o Benfica tinha “todo o Mundo” ao seu alcance. Apesar das lesões de Pau Bargalló e Roberto Di Benedetto, tinha passado para a frente da fase regular do Campeonato Placard três dias antes, e estava nas meias-finais da Taça de Portugal e da Champions League.
Depois, em 39 dias, nos derradeiros nove jogos da temporada, tudo ruiu.
Nessa mesma quarta-feira, 30 de Abril, as águias perderam com o Sporting nas meias-finais da Taça de Portugal, perdendo a oportunidade de lutarem pela conquista da "prova rainha" 10 anos depois. Era notório que as lesões de Bargalló e, principalmente, Di Benedetto tinham "dinamitado" o dinamismo da equipa e a capacidade de criar desequilíbrios. Os jogadores estavam de volta, mas longe da melhor forma.
Não obstante a amargura do primeiro objectivo falhado, as águias venceram em Valongo por claros 3-9 na última jornada, carimbando o importante 1º lugar na fase regular. Historicamente, era um passo para a final e meio passo para o título, dado que, nas quatro edições desde o regresso do playoff, o vencedor da fase regular fora sempre à final e só não terminara campeão em 2021, numa atípica época sem público nos pavilhões.
Uma semana volvida, o desafio era europeu. O Benfica regressava a uma Final Four da mais importante prova europeia depois de uma ausência de três temporadas e, por cruzamentos estranhos, defrontava o Porto quando a lógica impunha um confronto com o Noia. A derrota por 2-3 no prolongamento deitava por terra as aspirações a repetir as conquistas de 2013 e 2016.
Escapavam dois objectivos e o foco passava a ser único no Campeonato Placard, com o tal embalo da conquista na fase regular. Ultrapassado o Tomar em dois jogos (4-2 e 2-5), seguia-se o Óquei de Barcelos.
O Benfica venceu o agora campeão europeu, desfalcado de Rampulla e Poka, por 4-3 no primeiro jogo. Os barcelenses também cumpriram na sua casa, mesmo com Rampulla a jogar com dois dedos ligados, igualando a série com uma vitória por 4-1.
No regresso à Luz, o Benfica perdeu Pau Bargalló, perdeu o jogo no desempate por grandes penalidades e perdeu o "factor casa". No quarto jogo, as águias estiveram a vencer por 0-2 no arranque da partida e por 3-4 já nos derradeiros cinco minutos, mas permitiram a reviravolta a um Óquei de Barcelos que respira confiança e que joga com a força de inúmeras gargantas e inúmeros cachecóis esvoaçantes num ambiente incomparável.
A temporada terminava com três derrotas consecutivas, com cinco desaires nas últimas nove partidas que faziam desvanecer definitivamente a aura de "melhor equipa do Mundo" e faziam esquecer a conquista da Elite Cup, já demasiado distante no tempo.
Pela primeira vez em quatro anos, o Benfica acabou a época mais cedo, sem ir à final do campeonato. Às ordens de Nuno Resende, as águias foram finalistas vencidas em 2021/22, campeãs em 2022/23 e novamente finalistas vencidas em 2023/24. É preciso recuar a 2020/21, ao postulado de Alejandro Dominguez, para encontrar outro "tombo" nas meias-finais, terminando o campeonato em 4º. Agora, em virtude da vitória na fase regular, o Benfica termina num 3º lugar que sabe a muito pouco.
Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 22h02