«Esta medalha é um reconhecimento da dedicação delas»
A medalha conseguida é, para Hélder Antunes, um reconhecimento do esforço das suas atletas. Sofia Moncóvio lamenta que em Portugal não seja viável, a partir de um certo ponto, conciliar a paixão do desporto. A Itália repetiu o 4º lugar.
Portugal conquistou em San Juan uma medalha mundial no feminino, o que não acontecia desde a prata de 2016, em Iquique. Seguiu-se um 7º lugar, depois um 5º e, agora, um 3º. "Infelizmente, continuamos com a sensação de que falta algo mais", conta Sofia Moncóvio. "É bom, mas com a sensação de que não queremos ficar por aqui", afirma com ambição.
Na realização dessa ambição pesará necessariamente a qualidade do plantel que pode ser construído. Para a jogadora portuguesa, as atletas, mesmo pertencendo a um núcleo da selecção, têm de mostrar sempre que merecem ser chamadas e o surgimento de novos valores é sempre um bom indicativo.
No entanto, faltará a experiência de algumas atletas de outras selecções, numa questão que será transversal ao desporto feminino em Portugal. "Chega ao ponto na vida de uma atleta, em que, apesar da sua paixão ser o desporto, a vida não é viável a esse ponto. (...) O desporto em Portugal não permite", aponta.
Desta semana de competição, Sofia Moncóvio realça o trabalho como "uma família", algo que marca como diferença para grupos anteriores.
Para Hélder Antunes, a medalha não torna Portugal candidato. Antes de o ser, terá de conquistar um título. "Estamos numa direcção certa e certamente numa próxima prova iremos mostrar outros indicadores", assegura, visando principalmente a pecha na concretização. Deste pódio, deseja que sirva de reconhecimento aos clubes que apostam no Hóquei em Patins feminino e que motive outros a fazer essa aposta. "Temos de deixar de ver como Hóquei em Patins feminino e Hóquei em Patins masculino, e que passe a ser apenas Hóquei em Patins", idealiza.
Sobre o ambiente de San Juan, faltam palavras."É indescritível. Aquilo que ouvimos falar em Portugal, a Meca do Hóquei em Patins, e nós estarmos aqui a viver isto, faz-me sentir que sou uma pessoa privilegiada".
Trabalhar na base
A Itália conseguiu o seu segundo 4º lugar consecutivo, num campeonato com várias partidas complicadas.
Para se poder aspirar ao pódio, em Itália vai-se trabalhando na base, para haver mais opções, mas, para já, Erika Ghirardelo, jogadora das espanholas do Bigues i Riells, destaca a importância de se disputar um campeonato como o da OK Liga, necessariamente mais competitiva do que o campeonato italiano, que tem contado com três ou quatro equipas.
Quarta-feira, 16 de Novembro de 2022, 21h57