Poker de Nicolia coloca Benfica a uma vitória do título

O Benfica venceu o Sporting no terceiro jogo da final, com poker de livres directos de Carlos Nicolia, e fica a uma vitória do título. Com uma nomeação de risco, houve muitos protestos - de ambas as equipas - nas decisões da dupla de arbitragem.

15.Jun.2023 PlacardHP

Quatro golos de livre directo de Carlos Nicolia valeram a vitória ao Benfica no terceiro jogo da final do play-off do Campeonato Placard, ficando os encarnados a um triunfo do título.

Era apontado como o jogo fulcral desta final. E o Conselho de Arbitragem apostou numa nomeação de risco. Não estando em causa a qualidade dos minhotos Rui Leitão e Fernando Vasconcelos, no "top 5" dos melhores árbitros de 2021/22, estranhava-se a nomeação de dois árbitros que não integram o grupo de 12 árbitros de Categoria Internacional para esta temporada e que no play-off, em 19 jogos realizados em 12 datas distintas, só foram chamados a três jogos. Vasconcelos esteve em duas partidas dos quartos-de-final e ambos estiveram no quarto jogo das meias-finais entre Porto e Benfica. No calor do dérbi, várias decisões (e não decisões) acabaram por ser contestadas por ambas as equipas..

Gonzalo Romero inaugurou o marcador de livre directo. Marcaria os dois golos do Sporting, num jogo que só teve golos argentinos.

Perante o seu público, o Benfica entrou forte, mas desde cedo se notou a ausência de Pablo Álvarez, lesionado, faltando o último toque do argentino para capitalizar o jogo atacante dos encarnados. Com o passar dos minutos, o Sporting libertou-se e criava mesmo melhores oportunidades.

A nove minutos do intervalo, Lucas Ordoñez viu o azul, para a primeira bola parada da partida. Gonzalo Romero não desperdiçou e colocou o Sporting na frente do marcador e também no comando das operações na partida, tendo oportunidades para ampliar. Como a quatro minutos do intervalo, quando Henrique Magalhães recebeu a bola completamente solto na área encarnada, mas terá estranhado tamanhas facilidades e não conseguiu bater Pedro Henriques.

Já perto do intervalo, Alessandro Verona, uma das principais figuras dos leões neste play-off, teve de receber assistência e saiu directo para os balneários. Segundo Alejandro Dominguez, o jogador terá sofrido uma luxação em tudo semelhante à de Pablito, mas a equipa médica logrou colocar tudo no sítio e, ligado, o internacional italiano fez questão de regressar na etapa complementar. Ainda assim, será reavaliado para saber se pode dar o seu contributo no domingo.

Alessandro Verona inspirou cuidados numa queda perto do final da primeira parte. Mas regressaria para a segunda.

Na segunda parte, Ferran Font causou o primeiro momento de frisson ao roubar a bola a Diogo Rafael para se isolar, mas Pedro Henriques voltou a ganhar o "um-para-um". Logo na jogada seguinte, Font veria o azul por falta sobre Ordoñez. E começava a "masterclass" de Carlos Nicolia de livre directo.

Para a mesma baliza em que decidiu o primeiro jogo com dois golos no prolongamento, o capitão da selecção albiceleste disparou para a igualdade. 11 segundos depois, Henrique Magalhães também via o azul. E Nicolia voltava a disparar certeiro, para o 2-1. E antes de estarem cumpridos cinco minutos, o Sporting chegava às 10 faltas e Nicolia não perdoava, ampliando para 3-1.

A sequência de bolas paradas deixava o jogo "nervoso", com muitas situações de pequenas picardias. Aos 10 minutos, Roberto Di Benedetto viu o azul num desentendimento com Girão e, no powerplay, Romero lograva o seu segundo golo no jogo para 3-2. Seria o único tento de bola corrida na partida.

Eficácia de Carlos Nicolia foi total. Quatro livres directos, quatro remates, quatro golos.

O Sporting reduzia para uma diferença tangencial, mas, menos de dois minutos depois, Ferran Font via novo azul. E, no quarto duelo com Ângelo Girão, Carlos Nicolia marcava pela quarta vez.

Era hora do Benfica guardar a preciosa vantagem de dois golos, procurando alargar as suas posses de bola. Os leões procuravam um golo que relançasse a partida, mas, num segundo livre directo, depois de azul a Diogo Rafael, Romero não teve a eficácia do compatriota das águias e a equipa de Nuno Resende geriria bem a inferioridade numérica, com Roberto Di Benedetto a receber "olés" da bancada enquanto serpenteava entre os adversários. A gestão encarnada teve o seu "cúmulo" no que seria uma clara oportunidade de Lucas Ordoñez de se isolar perante Girão, mas preferiu preservar a posse de bola.

Edu Lamas regressou à convocatória das águias mais de um mês depois. Selou o seu regresso com um remate ao poste.

O jogo seguia para o seu final ao ritmo dos protestos, agora mais dos jogadores leoninos, com um Benfica que parara nas oito faltas a mais de 15 minutos do fim. Num jogo quente, Alessandro Verona e Nil Roca ainda viram o azul numa decisão salomónica a dois minutos do fim, merecendo destaque um remate forte de Edu Lamas ao poste. O internacional espanhol regressou às convocatórias depois de mais de um mês de ausência, foi o último dos jogadores de pista a entrar, mas importante no segurar da vantagem para uma importante vitória.

Este domingo, a final continua no Pavilhão João Rocha. E pode acabar. Em caso de novo triunfo encarnado, o Benfica sagra-se campeão nacional pela 24ª vez, igualando o número de títulos do Porto.