«A minha primeira vez…»
Rui Carvalho
Caros leitores, o título pode levar a várias interpretações…
Esta é a minha primeira crónica para o site HóqueiPT. Aceitei o convite com natural satisfação e espero não defraudar as expetativas de quem me convidou e de todos os que acompanham e seguem o site. Espero também que esta nova seção de crónicas e opiniões ajude a lançar novos temas, com várias “conversas de café” para que o Hóquei em Patins seja cada vez mais uma referência nacional e internacional.
Não fugindo ao título, no final de fevereiro estive nas Copa del Rey e Copa de la Reina, em Espanha, o equivalente à nossa Taça de Portugal, mas com moldes muito distintos. Tive a oportunidade de vivenciar pela primeira vez ‘in loco’ o ambiente em torno do que os espanhóis consideram ser a Festa Anual do Hóquei em Patins.
O palco não poderia ser melhor. O Olímpico de Reus é um pavilhão com excelentes condições para acolher grandes eventos e este não foi exceção.
Pela primeira vez, vi também um português (João Rodrigues) ser o MVP de toda a competição.
Ao contrário da Taça de Portugal, a Taça do Rei e da Rainha funciona em moldes diferentes onde se apuram os oito primeiros classificados da primeira volta da OK Liga. A competição não é “uma festa do povo”, onde os clubes de outras divisões podem participar, mas não deixa de ser uma grande festa do Hóquei em Patins. Este ano, teve a particularidade de juntar as duas Copas num só evento, e ainda acrescentou uma “Mini Copa” no escalão de Sub-17 masculino e Sub-15 feminino. Os clubes apurados para as “Mini Copa” são os mesmos clubes apurados para as Copas “seniores”.
É um momento único.
Único porque juntamos as melhores equipas masculinas e femininas.
Único porque temos os melhores atletas masculinos e femininos num só local.
Único porque os ídolos podem estar com os futuros craques que participam nas Mini Copas.
Em Portugal, só encontramos paralelo na prova criada pela ANACP, em 2016, a Elite Cup, uma prova que junta os oito primeiros classificados da época anterior, numa competição de pré-época com principal objetivo de promover o hóquei em patins em zonas do País onde o Hóquei não tem tanta expressão (Coimbra 2016 e 2017 e Portimão 2018 e 2019).
Considerando que temos vindo a falar desde 2017 de um novo modelo de competição para a 1ª Divisão, e partindo da premissa que devemos ter mais jogos durante a época, e após o que vivi nas Taça do Rei e Rainha, lanço este tema para discussão – a criação de uma nova competição.
CAMPEÃO DE INVERNO? PORQUE NÃO!
Uma nova competição que reúna os oito melhores da primeira volta dos campeonatos nacionais masculino e feminino. É claro que, no que diz respeito ao campeonato feminino, teriam de ser os quatro primeiros classificados de cada zona.
À semelhança do que acontece no futebol, podemos com esta nova competição premiar o “Campeão de Inverno”. Se tivermos como referência esta época, a primeira volta terminou no masculino a 19 de janeiro e no feminino a 9 de dezembro.
Uma nova prova que promova mais uma festa do Hóquei em Patins a nível nacional. São quatro dias de festa do Hóquei em Patins masculino e feminino. E ainda podemos juntar os escalões de formação e/ou outras iniciativas que permitam interação dos ídolos com os mais pequenos. E claro os adeptos agradecem a competitividade dos jogos.
Fica o desafio.
Rui Carvalho
Domingo, 3 de Março de 2019, 9h09