Aura vencedora do eterno Carlos López leva UVT ao título
A UVT conquistou o Sul-Americano de clubes, na primeira edição dos Jogos Sul-Americanos, ganhando o direito desportivo a defrontar o Valongo na Taça Intercontinental. 25 anos depois, Carlos López voltou a vencer o troféu pela UVT .
A Unión Vecinal Trinidad (UVT) venceu o Lomas de Ribadavia na final do Sul-Americano de clubes por 3-5 e ergueu o mais importante troféu do continente pela sétima vez.
Na primeira edição dos Jogos Sul-Americanos de Desportos sobre Rodas, um ensaio para os World Skate Games que terão lugar em Outubro e Novembro, a UVT reclamou o título de clubes, o sétimo da sua história, igualando o recordista Unión Estudantil, também da Argentina, em número de títulos oficiais.
Foi uma prova que teve a participação de 36 equipas e em que a UVT entrou, a 28 de Maio, com o pé esquerdo, ao ser derrotada pelo Colón por 3-6. Recompôs-se e venceu o Red Star por 0-20 e o Leonardo Murialdo (detentor do troféu, que conquistou em 2018 e 2019) por 1-2 para garantir o primeiro lugar no grupo E.
Nos oitavos-de-final, a equipa que também contou com Fabricio Marimont (representou a Oliveirense em Portugal) levou a melhor sobre o Banco Mendonza por 4-2, derrotando depois Social San Juan (do ex-benfiquista Mariano e do filho Santiago Velázquez) por 0-2 e Bancaria por 1-2 para chegar à final com o Lomas de Ribadavia.
Oito mil pessoas encheram o Aldo Cantoni para assistir à decisão. Em duas partes de 20 minutos, a UVT adiantou-se aos quatro, com um golo de Federico Balmaceda ("Pichu"), que esta temporada representou o Turquel. Instantes depois, Victor Nuñez ampliou.
O Lomas de Ribadavia reagiu, sempre sob a batuta do capitão Martin Maturano, e chegou à igualdade com tentos de Victor Beltran (campeão da Europa no histórico título do Follonica em 2006) e do próprio Maturano. Mas, ao golo a um minuto do intervalo, a UVT reagiu de pronto com Mariano Ortiz a garantir vantagem no descanso.
Na etapa complementar, Matias Aciar ampliou aos oito minutos para 2-4 e o Lomas teve de ir novamente atrás de uma dupla desvantagem. Joel Martin ainda reduziu, mas a UVT organizou-se bem, com o veterano e sábio Carlos López a comandar as "tropas", e segurou a vantagem.
No tudo ou nada, Gonzalo Gomez cometeu falta para azul com poucos segundos para jogar. Carlos López assumiu a responsabilidade e - numa execução a mostrar que, quem sabe, nunca esquece - "matou" o jogo, juntando novo título da UVT aos conquistados em 1987, 1989, 1990, 1997, 1998 e 2004.
López, 25 anos depois
A conquista deste título tem particular peso para Carlos López. Aos 45 anos, "Carlitos" tem pouco a provar, já tendo garantido um lugar no panteão da modalidade, mas continua a mostrar classe e critério. E foi decisivo, voltando a conquistar pela "sua" UVT um título que conquistara há 25 anos.
Carlitos venceu o campeonato Sul-Americano de clubes em 1997 pela UVT, antes de se mudar para a Europa. Representou Liceo (1997 a 2004), Barcelona (2004 a 2011) e Benfica (2011 a 2015), vencendo - entre inúmeros outros títulos - a Liga Europeia por todos eles.
Campeão do Mundo pela Argentina em 1999, capitanearia a albiceleste a novo título mundial em 2015, para jogar depois uma última temporada no Velho Continente, com a camisola da Oliveirense. Não venceria a mais importante prova europeia, mas chegou à final, algo (então) inédito para a equipa de Oliveira de Azeméis.
De regresso ao país das pampas, Carlitos juntar-se-ia ao Andes Talleres, vencedor do Sul-Americano de 2016, para defrontar o Benfica nas "meias" da Intercontinental de 2017. Era anunciado como uma espécie de despedida. Como muitos momentos após, como neste momento de nova conquista em San Juan. Mas, mais do que um último troféu, López festejou como se fosse o primeiro, com uma paixão que extravasa barreiras clubísticas.
Taça Intercontinental
Com a realização da final sul-americana, ficaram definidos os embates que, regulamentarmente, devem ser jogados na disputa da Taça Intercontinental. Caso se realize.
Na Final Four que está preconizada, as meias-finais deveriam compreender o embate entre o campeão sul-americano UVT e o vice-europeu, Valongo, ao passo que o campeão europeu Trissino defrontaria o vice sul-americano Lomas de Ribadavia.
Andes Talleres triunfa no feminino
Paralelamente ao sul-americano masculino, disputou-se a competição feminina, com a participação de 17 equipas.
Triunfou o Andes Talleres, com uma vitória clara, por 4-0, na final frente ao Aberastain com (mais) uma grande exibição de Julieta Fernández (ex-Gijón). A ex-benfiquista Agustina Fernandez ergueu o troféu, relegando outra ex-jogadora das águias para a prata.
A internacional Marta Vieira acabaria por ser uma espécie de embaixadora do Hóquei português nestes "Jogos" e carregou o Aberastain até à final como melhor marcadora da sua equipa.
Segunda-feira, 6 de Junho de 2022, 9h02