Fortunato de regresso às pistas nacionais

Miguel Fortunato está de regresso às pistas portuguesas. Cinco meses depois de ter partido para a OK Liga, o internacional jovem português conta porque deixa o Girona para reforçar as aspirações de subida do Oeiras.

Fortunato de regresso às pistas nacionais

Miguel Fortunato é reforço do Oeiras para o que resta da temporada, regressando de uma (curta) aventura no exigente Hóquei em Patins espanhol.

Com formação na Física e no Benfica, Fortunato representou na pretérita temporada, pese ainda ter idade de júnior, o Riba d'Ave na I Divisão. Com o final da temporada precipitado para Abril (em virtude da não qualificação para o play-off), o jovem jogador já não acompanharia a equipa à Catalunha para a disputa da europeia Taça WSE, mas não tardaria a "embarcar" para aquela região de forte implementação hoquística.

Campeão da Europa de Sub-17 em Fanano (2017) e bronze no Mundial de Sub-19 em Barcelona (2019), com o peso do apelido de um dos melhores jogadores da História (é filho de Vítor Fortunato), rumou a Girona com apenas 19 anos.

"É uma realidade totalmente diferente. Mudar de país, com outro idioma e longe dos nossos, é sempre complicado e é preciso uma adaptação maior. Já tive a oportunidade de viver longe de casa, mas nunca fora do meu país. Cresci bastante, não só nível pessoal como a nível desportivo, uma vez que estava somente focado no Hóquei", conta ao HóqueiPT. Mas até nas pistas há diferenças. "O Hóquei em Patins espanhol é totalmente diferente do Hóquei em Patins português, na minha opinião. Mais táctico, muito posicional. Mas, com isto, consegui crescer bastante hoquisticamente nesse aspeto”, reconhece.

Com 12 partidas realizadas, o Girona é 12º, com apenas oito pontos conquistados numa época aquém da anterior. Miguel Fortunato foi chamado a oito jogos, todos antes da pausa de Novembro para o Campeonato da Europa, não voltando depois a ser opção para Ramon Benito. Apontou um golo no empate a três frente ao Manlleu.

Agora, está de regresso a Portugal. "Os motivos foram vários. Só tenho a agradecer ao Girona, mas senti que precisava e ambicionava mais a nível pessoal. Sinto que foi a melhor decisão que tomei, pois tenho espaço e todas as condições para crescer e mostrar o meu valor", afirma, focado no desafio que o espera em Oeiras.

“O objetivo é ajudar o clube a atingir os objetivos, e que seja recíproco, ou seja, que o Oeiras também me ajude a atingir todos os meus objetivos. O Oeiras é um clube cheio de História no Hóquei em Patins, e foi sempre um clube que me cativou. É com bastante orgulho que represento esta equipa”, regozija-se.

Oeiras líder

Pese não ser inicialmente apontado como um claro candidato à subida, o Oeiras lidera a Zona Sul da II Divisão.

Orientada por José Carlos Califórnia, histórico guarda-redes do Benfica na década de 90 e início dos anos 2000, a equipa da Linha soma 28 pontos em 11 jogos, resultado de nove vitórias, um empate (3-3 em Torres Vedras, com a Física) e uma derrota (4-6, na recepção ao Murches) e procura o regresso à I Divisão três anos depois de ter voltado ao escalão secundário.

Na temporada de 2018/19, recém-promovido, o Oeiras - às ordens de Miguel Dantas - apresentou às pistas nacionais os argentinos Ezequiel Mena (agora no Porto), "Tato" Ferruccio (Oliveirense) e Mathias Arnaez (Marinhense), mas não logrou a manutenção. Desde 2020, conta com outros três "artistas" do apelidado "país das pampas", Fabrizio Torres e Bruno Alonso, da selecção de Sub-19 da Argentina vice-campeã do Mundo em 2019, e o mais experiente Adolfo Isoler, ex-Leonardo Murialdo. Mas não têm sido estes as figuras maiores da campanha desta temporada. Marco Barros e Gonçalo Suissas reclamam esse estatuto.

O atacante Gonçalo Suissas, internacional português em todos os escalões, tem mostrado, com muitos golos, que a carreira em que representou Paço de Arcos, Juventude de Viana, Porto, Candelária, Oliveirense, Valongo e Braga, ainda está longe de estar terminada. No outro extremo da pista, o também experiente Marco Barros ("Tuga") tem sido fulcral entre os postes, regressando às boas exibições que o catapultaram do Turquel para o Benfica, onde acabaria por ter poucas oportunidades.

Adiando a dupla jornada prevista para este fim-de-semana nos Açores - com Candelária (actual 2º) e Marítimo -, o Oeiras deverá regressar aos jogos a 15 de Janeiro, frente ao Criar-T, em partida que pode assinalar a estreia de Miguel Fortunato.

Na Taça de Portugal, o Oeiras, finalista nas três primeiras edições na década de 70, ultrapassou o Alverca e desloca-se a Coruche, para defrontar Os Corujas nos 16-avos-de-final.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny