Uma mão cheia de desilusão, e outra cheia de esperança
Com Andorra pela frente nos quartos-de-final, Portugal deverá colocar fim a uma confrangedora e inédita série de cinco desaires consecutivos em grandes competições. Sobra, na certeza de que nada está perdido, a esperança agora que começa 'outro' Europeu.

O percurso de Portugal no Campeonato da Europa tem sido decepcionante, com três derrotas nos três jogos da primeira fase.
A convicção é que, esta quinta-feira, com os quartos-de-final, muda a página. Portugal defronta Andorra, que, mesmo sendo vencedora do Grupo B, está longe dos argumentos lusos. E, a não ser que aconteça uma hecatombe, a selecção das quinas voltará a vencer em grandes competições... depois de inéditos cinco desaires consecutivos.
Esta "série negra" vem do Mundial de 2024, que decorreu em Novara.
Depois de vencer a França nos quartos-de-final, Portugal cairia nas meias-finais, frente à Espanha. O tempo regulamentar terminou empatado a cinco, o prolongamento não teve golos, e "La Roja", que se viria a sagrar campeã do Mundo, levaria a melhor nas grandes penalidades.
No jogo dito "de consolação", pelo bronze, houve mais emoção com a despedida de Ângelo Girão que esclarecimento para disputar a medalha. A Itália venceu por 2-3 e Portugal ficou fora do pódio de uma grande competição pela primeira vez desde 2007.
Um ano volvido, com cinco caras novas na convocatória de Paulo Freitas, Portugal estreou-se no Europeu, na sua casa, com o reencontro com Itália. A selecção das quinas virou uma desvantagem inicial e parecia embalada para vencer, mas, num ápice, a Itália virou para 2-3 e marcou desde logo o trajecto português.
No segundo dia, com uma exibição muito pálida, Portugal perdeu pela França por 1-3, num resultado que - muito graças a Xano Edo - até acabou por ser "simpático" para a confrangedora exibição lusa. Numa espiral negativa, os portugueses entraram em pista para o derradeiro jogo da fase de grupos já condenados ao 4º lugar no Grupo A.
Houve nova derrota por 1-3 frente à Espanha, eterna rival, a fechar a porta da primeira fase. E, agora, abre-se a janela da fase a eliminar.
À equipa portuguesa tem faltado crença, num estado agravado a cada bola perdida, a cada passe transviado, a cada remate que não encontra o fundo das redes. Mas não só. Tem de sobremaneira, à vista desde a pista à última fila do Rota dos Móveis e de quem segue pela televisão, faltado processo ofensivo, ligação, movimentos que sejam inesperados para os adversários ou que, na sua simplicidade, terminem com eficácia.
Se há já uma mão cheia de desilusão, há outra que se pode encher de esperança na certeza de que o Europeu a sério apenas agora começa. E, a esta selecção das quinas, não falta talento, nem falta experiência em grandes competições ou momentos decisivos.
Quinta-feira, 4 de Setembro de 2025, 10h38