«É o Hóquei...»
A GoldenCat serviu de preparação para os Campeonatos da Europa que se avizinham. Desde logo, na aplicação das novas regras. Mas foram 'questões' antigas (de sempre?) que despoletaram um desabafo de Roberto Di Benedetto.

Na 2ª jornada da primeira fase da GoldenCat, que decorreu de 21 a 24 de Agosto em Cerdanyola del Vallés, uma vitória da França sobre a Catalunha valia desde logo o lugar na final aos gauleses. E, com pouco mais de dois minutos para jogar, a selecção orientada por Nuno Lopes vencia por 3-6. Um golo aparentemente mal validado redundou em protestos, num azul, em inferioridade numérica e, rapidamente, no 6-6 que seria final.
Na "flash interview" da catalã Esport 3, Roberto Di Benedetto, internacional francês que representou Lleida e Liceo e representa o Benfica, não se conteve.
"O que aconteceu é o que acontece no Hóquei. A equipa da casa manda. Todos nós dizemos que queremos Hóquei para todos. Todos dizemos que o Hóquei tem de ser mundial. Mas o Hóquei é da casa, e essa é a verdade. Hoje queixo-me, amanhã jogo em casa e outros vão queixar-se, é a verdade. Um golo fantasma. Três anos. O torneio está bem, mas, no fim, é um torneio de verão. Parece um torneio de verão", apontou.
"Nós estamos a preparar o Campeonato da Europa. Para isto? Para que é que serve? Venho aqui há três anos seguidos, jogamos contra a Catalunha, que tem sempre uma grande equipa, não há qualquer problema com isso. Mas, no final, os jogos são sempre decididos pela arbitragem. De 6-3 para 6-6, a culpa é nossa, somos os primeiros responsáveis. Mas não pode ser que a equipa da casa seja sempre favorecida", reclamou, sem se deter.
"E falo disso hoje, durante o ano, quer joguemos em casa ou fora. É sempre a mesma coisa. E depois vamos para as redes sociais, criamos novas regras e dizemos que queremos um Hóquei melhor, que tem de ser mundial, falamos dos Jogos Olímpicos. Nada disso. Somos um desporto pequeno. Nota-se nisto. A equipa da casa manda, e é assim que as coisas são. É a verdade", defendeu.
Sobre o lance do "golo fantasma" que despoletou a fúria gaulesa e as palavras de Roberto, o jogador foi claro. "Eu não vejo, que estou no banco. Não vê o guarda-redes e não vê o árbitro que está do meu lado. Nem vêem os adeptos que percebem de Hóquei. É o que digo: uma pessoa que não percebe de Hóquei, diz que a bola entrou. Um jogador, um árbitro, os adeptos que percebem de Hóquei sabem que a bola não entrou. Toda a gente sabe, porque a bola aparece à frente do guarda-redes. Se fosse golo, aparecia atrás. É Hóquei", lamentou.
Sistema de Revisão Vídeo no Europeu
Para o Campeonato da Europa que se realiza em Paredes de 1 a 6 de Setembro, já foi anunciada a utilização do Sistema de Revisão Vídeo (SRV), uma variante do popularizado VAR (do inglês "Video Assistant Referee", ou "video-árbitro") que é, em primeira instância, uma ferramenta de consulta ao dispor dos árbitros para a revisão ou tomada de decisões.
A possibilidade de utilização de ferramentas vídeo foi tornada oficial na última revisão das regras, em vigor desde 1 de Agosto, mas salvaguardando que o protocolo será definido prova a prova.
Esta será a estreia numa grande prova de selecções, depois de já ter sido utilizado em várias competições portuguesas e na Final Four da Champions League. O SRV e o protocolo adoptado não é imune a falhas, mas representa um salto na credibilização das decisões.
Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025, 13h51