«Todos os sacrifícios valeram a pena»

Lucas Martinez passou por França, Espanha, Itália e Portugal antes de se sagrar campeão do Mundo pela Argentina. Um percurso de sacrifícios e resiliência, de um jogador que chegou ao 'Melhor Campeonato do Mundo' em 2020, para a Oliveirense.

«Todos os sacrifícios valeram a pena»

Entre os novos campeões do Mundo, consagrados a 13 de Novembro em San Juan, ninguém tem um percurso semelhante a Lucas Martinez, passando pelos quatro mais fortes campeonatos europeus antes de reclamar agora um lugar definitivo na História.

O mendoncino - um dos dois (o outro é Grimalt) às ordens de "Negro" Paez - cresceu no Petroleros. Em 2008, rumou ao Velho Continente, atrás do sonho de afirmação e profissionalização. Desembarcou no campeonato francês, no Quévert onde hoje joga, desde 2020, o irmão Julián.

Lucas Martínez bisou no jogo frente a Moçambique.
Lucas Martínez bisou no jogo frente a Moçambique.

Em 2010, mudou-se para a Catalunha, para Maçanet, num SHUM que disputava a 2ª divisão e procurava subir à OK Liga. O objectivo foi alcançado e Lucas chamou a atenção de um Alcoi que já era primodivisionário, mas a mudança não correu da melhor maneira. A equipa da comunidade valenciana ficou à beira da despromoção e, em 2012, Lucas Martinez regressava à Argentina.

Encontrou conforto no seu Petroleros, mas a carreira parecia em espiral negativa. No Social de San Juan ganhou nova vida, e regressaria à Europa para a definitiva ascensão.

Em 2015, Lucas Martinez reforçava o Monza e era o melhor marcador da Serie A1. Voltaria a marcar muitos golos na temporada seguinte e em 2017, depois de ter ganho a Taça das Nações pela albiceleste, era chamado pelo Follonica.

Sempre goleador, saltou para o Breganze, conquistando a Coppa, e depois para o Lodi, brilhando, na temporada interrompida pela pandemia, na Liga Europeia. O melhor campeonato do Mundo piscava-lhe o olho, mesmo já contando 32 anos...

Em 2020, Martinez era reforço da Oliveirense e ganhou o seu espaço no competitivo campeonato português. Numa selecção argentina apostada em "vingar" 2019, Ezequiel Mena era indiscutível para o lugar de Reinaldo Garcia. Em aberto estava o "pesado" lugar de David Paez e, numa espécie de contos de fadas, a vaga foi "ganha" por Lucas, jogador que pautou a sua carreira pela resiliência, em sucessivos sacríficios de andar de "casa às costas".

Este Mundial era seu e da Argentina. "Sim ou sim".

Aos 34 anos, nas sucessivas enchentes do Aldo Cantoni, lá estava a "banda" (claque) de Lucas Martinez, sempre a reservar lugar desde cedo. Lá estavam quando Lucas marcou dois golos na goleada a Moçambique, lá estavam quando não era opção em pista. O atacante já era campeão. Mesmo antes de colocar as mãos no troféu.

AMGRoller Compozito

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